PAIXÃO

Grécia: país pequeno, coração enorme

Torcedores rodam o Brasil empurrando a seleção grega rumo ao improvável

postado em 27/06/2014 20:13 / atualizado em 27/06/2014 20:23

Pedro Galindo /Especial para o Diario

Pedro Galindo/Esp.DP/D.A.Press
Na tarde desta sexta-feira, a seleção grega aterrissou no Recife para a disputa das oitavas de final da Copa do Mundo, contra a Costa Rica, amanhã, na Arena Pernambuco. A delegação seguiu para o hotel e entrou pela porta dos fundos, driblando cerca de dez fiéis torcedores que aguardavam os jogadores com instrumentos musicais e empolgação digna de quem já aprendeu que, quando se é torcedor da Grécia, não há limite para o sonho.

Entre esses apaixonados estava aquele que, talvez, seja o maior deles: Nikos Flekkas, presidente da Galanolefkos Faros, torcida organizada que acompanha a seleção helênica, onde quer que ela vá, desde 2006. O oficial da Marinha aposentado tem uma longa história de dedicação ao futebol de seu país: ele estava em Lisboa quando, em 2004, a Grécia derrotou Portugal, com um gol do atacante Charisteas, e conquistou a Europa, um título histórico para a seleção.

O passado enche o grego de otimismo para o duelo com a Costa Rica. “Depois de 2004, podemos esperar o inesperado. Nós já superamos as expectativas aqui no Brasil. No futebol, a bola é redonda, são onze contra onze. Nunca podemos duvidar da Grécia”, afirmou, lembrando que o país tem um longo histórico de determinação quando entra em campo. “Os jogadores sempre se entregam de corpo e alma. É uma tradição do futebol grego”, ressaltou.

Sobre os momentos no Brasil, o torcedor foi só elogios. Ele ficou decepcionado apenas com a falta de apoio dos brasileiros à sua seleção. “O Brasil é fantástico. Já fomos ao Rio de Janeiro, Natal, Fortaleza e agora Recife. Uma pena é que em todos os nossos jogos, a torcida local sempre ficou contra nós. Mas só dentro de campo, porque no mais, a relação com os brasileiros tem sido ótima”.

Confiança
Perguntado sobre o adversário no jogo histórico, Nikos mostrou muita convicção no potencial de sua seleção. “Vamos pegar a Holanda”, afirmou, sem conter o sorriso. Mas ele deixou claro, também, seu respeito pela Costa Rica - ainda que, para ele, o rival seja o melhor dos mundos para os gregos. “Antes da Copa, nós sabíamos que se conseguíssemos a classificação, enfrentaríamos alguém do grupo da morte. E entre Itália, Uruguai e Inglaterra, nós obviamente preferíamos a Costa Rica. Mas isso não quer dizer que no futebol haja jogo fácil, pois eles estão em grande forma, até melhor do que essas seleções tradicionais”, explicou.

Para vencer os costarriquenhos, o torcedor destacou o papel dos abnegados que vêm seguindo a delegação grega desde o início de sua trajetória pelo Brasil. E lembrou da importância do apoio prestado antes do jogo da classificação, contra a Costa do Marfim. “Em Fortaleza, nós recebemos os jogadores, tocamos música para eles, e lhes deu muito boa sorte. Hoje, estamos fazendo a mesma coisa, para tentar levá-los às quartas-de final. A Grécia é um país pequeno, mas que tem um coração muito, muito grande”, finalizou.