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PERNAMBUCANO FEMININO

Experiência x amadorismo: Sport e Porto decidem vaga na final do Estadual feminino

Equipes se enfrentam neste domingo, às 15h, na Ilha do Retiro

postado em 24/06/2017 19:00 / atualizado em 24/06/2017 22:49

Williams Aguiar/Sport Club do Recife // Arquivo pessoal
Foram quase dois anos inativo, mas menos de um mês para o time feminino do Sport se reestruturar e obter resultados. No elenco, 29 jogadoras. Uma estrangeira, da Argentina. E outras oito com passagem pela seleção brasileira. O treinador também veio de longe. Graduado pela USP-SP, Jonas Urias destacou-se pelo trabalho no Centro Olímpico, de São Paulo. Há 130km da capital, em Caruaru, um time caseiro. Na verdade, com três atletas de fora. Uma zagueira de Surubim e duas atacantes de São Caetano e Toritama. Há dois anos, o time do Porto é treinado por Valdênio Santos, natural da cidade. Um confronto que coloca frente a frente realidades opostas e define um dos finalistas do Campeonato Pernambucano Feminino de 2017, neste domingo na Ilha do Retiro, às 15h.
 
No Recife, a solidez de Lorena debaixo das traves. A velocidade de um ataque formado por Jayanne e Juliana. Nos últimos dois jogos do Estadual, um número impressionante de 32 gols marcados. Em Caruaru, a leveza quase infantil. O início da briga por sonhos. Uma equipe guiada pela dupla ofensiva Rayza e Isabel. 15 e 17 anos, respectivamente. Residente do município de Toritama, a primeira atacante, que comemora aniversário exatamente uma semana depois da final, ainda estuda. A semana, de fato, não poderia ser mais decisiva. Dois confrontos de semifinal e uma semana de provas na escola entre os jogos.
 
“Às vezes eu paro e penso: caramba eu sou a jogadora mais nova do time participando do campeonato, aí vem o medo, a falta de experiência, a ansiedade de nunca ter participado de um campeonato profissional, mas logo quando entro em campo isso muda, dou o máximo de mim, naquele momento você só quer se superar. Está sendo uma experiência muito boa.  Participar de um campeonato assim, com jogadoras rodadas, profissionais. Jogar contra times como Sport, Náutico, Ferroviário. Nunca irei esquecer”, conta Rayza.
 
A partida de ida entre as equipes, no último fim de semana, é o retrato da diferença técnica existente. As rubro-negras deixaram Caruaru com uma vitória por 10 a 0. Um abismo de 10 gols mascarado por um regulamento contestável, já que, diferente do usual, o saldo de gols não serve como critério de desempate. Assim, uma vitória simples do Porto leva a decisão para os pênaltis na Ilha. O que, apesar do resultado no primeiro confronto, não tranquiliza as rubro-negras.
 
“Não pensamos que vai ser um jogo fácil, mas vamos fazer com que se torne. Vai ser um bom jogo, onde ambas equipes vão ir com tudo buscando a classificação. Vamos colocar em prática novamente tudo o que estamos treinando, vamos impor o nosso ritmo de jogo do começo ao fim”, frisou a goleira Lorena, uma dentre as oito atletas do Sport já convocadas para a seleção brasileira. O nível de superioridade técnica, no entanto, facilita o jogo para as leoninas na Ilha do Retiro.
 
Mas a discrepância não deve ditar a determinação das equipes em campo. No interior do estado, o jogo vale tudo e mais um pouco. Para Rayza, vale a história. “Espero tentar melhorar onde a gente errou. Apesar da derrota em casa, o saldo de gols não importa. Para mim não é impossível, não existe impossível. Iremos com tudo. E caso a gente não ganhe, já fizemos história. Estamos entre os quatro times finalistas. Somos vitoriosas só por ter um time amador e chegar até a semifinal.”