COPA

Estudantes de turismo aproveitam a Copa para a traçar um perfil dos torcedores estrangeiros

Objetivo é entrevistar 2.800 gringos na entrada do Maracanã até o fim do Mundial. Cada questionário traz 30 perguntas

postado em 18/06/2014 14:20 / atualizado em 18/06/2014 14:31

Cassio Zirpoli/DP

Cassio Zirpoli
Enviado especial

Rio de Janeiro - A quantidade de torcedores estrangeiros no Maracanã nos jogos da Copa do Mundo de 2014 passa de 30 mil, por baixo. Aproveitando este nicho, o curso de turismo da Universidade Federal Fluminense criou uma pesquisa para traçar o perfil desses torcedores/turistas. Trajados com um colete azul com as palavras "survey" e "encuesta", ou pesquisa em inglês e espanhol, os alunos do 7º período vão fazendo 30 perguntas aos torcedores.

O trabalho começou no domingo, com Argentina x Bósnia - a pesquisa vale para torcedores de qualquer país estrangeiro -, e segue com Chile x Espanha. Sempre na entrada do estádio, horas antes do ponta-pé inicial. O objetivo é manter a produção de dados até a final. Ao todo, são 20 alunos, cada um com a missão de entrevistar 20 pessoas. Ou seja, 400 por partida. Nos sete jogos no Mário Filho, a pesquisa deverá contar com 2.800 entrevistados.

No questionário, perguntas como motivação da viagem, meio de hospedagem, estado civil, país de origem, companhia, principal meio de transporte etc. Opções de múltipla escolha ou do projeções de 0 a 10. "É importante aproveitar essa oportunidade da Copa para fazer um planejamento sobre esse público. Com isso, podemos saber o que falta na cidade, na visão deles, e o que está funcionando bem", explica a estudante Jéssica Siqueira, de 26 anos.

A principal queixa, segundo os dados preliminares, é o preço de produtos e serviços cobrados nos bares, restaurantes e hotéis. A pesquisa foi realizada pela primeira vez, em menor escala, na Copa das Confederações de 2013, que também teve o Maracanã como palco principal. Desta vez, o estudo contou até com um investidor. "O futebol muda o perfil do público, porque ele vem pela motivação do time mais do que pela motivação de conhecer a cidade. Mas é turista do mesmo jeito", diz Jéssica, que já havia entrevistado cinco chilenos, todos receptivos à ideia. As respostas são processadas instantaneamente em tablets.