SALGUEIRO

Esperançoso, Salgueiro terá de reencontrar motivação no Estadual para superar o Sport

Carcará é o lanterna do seu grupo na Série C e o clube aponta a longa distância entre os jogos decisivos como culpada pela queda de rendimento do time

postado em 27/06/2017 08:30 / atualizado em 27/06/2017 08:40

Peu Ricardo/DP
O dia 20 de maio poderia ficar marcado na história da cidade de Salgueiro e também para o futebol do estado. Poderia, se a final do Campeonato Pernambucano não sofresse com um hiato de mais de 50 dias entre as duas partidas finais. Bem verdade que não se pode cravar que o clube sertanejo superaria o Sport, ainda que jogando em casa e com um bom resultado a seu favor. Entretanto, também é necessário considerar que este Salgueiro que entrará em campo no Cornélio de Barros, nesta quarta-feira, já não é mais o mesmo Salgueiro que deixou o torcedor rubro-negro ressabiado após o empate em 1 a 1, na Ilha do Retiro.

Ainda que a final no interior seja um fato inédito, o longo intervalo entre as duas partidas acabou arrefecendo o clima de decisão em torno do jogo. O presidente do Salgueiro, José Guilherme, reconhece o desânimo. “Eu sinto o grupo (de atletas) um pouco desmotivado. Não apenas eles, mas os dirigentes e até a cidade também.” E aponta os sucessivos adiamentos das datas como fator determinante. “Foi uma situação que infelizmente desmotivou muito.”
 
É sempre difícil trabalhar no campo da suposição. Ainda mais quando se trata de futebol, onde o clichê de ‘caixinha de surpresas’ vez ou outra vem à tona. Mesmo assim, o mandatário do Carcará acredita que o seu time poderia apresentar um rendimento muito melhor, caso a grande decisão fosse mesmo realizada no dia 20 de maio, há quase dois meses.
 
"Claro que, se nós formos comparar equipe por equipe, clube por clube, o favoritismo será sempre dado ao Sport, independente da situação. Mas naquele momento ali, quando terminamos o Hexagonal em primeiro lugar e tiramos um grande clube como o Santa Cruz na semifinal, nós tínhamos um time muito encaixado e motivado, além de todo o clima que existia na cidade. Infelizmente isso se perdeu”, lamenta.

A esperança

Mas se engana quem achar que o Salgueiro jogou a toalha. Mesmo sufocado, com a corda da lanterna do grupo A da Série C presa no pescoço, o Carcará não se dá por vencido e espera contra o Sport recuperar os bons resultados obtidos no início do ano. Seja pelo resgate do bom futebol ou mesmo pela raça dentro de campo.

 
“Claro que não desistimos. Para esse jogo final, por ser um jogo completamente diferente, e por se tratar de um mata-mata, pode ser que a gente consiga um bom resultado, mas sabemos que vai ser um desafio muito difícil”, destacou José Guilherme.

Caso a taça permaneça em Salgueiro, não será uma desconhecida da cidade. Desde o dia 6 de junho ela esteve presente no Sertão do estado e foi utilizada para promover a decisão entre os sertanejos. Empresas, pequenos comércios, escolas e até mesmo a igreja de Santo Antônio - durante a novena, receberam o troféu como forma de incentivo.

Caminho difícil

Se já não fosse suficiente todos os problemas que o Salgueiro luta contra, além do Sport, o clube sertanejo ainda terá que vencer o cansaço para conquistar o título. Após a derrota do último sábado para o Sampaio Corrêa, por 1 a 0, a delegação do Carcará viajou até Fortaleza de avião, fez uma pausa e, de lá, retornou a Salgueiro de ônibus. São quase 600 Km na estrada, além dos mais de 900 Km percorridos de avião.

Na Série C, em sete jogos disputados, o Carcará venceu apenas uma vez, empatou dois jogos e perdeu outros quatro. Soma um aproveitamento de 23,8%.