Sport

Ilha do Retiro

Obediência tática é o segredo do Sport

Mesmo com pouca posse de bola, time consegue surpreender na Série A

postado em 08/06/2012 08:29 / atualizado em 08/06/2012 08:34

Celso Ishigami /Diario de Pernambuco

Helder Tavares/DP/D.A Press
Nos três primeiros jogos na Série A, o Sport só ficou com a posse de bola em apenas 39% do período de bola rolando. Em todas as apresentações, o Leão viu o adversário com um maior domínio. Na estreia contra o Flamengo, contra o Santos na Vila Belmiro e na última quarta-feira, diante do Palmeiras, na Ilha do Retiro. Por outro lado, o time rubro-negro segue invicto na competição, com cinco pontos na classificação. Como explicar o bom desempenho na tabela, indo além da análise sobre o empenho e a raça da equipe? Taticamente, o Sport vem cumprindo à risca a função destruir jogadas e armar contragolpes.
O time registrou 74 desarmes nas três primeiras rodadas do Brasileirão, de acordo com o scout do site Footstats. A partir desses lances, toques rápidos até a área adversária, em um dos treinos mais cobrados por Vágner Mancini desde que o técnico assumiu o comando do elenco. Trata-se do trabalho direto após roubar a bola.

Com a posse de bola, o time reserva avança até o campo defensivo do time titular. Neste momento, Mancini apita, fazendo com que a posse mude de lado, independentemente, da condução imposta pelo time reserva. O objetivo é articular melhor os contragolpes. “Nós temos que recuperar logo a bola e partir para cima, com toques rápidos. Foi assim no primeiro gol contra o Palmeiras”, lembra o volante Tobi. Na ocasião, Rithely desarmou o adversário e enfiou a pelota para Jheimy, que, no lado direito da área, deu a assistência para o gol de Marquinhos Paraná. O lance aconteceu justamente na noite em que o time registrou o maior número de desarmes, crescendo desde a estreia. De 15 para 28 e, em seguida, para 31.

Nas últimas duas apresentações, o volante Rivaldo liderou a estatística, com oito bolas roubadas diante do Peixe e mais seis contra o Verdão. “O Sport vem montando um time tático para esse Brasileirão, que será muito difícil”, completou Tobi, reconhecendo o limite técnico da equipe até o momento. Sem peças no meio-campo, a tendência é que o Sport siga com menos posse de bola diante de adversários qualificados, como o Cruzeiro, adversário no próximo domingo, no interior mineiro, em Varginha. Para surpreender e continuar pontuando, o time terá a seu favor o atacante Felipe Azevedo, integrado ao esquema, buscando o jogo na intermediária.

Em 2011, Felipe Azevedo marcou 11 gols no Brasileirão com a camisa do Ceará. ele jogava de forma parecida, até mesmo porque Mancini também comandou o Ceará. “Não sou de ficar enfiado na área, gosto de me movimentar. Foi assim que saiu o meu gol (um chute de fora da área)”, disse.

Tática
Posse de bola e desarmes
Sport           42%
Flamengo       58%

15 desarmes leoninos

5 Rithely
3 Tobi
2 Bruno Aguiar

Sport         33%
Santos        67%

28 desarmes leoninos

8 Rivaldo
6 Edcarlos
4 Moacir

Sport         43%
Palmeiras    47%

31 desarmes leoninos
6 Rivaldo
5 Bruno Aguiar
4 Rithely

Fonte: Footstats