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Entrevista: "Minha aposta nesse Maria Lenk vai ser nos 50m livre", diz Etiene Medeiros

Pernambucana vai dar um tempo nos 100m costas, que já foi sua preferida

postado em 30/04/2017 16:00 / atualizado em 30/04/2017 17:26

Igo Bione/Divulgação
 

Qual a expectativa para este Maria Lenk?

Estou tranquila com os meus treinos. Venho me dedicando para essa seletiva, tenho meu objetivo, mas não me mato como há três, quatro anos. É um início, uma retomada. Não estou na minha melhor performance física, porque isso tem que construir a longo prazo, até chegar a 2020. Não que eu tenha regredido, mas é um tempo até para a nossa cabeça. Assim, vamos retomando devagar, progressivamente. Sei que vai ser difícil, mas não deixo nunca de tentar

Olhando o balizamento, senti falta do seu nome entre as inscritas na prova dos 100m costas. Qual o motivo de ter optado por ficar de fora?

Estou numa fase diferente, querendo estar mais focada em outras coisas. Depois dos Jogos, quando não consegui nadar bem ela (100m costas), foquei em outras provas. Quero respirar dessa prova. Trabalhar bem ela fora da piscina para depois voltar. Estou tranquila agora para o Maria Lenk, com um bom repertório. Não me incomodo com isso (não disputar os 100m costas). A minha aposta nesse Maria Lenk vai ser nos 50m livre, que vai ser na última etapa, no sábado. É a prova que vou focar pensando no Mundial

Essa decisão de focar nos 50m livre é uma herança do que vocês viveu no Rio-2016?

Com certeza é uma herança. O feito que consegui fazer ano passado, carrego ele pra tudo. Não só dentro d'água. Com certeza, toda essa bagagem que adquiri no ano passado, reflete hoje, nessa volta aos treinos. É uma prova em que estou na disputa, apesar de a gente estar retomando o treino. Fomos para a mesa, junto com o técnico e decidimos. Meus tempos foram de acordo com o que estamos pensando para hoje. Podia ser melhor, sim, mas estou satisfeita


Você falou que teve um início de ano diferente, com uma folga até um pouco mais longa que o normal, após a última temporada, que foi bem puxada. Deu para descansar, principalmente, a cabeça?

A gente tirou o mês de dezembro para descansar, foi uma folga grande. Mas a gente fala que nem sempre dá pra descansar de tudo. Confesso que no início de ano foi bem difícil retomar. Mas isso é normal no pós-Olimpíada, porque você termina um pouco esgotado. Mesmo assim, me mantenho firme, sei dos meus objetivos. Tenho missões pela natação. Tenho uma instituição que me apóia, que é o meu clube, o Sesi-SP, e meu técnico também

No início do ano, você disse que um dos objetivos na temporada era participar de todas as etapas da Copa do Mundo de natação, mas que para isso precisaria de um apoio financeiro. Como anda essa plano?

Eu disse que só iria se tivesse um retorno financeiro que me ajudasse, mas infelizmente nada surgiu. Foram muitas portas fechadas nesse tempo, e para correr esse circuito tem que ter uma ajuda de custo muito boa. Mas ainda penso sim, em tentar ir por conta própria ou pelo menos participar de algumas etapas, com o apoio do Sesi-SP, porque vale muito a pena para mim e para a instituição. Vamos passo a passo, aos poucos. Tem que ter o pé no chão. Primeiro tem o Maria Lenk, depois tem o Mundial de Budapeste, se realmente conseguirmos essa vaga.

O momento político da natação está bastante conturbado, com tudo o que aconteceu na CBDA. Você acha que isso pode afetar os atletas nesse Maria Lenk? Vocês conversam sobre isso?

Temos um grupo hoje com vários atletas e ex-atletas, no qual a gente consegue conversar diariamente sobre isso. É um momento difícil não só na natação, mas em outros esportes também. A natação está em voga agora e a gente sabe o quanto é difícil lidar com tudo isso, porque tem que acordar, tem que treinar, porque não sabe o dia de manhã. Hoje a natação vive uma crise, que a gente tenta solucionar, mas quem vai sentir é o próximo ciclo, a base. Não sabemos qual o futuro deles. Esperamos que seja diferente. Agora cabe a cada atleta focar e estar determinado com o que quer. Se vai se preocupar com isso, com outras coisas. Tem que ter o equilíbrio em tudo.