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Ronda Rousey terá dificuldades para encontrar nova adversária à altura

Após bater Bethe Correia, a próxima luta da norte-americana é a busca por rivais

postado em 03/08/2015 11:57 / atualizado em 03/08/2015 12:14

Redação /Correio Braziliense

Ao bater a brasileira Bethe Correia no UFC 190, por nocaute em apenas 34 segundos, no Rio de Janeiro, Ronda Rousey conseguiu manter a invencibilidade, agora de doze lutas, e a total supremacia sobre o cinturão da categoria peso-galo. Mas ganhou de bandeja um impasse: pela primeira vez, a norte-americana não tem mais adversárias à altura para vencer — ou mesmo para desafiá-la. Nessa espécie de limbo do octógono, a lutadora terá como nova rival a arte de convencer Dana White, presidente da franquia, a lhe arranjar uma desafiante de peso.
Alexandre Loureiro/ Inovafoto/ UFC

Na lista de pretensões, o grau de dificuldade é baixo. Miesha Tate clama por mais um confronto, mas não apresenta ameaça à invencibilidade de Rowdy, apelido de Ronda, que já conhece a estratégia da rival. A brasileira Cristiane Justino também tem provocado a musa da franquia. O obstáculo para o embate, nesse caso, é a categoria distinta das duas.

O desejo de “ser a lutadora perfeita” — expressado em vídeo do Ultimate Fighting Championship, que mostrou a preparação das lutadoras para o combate da madrugada do último domingo — é cada vez mais real para a norte-americana. Dentro do octógono, até agora, nenhuma adversária resistiu à chave de braço, uma de suas especialidades, ou ao nocaute de Ronda. Ao que parece, enquanto ela perseguir esse lema, ninguém vai conseguir derrubar a primeira e única detentora do cinturão na categoria peso-galo.

A estratégia e a presença da campeã ganharam o respeito de outros atletas. Nem mesmo os 2m de altura de LeBron James, um dos maiores ícones do basquete mundial, lhe dá a segurança de enfrentar a ex-judoca de apenas 1,60m. Na última terça-feira, ainda antes da vitória de Ronda sobre a brasileira, em resposta a um fã no Twitter, LeBron respondeu sobre quanto tempo ficaria em um ringue com Rousey: “O quanto ela quisesse que eu durasse”.

Fracas adversárias

A brasileira Bethe Correia entrou na luta do UFC 190 confiante: “A Ronda é um obstáculo que está no meu caminho, é simplesmente uma pessoa que está com o meu cinturão”. No último sábado, no Rio de Janeiro, a paraibana entrou no octógono afirmando que se consagraria a campeã peso-galo feminino destronando a adversária, detentora do título desde 2012. Tornou-se, entretanto, mais um número para a norte-americana: a 12ª luta e rival vencida, em alguns décimos de segundo.

Na disputa entre Bethe e Ronda, LeBron James mostrou que estava certo. Rowdy mostrou que tem o controle de manter o rival no ringue o tempo que achar necessário. Ou até o adversário “durar”. Foi assim com Bethe. As provocações apimentaram o combate, e a norte-americana quis lutar até o fim do terceiro e último round possível em uma luta de UFC. Conhecida por combates rápidos, desta vez, Ronda queria uma vitória conquistada de forma lenta. Mas não conseguiu seguir o plano. Bastaram apenas 34 segundos para Bethe Correia ganhar o título de falastrona e cair estatelada no octógono do UFC 190.

O posto — no caso, de provavél perdedora — poderia ser ocupado em uma próxima luta por Rin Nakai, que conseguiu passar por 17 disputas invictas no MMA. A japonesa, porém, ao estrear no UFC, em 2014, perdeu para Miesha Tate, adversária já derrotada duas vezes por Ronda — uma no Strikeforce em 2012 e outra pelo UFC no ano seguinte. O desempenho de Nakai também é inferior: nos 18 combates, tentou apenas 47 golpes, sendo 16 bem-sucedidos, um aproveitamento de 34%.

Rowdy arrisca mais. E acerta na maioria das vezes. Com cinco lutas a menos do que a japonesa Nakai, a norte-americana distribuiu 116 golpes e acertou 64%, ou seja, 75 deles. A qualidade de invicta na categoria peso-galo, ela divide com a compatriota Holly Holm, mas com vantagem para a dona do cinturão.

A diferença entre as duas é a quantidade de combates, o evento e o método utilizados para ganhar. Metade das 12 lutas de Rowdy foram no UFC e as vitórias foram conquistadas por nocautes e chaves de braço. Enquanto isso, Holm, de nove disputas, só tem duas lutas na franquia, ambas vencidas por decisão dos juízes.

Ronda até pode ser surpreendida por alguma adversária, mas será preciso uma mudança de categoria. No peso-palha, a “sósia” da lutadora é a polonesa Joanna Jedrzejczyk, com 10 lutas e nenhuma derrota. Invicta, a campeã estreou em 2012 e, nesse ano, conquistou o cinturão, antes pertencente à Carla Esparza, desde 2014.

Mais uma vez, porém, Rowdy entraria com mais peso em um hipotético combate: destaca-se por ser a primeira e única a ter o cinturão peso-galo há três anos, sem perder. E contando