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Sorridente, Mano Menezes pede calma para tirar Cruzeiro de situação incômoda no Brasileiro

Técnico confia em evolução do elenco, mas diz que caminho será feito aos poucos

postado em 27/07/2016 15:37 / atualizado em 27/07/2016 19:29

Leandro Couri/EM/D. A Press
O sorriso em cada resposta na entrevista coletiva deixou escancarado o contentamento de Mano Menezes por retornar ao Cruzeiro. De maneira bem-humorada, o treinador disse que ficou milionário para os próximos sete anos com a passagem pelo futebol chinês e, desta forma, está disposto a dar sequência ao projeto no clube celeste até o término de seu contrato, em dezembro de 2017. O plano em curto prazo de Mano é tirar a equipe da incômoda 19ª posição no Campeonato Brasileiro, atualmente com 15 pontos. Somente em caso de evolução que objetivos mais ambiciosos na temporada serão traçados.

“Durante os próximos sete anos estou satisfeito com os milhões que ganhei lá”, brincou Mano, a respeito do período de seis meses no comando do Shandong Luneng, da China. Sobre reação imediata, a resposta veio em tom cauteloso. “Primeiro é sair da situação em que estamos. Se conseguirmos, aí sim poderemos pensar em outras coisas. Não podemos acenar com coisas distantes, sendo que a situação de momento não mostra isso. Sou realista. E gosto de fazer as coisas passo a passo”, acrescentou.

Em 2015, Mano Menezes assumiu o comando do Cruzeiro em setembro e alcançou oito vitórias, seis empates e duas derrotas em 16 jogos. O aproveitamento de 62,5% fez o clube saltar da 15ª colocação para o oitavo lugar. Em 2016, o gaúcho entende que é possível repetir a ascensão tendo em mãos um elenco considerado por ele qualificado. Mano, aliás, evitou pedir reforços à diretoria e deixou claro que observará de maneira minuciosa o grupo atual.

“A situação é muito parecida com a do ano passado. Respondendo uma pergunta anterior feita para o Gilvan (sobre contratações), não vamos fazer nenhuma solicitação de imediato. Quero observar o que o time tem em mãos. O Cruzeiro precisa de pequenos ajustes de estratégia e com relação à parte defensiva. Em curto prazo poderemos colher resultados melhores. Em termos de criação, a produção é boa. Agora é passar tranquilidade aos jogadores”, afirmou. “Sou adepto à formação mais titular. Por isso, vamos tentar, o mais rápido possível, encontrar essa formação e estabelecer um critério para a titularidade. O coletivo é o mais importante. Depois, vamos ver a questão individual”, acrescentou.

O primeiro desafio de Mano Menezes em sua volta à Toca da Raposa II será contra o Santos, no domingo, às 16h, na Vila Belmiro. O técnico disse que evitará mudanças drásticas na escalação, porém alterará o posicionamento da equipe. “Vou usar os três dias (de treino). Não farei grandes alterações num primeiro momento, porque seria muito arriscado. Vamos mudar posicionamento tático, conversar com jogadores sobre posicionamento, recuo das linhas, de acordo com o que é a realidade do futebol brasileiro. Esses pequenos ajustes são os passos a tomar para o primeiro jogo”.



ÍNTEGRA DA ENTREVISTA COLETIVA DE MANO MENEZES

Chegada em momento difícil

A situação é muito parecida com a do ano passado. Respondendo uma pergunta anterior feita para o Gilvan (sobre contratações), não vamos fazer nenhuma solicitação de imediato. Quero observar o que o time tenho em mãos.

O Cruzeiro precisa de pequenos ajustes de estratégia e com relação à parte defensiva. Em curto prazo poderemos colher resultados melhores. Em termos de criação, a produção é boa. Agora é passar tranquilidade aos jogadores.

Sou adepto à formação mais titular. Por isso, vamos tentar, o mais rápido possível, encontrar essa formação e estabelecer um critério para a titularidade. O coletivo é o mais importante. Depois, vamos ver a questão individual.

Jogo contra o Santos, no domingo, na Vila Belmiro

Não farei grandes alterações num primeiro momento, pois é muito arriscado. Mas vamos mudar posicionamento tático e conversar com os jogadores. Esses pequenos ajustes são os primeiros passos.

Passagem pela China


A gente tem uma ideia, olhando de longe, que o futebol na China é abaixo da nossa realidade. Quando você está lá, descobre que não é bem assim. A disputa da Champions da Ásia mostra novas maneiras de jogar. E a dificuldade de comunicação indica outra maneira de falar com os jogadores. Você fala menos, até porque não entende nada (risos). Mas pude ficar melhor como pessoa e treinador. Não sei se passei muitas coisas para os chineses, mas voltei melhor de lá.

Uma parte do trabalho foi muito boa, pois o clube se classificou na Champions. Mas não fomos bem no Campeonato Chinês.

Sairia do Cruzeiro por outra proposta milionária?

Nos próximos sete anos já estou satisfeito com os milhões que ganhei lá!

Férias encerradas rapidamente para assumir o Cruzeiro

Família de técnico de futebol sabe que é normal e que nossas férias são quando não temos contrato em vigor. Se temos, acabou as férias. Lá em casa é tranquilo e não tem problema quanto a isso não.

O bom 2015 pelo Cruzeiro influenciou na volta e no não para o Inter?

Certamente. Problemas nós vamos ter, mas a confiança existente no treinador é importante para encontrar soluções num espaço curto. Me senti bem aqui no ano passado, agora também. Foi fundamental para estar aqui.

Bom aproveitamento de Willian em 2015 sob seu comando

Meu objetivo é repetir as coisas que deram certo no comando anterior. Não vejo o Willian como jogador de beirada de campo mais. É um jogador centralizado, que define muito bem. Quanto mais ele estiver perto da área, melhor será. É assim que penso, é assim que vou enxergar o aproveitamento dele.

Metas e saída do Z4

Penso que falar em título agora é desrespeitar a torcida do Cruzeiro, que é inteligente. Primeiro é sair da situação em que estamos. Se conseguirmos, aí sim poderemos pensar em outras coisas. Não podemos acenar com coisas distantes, sendo que a situação de momento não mostra isso. Sou realista. E gosto de fazer as coisas passo a passo.

Fase ruim do Cruzeiro em 2016

Futebol não é matemática. Durante 45 minutos é possível perder por 1 a 0 mesmo chutando dez vezes mais que o adversário, como foi o Cruzeiro contra o Sport. Mas o treinador tem que encontrar as razões por essa fase.
Cruzeiro tem oscilado mais este ano que no ano passado. As dificuldades do ano passado eram claras, mas o time era constante. Neste ano o time tem momentos muito bons, mas ao mesmo tempo momentos bem abaixo. A equipe precisa ser confiável. Pode não ser uma média 9, mas não uma média 4.

Importância da parte psicológica

O jogador precisa se sentir bem. Quando ele está bem, joga melhor. Correr por gosto não cansa. E quando os resultados aparecem, fica confirmado que aquele é o melhor caminho. A história de “ganhar o grupo” virou chavão. Na verdade ele precisa apontar caminhos. Se o caminho der certo, todos vão para uma boa direção.

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