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Sidney Moraes não entrega cargo e minimiza discussão com torcedores:"Não fiz nada demais"

Técnico discutiu com grupo de alvirrubros no fim da partida e segue no Timbu

postado em 29/07/2014 22:05 / atualizado em 29/07/2014 22:17

Felipe Bueno de Andrade /Especial para o Diario , Celso Ishigami /Diario de Pernambuco

Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
O árbitro Paulo Schleich Vollkopf ainda não havia soprado seu apito pela última vez quando o técnico Sidney Moraes iniciou um bate-boca com um grupo de torcedores que estava atrás de seu banco de reservas. O comandante alvirrubro, entretanto, acabou minimizando o episódio. O mal estar começou quando o treinador decidiu substituir o meia Marcos Vinícius, que vinha apresentando um bom futebol, pelo também meia Vinícius. Imediatamente, o técnico voltou a ouvir xingamentos. Em sua coletiva, porém, o prata da casa confirmou que começou a sentir cãibras e pediu para sair.

Na reta final do confronto, quando o Icasa aproveitou a vantagem numérica proporcionada pela expulsão de Paulinho, o técnico se voltou para a torcida e fez alguns gestos. A partir daí, começou a discussão. Depois do jogo, em sua entrevista, o técnico apresentou sua versão. “Pedi para que o torcedor puxasse o time porque precisávamos naquele momento. Não fiz nada demais. Um torcedor foi agressivo, mas não teve nada a ver com o jogo”, contou.

Em seguida, o treinador revelou que alguns atletas que estavam no banco de reserva já vinham mostrando impaciência com a postura de um torcedor em particular. “Os jogadores do banco estavam querendo apelar com ele e eu acabei sendo o escudo. Acontece em todo lugar e com qualquer treinador. Ali é o momento de estar concentrado, com a adrenalina lá em cima. Estávamos enfrentando muita adversidade e eu não tenho sangue de barata. Tenho consideração por nosso torcedor. Aquele que veio e aplaudiu. Alguns vêm direcionados para tumultuar. Esse não é torcedor”, desabafou.

O treinador aproveitou a oportunidade para exaltar a importância do torcedor no rendimento do time. “O jogador tira um gás a mais de acordo com a torcida. Queremos um pouco de tranquilidade. A gente estava numa situação adversa e a gente vinha de um bom jogo. O torcedor viu isso. A importância do torcedor é transmitir essa confiança. Por mais que tenhamos jogadores rodados, temos alguns novos que precisam de apoio para desempenhar um bom papel”, justificou. “Nunca vi um time ser campeão com a torcida jogando contra. Quando a torcida começa a nos incentivar, parece que é outro Náutico. Quando vêm as vaias, a bola começa a queimar no pé. Por isso, quero pedir apoio. Se tiver que xingar, xingue o treinador. Agora, passe conforto e confiança para os atletas.”

Cargo
Com o posto de treinador ameaçado desde antes da vitória, Sidney Moraes não quis saber de desistências após o bom resultado. Ele não deixou o cargo à disposição, mas disse que tudo dependia da postura da diretoria alvirrubra. “Essa pergunta tem que ser feita aos dirigentes, principalmente a Lau (Júnior), para que ele explique essa situação de bastidores. Cabe à diretoria analisar e ver qual a melhor saída. Se não estiver contente, paga o que tem que pagar e demite. Futebol é dinâmico e não tem pra onde correr. Só ouvi esses rumores pela imprensa. Continuo trabalhando tranquilo, confiando no time e nos jogadores.