REFENO
Sonho de criança: a história de Moacir Marte e o veleiro Bona ganham as águas de Noronha
Desejo de consumo, velejador recuperou embarcação abandonada por oito anos
postado em 23/09/2014 08:15 / atualizado em 23/09/2014 10:14
Moacir continuou a velejar e sempre passava pelo barco, acompanhando o avanço das marcas do abandono. Até que, um dia, decidiu ir em busca do português que havia comprado o Bona em um leilão. Ficou sabendo, então, o motivo de tê-lo deixado de lado: estava passando por um período de dificuldade financeira. Soube ainda que a paixão da sua infância por pouco não foi transformada em pregos - ia ser vendido como sucata para “reciclagem”. Resolveu intervir. “A negociação durou uns três anos para ser concluída. Enfim, consegui”, afirmou.
Satisfeito com a compra, Moacir decidiu reformá-lo. Queria revestí-lo de forma clássica. Levá-lo de volta ao passado, à originalidade. Como realmente tinha sido criado, em 1950. “Foram cinco anos de reforma (2008-2013) para tentar deixar ele bem original. Ficávamos querendo saber como era realmente o antigo Bona. O projeto foi baseado nele para manter as características da década de 1950”, explica.
Companhia
O médico nunca esteve sozinho neste projeto. Quando fala sobre a reforma, faz questão de falar sobre um grande amigo. Amizade forte, que já vem durando muitos anos. O comandante Antônio Vieira também teve grande participação na realização do sonho - colocou a mão na massa durante toda a reforma. “É uma parceria que vem há mais de 14 anos. Como a minha família não gosta muito de velejar como eu, ele é a minha dupla. É como se fossemos irmãos”, confessa Moacir, que está inscrito na tripulação do Taru Ande (atual nome do antigo Bona), na 26º Regata Internacional Recife - Fernando de Noronha, que acontecerá no próximo sábado. Esta será a primeira regata oficial do veleiro após a reforma.