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Ricardo Teixeira nega envolvimento em corrupção na Fifa:"Não há a mínima lógica"

Teixeira é ex-presidente da CBF e deixou a Confederação em 2012

postado em 02/08/2015 14:58 / atualizado em 02/08/2015 15:10

AFP PHOTO/MICHAEL KAPPELER
Presidente da CBF entre 1989 e 2012, e integrante do comitê executivo da Fifa e da Conmebol, Ricardo Teixeira continua negando qualquer envolvimento nos esquemas de corrupção e suborno no tempo em que esteve à frente da entidade. Na visão do ex-mandatário, que deixou o cargo por conta de problemas de saúde, não há nada de anormal nos contratos que foram assinados sob sua jurisdição.

Um dos alvos de investigação do Departamento de Justiça norte-americano é o contrato entre a empresa de material esportivo Nike e a CBF, assinado em 1996, que previa um aporte de 160 milhões de dólares (cerca de R$ 547 mi) à entidade, além de outros 40 milhões de dólares (cerca de R$ 136 mi) destinados a ‘despesas de marketing’ que fugiam ao contrato original.

Em entrevista à Folha de S.Paulo na última semana, Teixeira não fugiu à responsabilidade pelo contrato com a Nike, mas negou qualquer irregularidade. “Se envolve o contrato da Nike, quem assinou o contrato fui eu. Então não adianta ficar tapando o sol com a peneira. Não há a mínima lógica [o seu envolvimento em esquemas de corrupção]. Todo esse processo aconteceu depois de junho, tanto que a Copa América da Argentina, em 2011, se realizou maravilhosamente bem”, declarou.

Sem opinar sobre a investigação que o FBI empreende na Fifa, e nem sobre a figura de Joseph Blatter – que abriu mão de exercer seu quinto mandato à frente da entidade -, o ex-chefe da CBF prefere ficar fora do foco das atenções. “Eu estou fora da Fifa. Tem três anos que não mexo com futebol”, afirmou Teixeira, que durante a entrevista se intitula “o” ganhador da Seleção, já que durante seu mandato o Brasil levantou as Copas de 1994 e 2002, além de ter conseguido o direito de sediar o Mundial de 2014.

Após passar por problemas nos rins e ser submetido a um transplante para recuperar o pleno funcionamento do órgão, Ricardo Teixeira abriu mão da CBF e foi sucedido por José Maria Marin, que atualmente segue preso na Suíça com a extradição aos Estados Unidos indefinida, mas não se arrepende.

“Eu ia morrer. Como eu poderia estar lá sem meus dois rins funcionando? Você não tem a mínima condição de trabalhar. Você é obrigado, na melhor das hipóteses, a deitar numa cama e ficar parado por cinco horas refazendo todo seu sangue”, falou Teixeira, que recentemente voltou ao foco das atenções por vender um apartamento estimado em R$ 5,7 milhões pela prefeitura por R$ 2,5 milhões.

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