Sport

Ping-pong

Confira entrevista com Thiaguinho

postado em 05/06/2012 08:14 / atualizado em 05/06/2012 08:50

Contratado no início do Pernambucano do ano passado, Thiaguinho chegou ao Sport sob a expectativa de que seria a solução para a carência do time na lateral direita. Apesar de ter apresentado bons desempenhos, nunca conseguiu se firmar. O que poucos sabem é que esta nunca foi sua posição de origem. Atual dono da camisa 10 do Leão, o fluminense que declara amor ao Recife fala com exclusividade ao Superesportes sobre a função de “coringa” e outros assuntos polêmicos, como os erros de passe no jogo com o Santos e a relação com o ex-técnico Mazola Júnior.

Só no Sport você já atuou nas duas laterais e em duas posições diferentes no meio de campo. Isso incomoda?


Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press.
De forma alguma. Pra falar a verdade, eu comecei minha carreira como primeiro volante. Cabeça de área mesmo. Comecei a jogar na direita no Botafogo, quando Alessandro se machucou e o treinador precisou de mim. Depois passei a jogar na lateral esquerda, na falta de um atleta da posição. Aqui no Sport, fui contratado como lateral direito, mas já joguei ao lado de Hamilton, na ala esquerda e agora sou o camisa 10. E o que eu quero é jogar. Acho que essa facilidade que tenho em me adaptar a funções diferentes me ajuda. Só não dá pra jogar de goleiro porque a altura não deixa.

Mas jogar em tantas funções não atrapalha? Contra o Santos, por exemplo, você teve um número alto de erros de passe.

Eu realmente não escolho posição. Até agora, me senti à vontade jogando em todas elas. Se não fosse assim, falaria para o treinador, porque não posso prejudicar o time só para estar em campo. Contra o Santos, realmente errei muitos passes. Mas acho que foi muito mais por conta da falta de ritmo de jogo. Aí o cara erra o primeiro passe e depois o segundo... Aí a confiança vai lá pra baixo, né? E isso atrapalha demais.

Desde aquele jogo, Mancini teve um bom tempo para treinar e você foi mantido na meia. Dá pra garantir um desempenho melhor contra o Palmeiras?


Com certeza! Mancini não me falou nada especificamente, mas sei que ele ficou muito satisfeito com o empenho do time naquele jogo. Não é nada fácil segurar o Santos na Vila. Mesmo um time misto. De lá pra cá, além de ter treinado bastante, tenho conversado muito com os meus companheiros. Perguntei pra todos como eles preferem receber as bolas, pra evitar errar novamente. Com certeza, vou chegar muito melhor para o jogo com o Palmeiras.

Antes do primeiro jogo com o Paysandu, você fez uma crítica a Mazola em seu perfil no Facebook. Isso atrapalhou?


Aquilo foi uma coisa de momento. Escrevi sem pensar. O problema é que eu sei da minha qualidade e não estava sendo utilizado. E isso incomoda muito. Mas sei também que a gente não conquista nada porque é bonito ou feio, ou pelo que fez no passado. Muito menos por ser um coitadinho. Tem que trabalhar. Infelizmente, Mazola foi demitido. Eu queria ter reconquistado meu espaço com ele mesmo. Fico feliz por ele ter assumido o Ipatinga. Espero que tenha sucesso.

Na prática, o que mudou com a chegada de Mancini?

Mancini cobra muito a questão da marcação. Ele faz questão de falar para os atacantes que a marcação tem que começar com eles lá na frente. Mazola deixava os homens da frente com mais liberdade. Além disso, Mancini tem falado muito sobre a importância de um time mais compacto. E instrui o time o tempo inteiro durante os treinamentos.

Você acredita que o time do Sport está evoluindo, apesar da demora em contratar reforços?


Acho que sim. Fizemos duas boas apresentações contra Flamengo e Santos. Na estreia, estivemos muito perto da vitória, mas diante de todas as circunstâncias, acabou sendo um bom resultado. Contra o Santos, o time foi muito aplicado e voltou com um ponto importante. Acho que o Sport vai ser isso. Muita força e muita marcação. Aos poucos, estamos evoluindo na criação também.

E a responsabilidade de vestir a camisa 10?


Honestamente, não sinto esta responsabilidade. Não dá pra jogar num time como o Sport e sentir o peso da camisa. Pode jogar a bola em mim que eu estou tranquilo. Estou pronto e disposto para ajudar o time. Me sinto à vontade no clube e na cidade. Pra ficar perfeito, só faltava minha família estar aqui. Minha esposa está com quase oito meses de gestação e nosso primeiro filho será recifense. Com muito orgulho.