O "Rei dos acessos"

Tri pelo Santa Cruz, tri pelo Sport

No clima da decisão do PE2013, Superesportes lembra trajetória de Givanildo Oliveira

postado em 30/04/2013 06:00 / atualizado em 30/04/2013 15:18

Marcel Tito /Diario de Pernambuco

Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
A decisão do PE2013 tem dois desfechos possíveis: o tricolor encerra com mais um tricampeonato do Santa Cruz. O rubro-negro com a taça de volta à Ilha do Retiro após dois anos. Possibilidades incompatíveis, ambas vivenciadas por um dos mais emblemáticos personagens da história do Campeonato Pernambucano: Givanildo Oliveira.

Em 1971, Givanildo defendia o Santa Cruz, clube que lhe revelou. “Estava no início da minha carreira, com três anos de profissional. Peguei aquele time que chegou a ser pentacampeão”, afirmou o treinador por telefone, suscinto nas palavras, como de costume. Na final desse ano, o Santa venceu os dois primeiros turnos. O Sport, o terceiro. Na final, o Santa venceu o Sport por 1 a 0, gol marcado na prorrogação por Cuíca.

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No encerramento da década, Givanildo havia chegado ao Sport, após passar pelo Corinthians. O time havia sido campeão em 1977/1978. Nos dois anos seguintes, o Santa Cruz ficou com a taça. Com a participação de Givanildo, que havia voltado ao Arruda após defender Corinthians e Fluminense. Em 1980, Givanildo trocou o Santa pelo Fluminense. E voltou, logo em seguida, para o Sport. Para frustrar o tri do Santa.

Na ocasião, os tricolores venceram o primeiro turno. O Sport os outros dois. Na decisão, o Leão, com Givanildo Oliveira, bateu o time tricolor por 2 a 0, gols de Edson e Roberto. “Ali já foi mais para o fim de carreira”, afirmou o treinador, sem entrar em detalhes da partida. Nem tão fim assim. Givanildo ainda ajudaria o Sport a conquistar mais dois títulos estaduais: 1981 e 1982.

Arquivo/DP
Decisão PE2013
Sobre a próxima final entre Santa Cruz x Sport, o treinador não opina. “Clássico nunca teve favorito. Ainda mais numa final”, disse, revelando não ter acompanhado muito de perto as partidas decisivas. “Vi só o primeiro jogo do Sport, contra o Ypiranga. Estou em Maceió e não assisti ao clássico de domingo”, ressaltou o treinador ao Superesportes, por telefone.

O “Rei do acesso”
Givanildo deixou os gramados em 1983 e começou uma vitoriosa carreira de treinador. O primeiro passo foi no Sport. Comandou mais de 20 clubes e deixou o seu nome marcado em alguns deles. No Leão, inclusive, onde conquistou o acesso à Série A em 2006, três títulos estaduais (1992, 1994 e 2010) e uma Copa do Nordeste (1994). Foi vitorioso também no Santa Cruz, em 2005, quando conquistou o título estadual e o acesso à Série A.

O maior título conquistado por Givanildo como treinador, no entanto, foi com o Paysandu, clube com o qual também tem uma forte identificação. Em 2002, conduziu o Papão ao título da Copa dos Campeões, vencendo a final contra o Cruzeiro, nos pênaltis. No ano anterior, comandou o Paysandu na conquista da Série B do Brasileiro.

Além dos acessos com Paysandu, Santa Cruz e Sport, Givanildo levou mais um time a subir de divisão no Campeonato Brasileiro. Duas vezes! Em 1997, levou o América-MG para a Série A. Em 2009, para a Série B. Pelas cinco conquistas, Givanildo ganhou o apelido de “Rei do acesso”.

Esperando
O último time comandado por Givanildo Oliveira foi o ABC-RN. Ele deixou o time num momento de crise provocada por atrasos salariais. “A situação é diferente das outras profissões, que quando você está desempregado tem que correr atrás, mandar currículo. No caso do treinador, você fica esperando uma proposta. E eu estou esperando”, afirmou o treinador.

Arquivo/DP