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Brasília perde do Rio de Janeiro no tie-break em rodada da Superliga

Após ter a chance de fechar a partida, Brasília perde do Rio de Janeiro em Taguatinga

postado em 02/02/2016 23:30 / atualizado em 04/02/2016 18:32

Maíra Nunes

Hélio Montferre/Esp. CB/D.A Press

O Rio de Janeiro chegou à capital federal como franco favorito para o duelo contra o Brasília Vôlei, pela sexta rodada do returno da Superliga Feminina. Afinal, era o líder da competição em que é 10 vezes campeão, invicto há 14 rodadas, contra o quinto colocado, no terceiro ano de existência do time. Uma hora antes do jogo, um aglomerado de torcedores se espremia diante da grade do Sesi Taguatinga na esperança de conseguir ingressos, a essa altura já esgotados. Pois qualquer esforço valeria a pena. As candangas tomaram gosto por fazer partidas eletrizantes diante de grandes adversários. Assim como contra Sesi e Osasco, a decisão foi para o tie-break, com final feliz para as visitantes (parciais de 25/13, 26/28, 17/25 e 26/24 e 15/7). O feito rendeu 

Na noite desta terça-feira (2/2), estavam em quadra sete medalhas olímpicas. Isso se a conta não incluísse as conquistas do lado de fora, já que Bernardinho somaria sozinho outros seis pódios. Contudo, foram as aspirantes a estrelas da Seleção – ao que tudo indica, em um futuro próximo – que assumiram o protagonismo da disputa. As jovens ponteiras Gabizinha, do Rio, e Domingas, do Brasília, nasceram quando a bicampeã olímpica Paula Pequeno ainda disputava o primeiro campeonato dela como profissional, com o Asbac, em 1994.

Aos 21 anos, a idade das duas "meninas" não atinge o tempo de carreira da líbero Fabi, que completa 24 anos de quadra – 10 deles dedicados à Seleção, em que foi duas vezes campeã olímpica. Nem por isso, as garotas se abalaram. O primeiro set passou em um piscar de olhos. A experiência de Paula Pequeno pouco ajudou a equipe candanga a segurar o ímpeto carioca logo no começo do jogo. Do outro lado, Fabi tampouco teve muito trabalho, já que o Brasília Vôlei marcou apenas 13 pontos até o adversário fechar a parcial. Restou a Gabizinha se deliciar no ataque.

Hélio Montferre/Esp. CB/D.A Press

O técnico Manu Arnaut, então, optou por jogar a responsabilidade para dois jovens talentos brasilienses. Entraram as ponteiras Domingas e Kasiely – a segunda, um ano mais velha que a amiga. A partir de então, o enredo se inverteria. Enquanto o técnico Bernardinho ainda controlavas as broncas e caretas, o Brasília Vôlei se soltava em quadra. A larga diferença no placar do set inicial deu lugar a uma disputa decidida ponto a ponto no seguinte. Resultado: a equipe da casa precisou marcar 28 pontos para empatar a partida e, logo em seguida, assistir ao ginásio com capacidade para 1280 pessoas aplaudir de pé o feito.

Domingas estava impossível. O terceiro set foi o troco do representante do DF ao chocolate do primeiro. Após voltarem embaladas, as brasilienses ficaram à frente no placar do início ao fim, fechando a parcial em 25 x 17. A torcida da casa passou a pegar no pé de Natália, do Rio. A jogadora da Seleção sentiu o momento ruim. Os erros se tornaram frequentes a ponto de Bernardinho, a esse momento já desesperado, substituí-la. O "descanso" do lado de fora foi amenizado com um gesto de carinho do treinador, como quem indica que daqui a pouco ela voltaria à performance que está acostumada. Nesse meio tempo, Paula Pequeno fechou o set que representava a virada do Brasília e fez o ginásio, mais uma vez, tremer. Nas arquibancadas, o público aplaudia incrédulo.

Hélio Montferre/Esp. CB/D.A Press

A festa estava animada, mas o adversário não é o atual líder à toa. À frente no quarto set, o Brasília chegou a ter duas oportunidades de entrar para a história com uma vitória heroica sobre o clube mais temido da Superliga. Mas o desfecho não fugiu ao esperado. A equipe comandada por Bernardinho tirou a diferença de quatro pontos e levou a disputa para o tie-break. Na última parcial foi a vez de Gabizinha destruir. Superioridade total carioca. Ao menos, o Brasília conseguiu arrancar um ponto do Rio. O time da  capital volta às quadras contra o Bauru, neste sexta-feira (5/2), fora de casa. Já o Rio, que viu o Praia Clube empatar em número de pontos na tabela após esta rodada, enfrentará o Pinheiros, na quinta-feira (4/2).