Em véspera de decisão no Campeonato Pernambucano, Sport tem ataque questionado

O técnico Eduardo Baptista cumpre o seu papel. Como treinador, tenta ser conciliador. Evita falar publicamente sobre a carência de um setor vital de sua equipe. Muito menos apontar o dedo a um atleta individualmente. Procura valorizar o trabalho coletivo. Enaltece o que chama de diluição de gols. Porém, há algo inevitável. A contestação ao ataque do Sport. O mês de abril já passa da metade e o Leão ainda procura a melhor formação para seu setor ofensivo. Uma posição em especial - a de centroavante. Samuel e Joelinton não convencem. Não passam a confiança necessária ao torcedor na função que lhes cabe: empurrar a bola para dentro do gol.

Não por acaso, o nome de Hernane “Brocador” tem sido falado - negociado, inclusive - como possível reforço para a Série A do Campeonato Brasileiro. Sobre a especulação acerca do ex-atacante do Flamengo, o treinador evitou comentar a eventual contratação, com um genérico “o Sport está sempre aberto às oportunidades para contratar.” Antes de emendar, de forma lacônica. “Não tem nada oficial e não posso falar nada sobre esse atleta”, limitou-se a dizer.

Às vésperas de um momento decisivo do Campeonato Pernambucano - amanhã o Sport enfrenta o Salgueiro pela partida de ida da semifinal -, Baptista preferiu prezar pelo que tem sob seu comando na atualidade. Para isso, minimizou as críticas negativas aos jogadores do elenco que teriam, por ofício, a missão de marcar mais gols. “Tem que trabalhar para marcar gols. A maioria dos gols do Sport está diluída. Não coloco a carga no Joelinton ou no Samuel. O que eu cobro é que ele se posicionem. Não cobro de determinado atleta”, argumentou.

A verdade é que em 2015 o Leão balançou as redes 41 vezes, em 23 partidas oficiais. Média de apenas 1,78 gol por jogo. Outro detalhe, entretanto, depõe ainda mais contra os centroavantes rubro-negros. Nenhum deles é o artilheiro do time no Estadual ou foi na Copa do Nordeste. Élber no Pernambucano (4 gols) e Diego Souza, Felipe Azevedo e Mike, 2 gols cada, no Nordestão.

Samuel 

Samuel reconhece que “deu uma caída” de rendimento nos últimos jogos. O atleta, contudo, avalia seu desempenho como bom. “Acho que é uma fase boa. Não tem porque ser ruim. Minha média de gols ainda é boa, não é ruim”, justifica, ao mesmo tempo em que se contradiz, admitindo que é preciso ir além do que tem produzido. “Mas, espero evoluir mais”, confessa. E, para isso, espera ter se livrado de vez das lesões que o prejudicou no início da temporada. “Sem se machucar, não tendo mais lesão - que é o mais importante -, aí eu vou ter a sequência que preciso”, finalizou.