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A voz da torcida em campo, volante Rithely conquista novo título pelo Sport

Autêntico nas palavras e com raça aliada a técnica, jogador é referência

postado em 29/06/2017 00:09 / atualizado em 29/06/2017 00:46

Ricardo Fernandes/DP
Impulsionando em busca da vitória. Suspirando com as chances perigosas. Entoando gritos nos momentos de falha. Cobrança. Vontade. É como a torcida do Sport costuma ser. Mas é também como Rithely costuma ser. São sete anos defendendo as cores rubro-negras. Na Ilha do Retiro, a construção de uma história de identificação com as arquibancadas. Vestindo a camisa 21, o volante é a voz da torcida dentro de campo. Calada por dois anos, na noite desta quarta-feira 28 de junho de 2017, ela voltou a entoar o grito de campeão.

"A qualidade a gente sabe tem o nosso time tem. Faltava igualar na pegada, quando igualasse, iríamos nos sobressair. Foi o que aconteceu hoje. A gente jogou um jogo como uma decisão e quando se joga desse jeito, fica difícil perder", disse o volante, após a vitória do Leão sobre o Salgueiro por 1 a 0, na noite desta quarta-feira.

Mas nem sempre foi assim. Em seus primeiros anos no Leão da Ilha, Rithely foi alvo constante de críticas da torcida. E fez disso um combustível. Cresceu como jogador. E virou o jogo. A história de identificação foi, de fato, construída à base de dedicação e confiança. O título no interior não foi o primeiro de Rithely pelo Leão, diferente de Diego Souza. Muito menos o nono, como no caso de Magrão. Apesar do longo período de tempo no clube, a taça de campeão pernambucano foi somente a terceira levantada pelo camisa 21. Antes disso, Rithely havia conquistado apenas a dobradinha de 2014: Estadual e Copa do Nordeste.

Neste ano, atuou em sete jogos durante a disputa do Pernambucano. Não chegou a marcar gol. Mas o camisa 21 não precisa balançar as redes para ser determinante para o Sport em campo. Atuando como primeiro volante, é dos pés do jogador que nascem a maior parte das transições para o ataque leonino. Referência no Rubro-negro, é símbolo de liderança dentro de campo. E, claro, qualidade. Entre as quatro linhas, exerce o papel daquele conhecido como 12º jogador. Ou, ao menos, do que as arquibancadas da Ilha representam ao Leão da Praça da Bandeira. Um misto de empenho, dedicação e raça. Sedento pela vitória.

Não à toa, Rithely esteve cotado para integrar a convocação da Seleção Brasileira em duas oportunidades. A primeira pelas Eliminatórias diante de Bolívia e Venezuela, na vaga de Paulinho, que estava suspenso. E a segunda para o amistoso com a Colômbia, no Engenhão. Mas acabou de fora das duas. Ainda no início do ano, Rithely esteve na mira do eixo Sul-Sudeste. Sondado por Atlético-MG e Internacional, recebeu propostas de Corinthians e, mais recentemente, Palmeiras. Mas até 2022, período do contrato, seu destino deve ser o mesmo das últimas seis temporadas: a Ilha do Retiro. Podendo aumentar a quantidade de títulos para além dos três que já possui.