CAMPEONATO PORTUGUÊS
Porto inicia reformulação através de Lopetegui
Novo técnico do Porto chega com carta branca para revolução no modo de contratar
postado em 26/07/2014 08:00
O clube se tornou conhecido na Europa por contratar barato para depois revender bem mais caro. Nas últimas dez temporadas, o Porto gastou 285,61 milhões de euros em contratações e faturou 567,54 milhões em vendas. Transações que geraram um lucro de 281,93 milhões. Há o caso emblemático do lateral esquerdo francês Cissokho, contratado em janeiro de 2009 por 300 mil e vendido seis meses depois, ao Lyon, por 16,2 milhões. Para não falar dos colombianos Falcao García e James Rodríguez, que custaram 5,4 e 7,35 milhões, e saíram por 47 e 45 milhões, respectivamente.
Essa prática sempre foi acompanhada por outra característica marcante no modus operandi da diretoria do Porto. Há 32 anos à frente do clube, o presidente Jorge Nuno Pinto da Costa sempre fez questão de frisar que é a estrutura diretiva que define as contratações dos portistas. Aquilo que ficou conhecida por “estrutura” seria a responsável pela prospecção e aquisição de novos talentos. Jogadores escolhidos pelos treinadores? Só como mimos do presidente ao técnico, mas não mais do que dois a cada janela de transferência, enfatizava Pinto da Costa.
Respaldo
Com Julen Lopetegui, a situação tem sido bem diferente. O treinador basco comandou as categorias de base da Espanha nos últimos quatro anos e, dizem em seu país, estaria na linha de sucessão de Vicente del Bosque. Campeão europeu sub-19 e sub-21, Lopetegui chegou ao Porto com moral. Tanta moral que apresentou à direção do clube uma lista de reforços que parecia difícil de ser satisfeita. Porém, um a um, os jogadores foram chegando.
Mais do que os valores gastos – até aqui 28,7 milhões de euros -, o que surpreende é também a liberdade que Lopetegui tem para negociar diretamente com os jogadores. Foi assim com as jovens promessas espanholas Cristian Tello (Barcelona) e Óliver Torres (Atlético de Madrid, ambos emprestados ao Porto. Por empréstimo chegou, do Real Madrid, o brasileiro Casemiro. Vale ressaltar que os azuis e brancos não tinham como prática contratar jogadores emprestados.