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Diretoria do Náutico nega veto a entrevistas, detalha dívidas e revela conversa com elenco

Gestores ainda dizem que atraso salarial foi tratado com sensacionalismo

postado em 28/03/2017 16:50 / atualizado em 28/03/2017 17:09

Rafael Brasileiro/DP
Como na terça-feira não haveria entrevista de atletas ou membros da comissão técnica após o treinamento, a direção de futebol do Náutico veio até a sala de imprensa do CT Wilson Campos para esclarecer tudo o que vem se passando dentro do clube. O assunto, logicamente, era o aspecto financeiro que está atrapalhando o andamento dos trabalhos no Alvirrubro e tem sido o assunto mais recorrente nos últimos dias nos Aflitos.

O primeiro esclarecimento foi em relação à decisão de que os atletas não dariam entrevistas até o pagamento dos salários. O que antes era uma decisão sem data para ser revogada já ganhou prazo de validade. Não que isso signifique que os compromissos foram honrados, já que será algo tratado apenas internamente. “Não foi adotada nenhuma coletiva hoje (terça) porque nós viemos para a coletiva. Não tem isso de lei do silêncio. A partir de amanhã, teremos jogadores aqui concedendo entrevista coletiva”, explicou o diretor de futebol Eduardo Henriques.

Antes de irem para a entrevista, os diretores de futebol Eduardo Henriques e Marcílio Sales, além do presidente Ivan Brondi e o diretor financeiro Sérgio Lopes, foram até o hotel do CT Wilson Campos para conversar com os atletas e esclarecer como os vencimentos seriam pagos. “Fizemos questão de reunir de todos os atletas para explicar de onde vêm todas as receitas. Escutamos que o Náutico só teria verba até o meio do ano, que não teríamos como honrar os compromissos. Isso começa a criar uma condição complicada para nós”, explicou Marcílio Sales.

A culpa do mau momento financeiro não devido a erro de gestão ou de cálculos mal feitos, segundo Sales. O grande problema foram as causas judiciais que bloquearam valores que o Náutico tinha a receber. “O Náutico tem 115 anos e tem várias ações trabalhistas e isso, às vezes, foge do nosso controle. Tomamos todas as ações possíveis para recolocar as coisas no lugar certo e deixamos claro aos atletas como iremos resolver os problemas. A gente não pode dizer que outras (ações) não virão. Tomamos todas as medidas cabíveis através do departamento jurídico. Iremos honrar os pagamentos e o que temos na justiça. Mas pagaremos o que o clube pode pagar no momento”, explicou Sales.

Atrasos de 2016 e 2017

Além de admitir que deve os direitos de imagem de janeiro e fevereiro, além do salário na carteira de trabalho do mês de fevereiro, Sales reconheceu que o clube ainda tem alguns vencimentos de 2016 para serem quitados. Tanto para atletas que estão no clube como para jogadores que não fazem mais parte do elenco alvirrubro.

“No ano de 2017, o Náutico deve uma carteira e uma imagem. Do ano passado, ficou o restante de alguns atletas. Passamos que tínhamos algumas dificuldades no início do ano e que iríamos honrar. Falamos que, a partir de março, daríamos uma posição definitiva aos atletas que continuaram no clube. Deixamos claro, para aqueles que não estivessem mais ficando no clube, que também iríamos resolver isso no início de março. Ninguém conversa de acordo de pagamento sem verba. Aos de casa, logicamente, se dará uma prioridade maior. Quando houver esse recebimento, iremos procurar cada um para resolver”, prometeu.

Questionado sobre como manter o grupo focado nos trabalhos em campo, Marcílio, que foi o dirigente que mais falou durante a entrevistas, não tentou achar uma resposta mais simples. Foi direto. “Só tem uma resposta para isso: Pagando”.

Críticas à imprensa

Apesar dos esclarecimentos, a direção de futebol do Náutico deixou claro que não vem gostando do modo como o atraso salarial vem sendo tratado pela imprensa. “É só o começo (do ano). O começo está difícil. Fomos surpreendidos por essa ação civil e ficou difícil honrar os compromissos. Não estamos adiantando nenhuma verba até porque não temos como fazer isso. Não vamos fazer loucuras. Ainda colocaram a veracidade do bloqueio como uma cortina de fumaça. Isso não existe. Ouvi alguns relatos disso e acho que é até uma palavra dura, mas estão fazendo sensacionalismo. Estamos atrasando por causa de uma surpresa”, criticou o diretor Eduardo Henriques.