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Corredores gastam cerca de R$ 3 mil por ano em inscrições de corridas

postado em 17/04/2014 11:55

Maíra Nunes - Especial para o Correio

Com mais de 50 corridas de rua agendadas ao longo deste ano, Brasília conta com provas quase todos os fins de semana. Para participar com frequência delas, no entanto, não basta fôlego. Também é preciso que os bolsos estejam preparados. O servidor público Alexandre Carvalho, de 40 anos, calcula desembolsar aproximadamente R$ 2,4 mil apenas com inscrições anualmente. Esse é o preço para competir pouco mais que duas vezes ao mês. “Nem penso no preço, mas sei que muita gente reclama”, observa Alexandre. “Mesmo considerando os valores injustos, acho que a maioria dos corredores não faz esse cálculo, somente no fim do ano percebe o alto custo”, completa.

A maioria das corridas de rua em Brasília custam entre R$ 40 e R$ 110 para o participante. Há competições que fogem a essa margem. A mais cara neste ano pede condicionamento físico proporcional à quantia cobrada pela inscrição. O atleta com intenção de percorrer sozinho os 100km da 11ª Volta ao Lago, em 1º de junho, terá de pagar R$ 375. Por outro lado, há opções gratuitas ou que exigem apenas alguns quilos de alimento como ingresso. Elas, porém, costumam ser bastante concorridas. “Quando tem uma corrida de graça, as vagas acabam em um dia”, reclama a professora Cláudia Maciel Pinto, de 46 anos.

Gustavo Moreno/CB/D.A Press


Cláudia enquadra-se em um perfil comum entre os novatos na modalidade. Certo dia, a professora participou de uma corrida a convite de uma amiga e logo aderiu à prática. “A gente se apaixona na hora que vai correr”, comenta. Foram necessários seis meses para ela sair dos 5km iniciais e conseguir completar uma meia maratona (21km). Empolgada, Cláudia praticava três vezes na semana e estava em uma competição da cidade todo domingo. “Foi assim durante o meu primeiro ano, até que me lesionei”, conta.

Se continuasse nesse ritmo, Cláudia gastaria aproximadamente R$ 3 mil ao fim de 2014 —considerando que em julho, mês da Copa do Mundo, está prevista a realização de menos eventos do que a média do resto do ano. Mesmo com as despesas com a corrida, Cláudia não abre mão da atividade. “Vou correr querendo superar meus limites”, empolga-se. Para Alexandre Carvalho, porém, é o astral de uma competição que o faz não se importar em pagar caro pelas inscrições. “São várias pessoas correndo juntas, uma motiva a outra. Tem também um lado social muito interessante”, aponta o servidor público.

Saúde

Não seria por economia ou medo da idade avançada que Manoel Benvindo Pinheiro Filho, de 69 anos, abriria mão do esporte. “O prazer que sinto ao correr vale o preço”, afirma. “Prefiro pagar uma corrida do que remédios e consultas médicas”, completa, acreditando que os gastos são revertidos em melhorias para a saúde. Apesar de contar com o benefício de pagar metade do valor da inscrição, garantido por lei aos idosos com mais de 65 anos, Manoel considera que os gastos com tênis são altos. Mais vulnerável a lesões nas articulações, o aposentado tem três pares de calçados com amortecimento reforçado — dois para treinos e um exclusivo para competições.

R$ 375
Preço da inscrição para quem disputar sozinho os 100km de Brasília