Maracanã

Festa de encerramento da Copa tem Alexandre Pires, Shakira e filho da cantora

O canto "Mil gols", resposta aos argentinos, saiu das arquibancadas e foi acompanhado pelos dançarinos

postado em 13/07/2014 15:31 / atualizado em 13/07/2014 17:21

Lorrane Melo - Enviada especial /Enviada especial

AFP PHOTO / PEDRO UGARTE


Rio de Janeiro - A reciclagem da Seleção Brasileira começou pelas obras usadas na cerimônia de encerramento da Copa do Mundo. Quatro monumetos gigantes, exoesqueletos, fizeram malabarismos com as duas brazucas enquanto mestre salas e porta-bandeiras representavam cada uma das 32 seleções: Alemanha e Argentina, os finalistas, eram os destaques, com dois jovens vestidos com os uniformes das duas equipes. Dividida em cinco atos, a cerimônia teve 18 minutos, sete a menos do que a inaugural -- embora pudesse ser o contrário.

Dilma não viu o samba, estava presa no trânsito. Mas ainda que estivesse no Maracanã pontualmente às 14h20, com o estádio ainda vazio, demoraria a identificar o som abafado pelos "olés" argentinos vindos da arquibancadas. Gafieira, provavelmente, pelos passos executados pelas dezenas de casais verde-amarelo-azul no gramado coberto pela grande bandeira brasileira.

Durou cinco minutos até que o som, finalmente, mudasse para uma batida mais ritmada e pop, com a entrada de mulheres e tambores. No centro, embaixadinhas ofuscadas por Shakira na terceira apresentação dela em finais de Copa do Mundo e o cocar (uma tentativa de teclas de piano) de Carlinhos Brown. Desnecessário naquele calor. Mas "La la la" levantou o Maracanã e fez a torcida dançar. Os que estavam no corredor entraram para ver a mulher de Piqué rebolar com as pernas de fora no palco. E que mulher! Só se via ela no elenco de 400 pessoas -- e olha que a concorrência não era pouca com as passistas da Acadêmicos da Grande Rio.

Ouvir o inventor caxirola (aliás, por onde anda?) com "eu sou um brasileiro e mando um beijo para você" desafinado, depois, foi de doer os ouvidos.


A guitarra de Carlos Santana, Wyclef Jean com o brasileiro Alexandre Pires interpretando o hino oficial da Copa, "We will find a way" manteve a torcida em pé (uns poucos com os braços para cima) e surpreendeu com o clássico "Domingo eu vou ao Maracanã". O único problema é que ninguém sabia qual nome de time dizer ao fim. Fato irrelevante com a chegada de Ivete Sangalo, nobremente acompanhada por Fuleco que teve a ousadia de arriscar uns passos de - o que seria aquilo - frevo? Misturando sucessos, a cantora baiana, bem mais comportada que, só não levantou poeira porque, bem, o Maracanã foi um dos poucos estádios finalizados antes até da Copa das Confederações.

Enquanto Ivete dava show, Shakira - em uma relação bem mais amistosa do que a de Claudia Leitte com a de Jennifer Lopez há de se destacar - foi buscar o filho, Milan, para participar da bagunça boa, já que nem Colômbia nem Espanha deram chance ao garoto de subir ao palco da festa que não acabou com o fim da música dos organizadores. A "Mil gols", resposta aos argentinos, saiu das arquibancadas e foi acompanhada pelos dançarinos, que abandonaram o padrão-fifa e continuaram a dança. Por pouco tempo. A Copa havia entrado em contagem regressiva mais uma vez com o sentimento de que a festa poderia ser muito melhor. À noite. Ah, e teve música da Copa, sim, com Pitbull, J-Lo e Claudia Leitte. Afinal, "We are one". Só que no telão.

Não entendeu os atos?
Explicamos:

Ato 1: O futebol
Liberdade, solidariedade, diversidade e paixão, diz a Fifa


Ato 2: Encontro
Os dois finalistas são recebidos pelos outros 30 países participantes. Um momento lindo

 

Ato 3: O cortejo dourado
Referência à desejada taça da Copa do Mundo


Ato 4: Tributo ao futebol
Uma coreografia simbólica coloca frente a frente os dois finalistas. Um duelo de embaixadinhas, no caso


Ato 5: Show
As músicas porque tudo, quando não acaba em pizza, acaba em festa mesmo