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SOLIDARIEDADE

Corrida Solidária promovida por estudantes da UFPE vai prestar socorro a pessoas no Haiti

Liderados pelo haitiano Jean Baptiste Joseph, grupo denominado Querido Haiti vem promovendo campanhas para ajudar o país devastado em 2016 por um furacão

postado em 16/01/2017 10:49 / atualizado em 16/01/2017 11:54

Julio Jacobina/DP
Mais de cinco mil quilômetros separam o Recife da cidade de Porto Príncipe, capital do Haiti. Entre ambas, uma ponte de solidariedade está encurtando a distância e os laços entre os dois povos. Com ela, em vez de cinco mil, em apenas cinco quilômetros um pernambucano pode chegar ao Haiti. A mágica de ignorar o espaço e as fronteiras vem dos estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Capitaneados pelo haitiano e mestrando em Gerenciamento e Simulação de Petróleo na UFPE Jean Baptiste Joseph, um grupo de 14 amigos criou o projeto “Querido Haiti”, que já enviou duas remessas de socorro humanitário ao país caribenho e agora encerra a campanhaVentos de Solidariedade ao Haiti com a Corrida Solidária, que acontece no próximo domingo, dia 22 de janeiro, às 7h. O percurso, de cinco quilômetros, acontecerá no próprio campus da universidade, com largada e chegada no CTG. No dia do evento, também haverá um ponto de arrecadação de alimentos, roupas e brinquedos para ajudar pessoas do sertão pernambucano.

A onda solidária nasceu dias após a catástrofe causada pelo furacão Matthew, no início de outubro de 2016. País mais pobre das Américas, o Haiti ainda buscava se reerguer do desastre causado pelo terremoto de 2010, que matou mais de 200 mil pessoas. Devastador, o furacão piorou ainda mais as condições de miséria em que vive 60% da população, deixando milhares de casas e cidades destruídas. Um contraste absoluto à belíssima costa do país caribenho, tão lindo e ao mesmo tempo tão sofrido. O Haiti detém o maior número de vítimas fatais em razão de catástrofes naturais no mundo. Mais de 230 mil pessoas morreram nos últimos 20 anos.

“Com uma semana de projeto, arrecadamos R$ 4 mil e enviamos esse dinheiro para fazer a distribuição de donativos. Pelo sucesso, conseguimos fazer o projeto e ganhar o apoio da UFPE. Passamos a ter a marca do “Querido Haiti”, vendemos camisas, canecas, bolsas e com isso arrecadamos mais R$ 5 mil”, contou Jean Baptiste Joseph que está em Porto Príncipe. Na devastada cidade de Jean Rabèl ele já entregou 150 kits com água, açúcar, manteiga, arroz, feijão e óleo.

“Entregamos poucas coisas porque queríamos ajudar o máximo de pessoas possíveis, disse a esposa de Jean, Iracema Calixto, que está no Recife ajudando na organização da corrida. Casada há cinco anos com o haitiano, ela irá conhecer o país do marido dois dias depois da corrida e ajudará na entrega de novos donativos. A intenção é fazer a doação no sul do país, parte mais devastada pelo furacão.

Serviço

Data da corrida: 22 de janeiro
Horário Largada: 7h
Local do evento: Recife, campus da UFPE
Largada e chegada: Centro de Tecnologia e Geociências (CTG)
Percurso: 5 quilômetros
Até quando se inscrever: 18 de janeiro
Preço da Inscrição: R$ 50
Premiação ao vencedor: Voucher de um mês de academia na Plataforma Academia ou EastyTeam e o Kit Querido Haiti
Onde se inscrever: através do site queridohaiti.wixsite.com/campanha/eventos ou da plataforma www.corre10.com.br. O interessado também pode fazer a inscrição presencialmente na secretaria do Laboratório de Métodos Computacionais em Geomecânica (LMCG), no CTG, de segunda a sexta, das 9h às 16h. As inscrições (bem como doações) podem ser feitas através de depósito na conta do banco do Brasil e envio do comprovante para o e-mail queridohaiti@gmail.com. Conta: 39020-8; Agência:035-5. Iracema Carla Calixto da Silva. CPF:066050264-03.
Como ajudar o Haiti: https://www.vakinha.com.br/vakinha/vento-de-ajuda-ao-haiti
Divulgação/Querido Haiti

Saiba Mais

Em 2016, uma média de 20 pessoas morreram por dia tentando fugir da pobreza através do oceano vislumbrando chegar a um novo destino - total no ano de 7.496 mil migrantes mortos. Nos últimos três anos, o número total de óbitos chegou à soma de 18.501, sendo 5.267 vítimas em 2014 e 5.740 em 2015.

Cerca de 1,4 milhão de haitianos precisam de ajuda alimentar após o furacão Matthew ter promovido mais de mil mortes e uma devastação generalizada de culturas agrícolas em grandes áreas da ilha caribenha. Mais de metade de a metade dessa população – 800 mil pessoas – precisa de assistência alimentar emergencial

No Brasil, cerca de 1,2 milhão de pessoas vivem como migrantes, segundo dados do Ministério da Justiça. Pouco mais de 20% desse contingente é de portugueses, seguidos por bolivianos (7,4%), japoneses (7%), haitianos (6,1%) e italianos (6%)

De acordo com avaliação realizada pela FAO, pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA) e pela Comissão Nacional do Haiti sobre segurança alimentar, estima-se que 1,4 milhão de haitianos precisem de assistência humanitária, dos quais 806 mil estão em necessidade de ajuda alimentar urgente.

Quase 60% dos 10,5 milhões de haitianos vivem abaixo da linha da pobreza (2,44 dólares por dia) e 24% na extrema pobreza (1,24 dólar por dia). Mais de 175 mil pessoas ainda estão em abrigos após o furacão

Fonte: ONU