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Dirigente do Sport relembra negociação com Riquelme, que poderia ter se aposentado no Leão

Meia anunciou aposentadoria no último domingo, após defender o Argentinos Junior

postado em 26/01/2015 17:30 / atualizado em 26/01/2015 18:32

Alexandre Barbosa /Diario de Pernambuco

AFP PHOTO
No último domingo, um dos principais jogadores de futebol da Argentina nas últimas duas décadas, Juan Román Riquelme, anunciou sua aposentadoria, aos 36 anos. Fez isso após jogar a segunda divisão argentina e conquistar o acesso com o Argentinos Júnior. A equipe ficou marcada como a última da carreira do meia. Mas essa história poderia ser diferente. E esse time esteve muito perto de ser o Sport.

Tudo começou quando Riquelme decidiu não jogar mais pelo Boca Juniors, clube pelo qual viveu os maiores anos da sua carreira, mas onde havia se desgastado nos últimos anos. Estava aberta a disputa pelo meia, em meados de maio de 2014. O interesse do Sport era real, embora, na época, os dirigentes fizessem de tudo para negar. "Se fosse vocês negociando, admitiriam?", questionou o então vice de futebol do Leão, Sérgio Kano.

Por algum tempo, o negócio foi mantido em sigilo. Mas em dado momento, não havia como negar. E então o Sport admitiu a negociação com Riquelme, um craque que viria para agregar valor dentro e fora de campo. Um patrocinador bancaria os salários do jogador, que chegariam a R$ 700 mil mensais. Além do alto salário, o meia fez outras exigências. Disposto a contar com o jogador a qualquer custo, o Leão aceitou todas.

"Ele (Riquelme) esteve muito perto de acertar com a gente. Negociamos durante algum tempo. Ele estabelceu alguns pedidos e condições. Nós construímos então uma equação financeira e conseguimos atender a tudo o que ele queria", afirmou o vice-presidente do Sport, Arnaldo Barros, que esteve envolvido nas negociações na época. "Mas ele começou a pedir tempo e mais tempo para resolver a situação dele com o Boca. Nós queríamos alguma garantia da parte dele, o que não houve".

O Sport chegou a enviar o seu executivo de futebol, Ney Pandolfo, a Buenos Aires, viagem que nunca foi confirmada oficialmente pelo clube. Na capital argentina, o dirigente conversou com o procurador de Riquelme, Daniel Angelici, e o irmão do meia, Cristian Riquelme. "O Ney foi para lá e conversou com o procurador e o irmão de Riquelme. Já havíamos acertado salários e contrato, após trocar várias mensagens", contou Arnaldo Barros, enfim, admitindo o envio de um emissário à Argentina.

Os pedidos de adiamento acabaram aborrecendo a diretoria do Sport. O tempo passava, a cobrança era cada vez maior, principalmente, da torcida, que ficou ansiosa com a possibilidade da contratação de Riquelme. Um prazo final foi dado. "Dissemos: 'Se não responder até tal dia, não tem mais negócio'", revelou Arnaldo. A vontade de permanecer na Argentina acabou falando mais alto e, em julho, o meia assinou com o Argentinos Junior, clube que defendeu na infância. O tempo de contrato foi exatamente o mesmo acertado com o Leão: seis meses.

"Fizemos um esforço grande para contar com Riquelme. Estivemos perto. Mas como em todas as negociações do Sport, procuramos conduzir tudo com segurança. E acabou faltando um pouco disso da parte dele, que em nenhum momento quis estabelecer um compromisso conosco", contou Arnaldo Barros.