ÍBIS

O único título do Íbis: há 30 anos, equipe batia recorde mundial de jogos sem vencer

Time rubro-negro ficou 55 partidas em jejum, com 44 derrotas acumuladas

postado em 16/08/2014 17:00 / atualizado em 22/08/2014 16:04

João de Andrade Neto /Superesportes

Alcione Ferreira/DP/D.A Press
Um time que de tanto perder, conquistou o seu único título. Entre julho de 1980 e junho de 1984 foram 55 jogos ininterruptas sem vencer pelo Campeonato Pernambucano. Quarenta e oito derrotas e apenas sete empates. Sequência que teve fim a vitória por 3 a 1 sobre o extinto Santo Amaro, no Arruda, com 76 torcedores nas arquibancadas, há pouco mais de 30 anos. Mas a história já havia sido escrita. Para sempre, o Íbis passaria a ser conhecido como “o pior time do mundo”. Fama obtida graças a jogadores amadores como os goleiros Jorge Luiz e Carlos Campos, o zagueiro Iauca e o “polivalente” Omar. Anti-heróis do futebol brasileiro. Anônimos até hoje. Mas que, a seu modo, também encontram motivos para se orgulhar do passado. Afinal, como escreveu o poeta gaúcho Mário Quintana, “quem pretende apenas a glória não a merece.”

“Jogar no Íbis era um misto de alegria com ilusão. Todos jogavam por amor ao futebol, já que nem todo mundo recebia salário. Além disso, todos tinham outra profissão. Tinha jogador que era comerciante, outro que era policial, outro estudante. Treinávamos três vezes por semana para enfrentar times que treinavam duas vezes por dia”, afirmou o hoje advogado Carlos Alberto Rodrigues Lima. Entre 1979 e 1983 ele atuou com a camisa 3 ibiense, quando atendia pelo nome de Iauca. “Como zagueiro, eu era um pouco acima do medíocre. Se fosse presidente de um clube, nunca me contrataria”, diz o ex-jogador que nunca balançou as redes, mas contabiliza várias expulsões. “Como não possuía recursos, só me restava apelar para a lapada.”

Fase áurea
Ao longo dos seus 75 anos, o Íbis disputou 678 partidas e venceu 83. A fase “áurea” do pior entre os piores, no entanto, foi mesmo entre os anos 1970 e 1980. Para se ter uma ideia, antes do jejum de 55 jogos entre 1980 e 1984, o Pássaro Preto já havia passado outras 62 partidas seguidas sem sair de campo vitorioso. Jejum que começou em março de 1975 e durou até julho de 1980. Nesse intervalo, porém, conseguiu no tapetão os pontos das partidas contra o Esporte Caruaru e o Ferroviário no Estadual de 1978.

Assim, desconsiderando as duas vitórias na Justiça, o clube conseguiu derrotar apenas um adversário, na bola, em dez edições consecutivas do Campeonato Pernambucano (a vitória por 1 a 0 sobre o Ferroviário no 20 de julho de 1980). No total, entre 1975 e 1984, foram 118 jogos e 102 derrotas, com 46 gols marcados e 476 sofridos. Uma média de quatro por partida. Retrospecto desanimador para qualquer equipe. Não para o Íbis.

Frase
“Por mais que as derrotas se acumulassem, a cada jogo entrávamos em campo pensando em vencer. Foram duas lições que o Íbis me ensinou: a de nunca desistir e a da humildade. Ninguém consegue nada na vida sem essas duas coisas. Sou muito grato e tenho muito orgulho de ter jogado pelo clube”, disse Carlos Alberto Rodrigues Lima, o Iauca, ex-zagueiro do Íbis.

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