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'Fale com Barbosa': Náutico blinda presidente e concentra entrevistas em diretor

José Barbosa, que é vice-presidente de futebol, responde pelo futebol

postado em 19/08/2014 15:23 / atualizado em 19/08/2014 15:25

Thaís Lima /Especial para o Diario

Julio Jacobina/DP/D.A Press
Desde que o técnico Sidney Moraes saiu do Náutico, no dia 10 de agosto, a diretoria alvirrubra se fechou para conversas com a imprensa. Procurado pelo Superesportes, desde aquele dia, o presidente Timbu Glauber Vasconcelos não atendeu. Nesta semana, mudou. Glauber resolveu atender o telefone na manhã desta terça-feira. Mas, ao ser questionado a respeito das circunstâncias da saída de Sidney Moraes do time, ele desconversou. “A gente conversou...não. Não coloque isso não. Olha, quem está com esse assunto é Barbosa”, disse.

O diretor de futebol alvirrubro Paulo Henrique Guerra, quando procurado, adotou a mesma postura do presidente. “Estou em reunião, ligue para Barbosa”. Barbosa, no caso, é José Barbosa, vice-presidente de futebol do Náutico e agora o dirigente responsável por manter o diálogo com a imprensa.

Procurado pelo Superesportes, José Barbosa afirmou que a postura de Glauber Vasconcelos é a consequência de um pedido feito por ele. “Não é uma questão de não querer falar com a imprensa. Foi um pedido meu. A imprensa tem muito disso de achar que o que o presidente fala é lei e o que o diretor diz é projeto de lei. Na realidade, quando o presidente está falando, algumas pessoas ficam instigando e ele tem pavio curto e muitas vezes sai do normal”, afirmou.

“Como eu estou como vice- presidente de futebol, fiquei com essa missão. Esse é o primeiro passo para alinharmos o discurso. É uma forma de trabalhar que adotamos para uniformizar o que vamos dizer. As vezes, um falava uma coisa, o outro falava outra…”, continuou Barbosa, que também esclareceu algumas questões que o presidente evitou. Confira abaixo:

Quais foram as circunstâncias da saída de Sidney Moraes do Náutico?

A saída dele se deu depois de uma conversa franca, aberta. Falamos que as portas do Náutico estariam abertas pra ele. Ele não saiu com mágoa, nem rancor. No futebol é assim. O time precisa de resultados, e como os resultados não estavam vindo…Aí depois da derrota para o Santa, não teve jeito. Ele não teve a oportunidade de testar alguns jogadores que a gente trouxe porque eles não estavam em plena forma física.

Como foi resolvida a questão do pagamento dos meses de salários de Sidney que estavam atrasados?
Essa parte aí ele já conversou com o financeiro e foi feito um acordo. Foi feito um parcelamento e já foi definido. Agora eu espero que ele seja bem sucedido na carreira dele.

A saída de Elicarlos do elenco principal influenciou a decisão da diretoria alvirrubra de desligar o atual técnico na ocasião?

Elicarlos foi o seguinte, ele tava realmente com problema técnico e físico, um pouco assim, fora de forma, segundo as informações que nós recebemos. Mas ele já está treinando e o novo treinador já está conversando com ele. O problema dele não foi de ordem disciplinar. O que aconteceu foi que coincidiu com o nascimento da filha dele, ele tinha direito à licença paternidade.

Quero deixar claro que em nenhum momento Sidney saiu do Náutico em função de Elicarlos. Jamais a diretoria faria isso. Demitir um treinador por ele ter tomado a decisão de afastar o jogador por causa de uma questão técnica ou disciplinar.

Como a diretoria chegou no nome de Dado Cavalcanti para assumir o time do Náutico?
Nós colocamos na mesa vários nomes. O dele foi uma unânimidade. Fizemos alegações em função de ter uma pessoa que nunca tinha trabalhado no clube pra gerar expectativa. Todo mundo já conhece o trabalho dele, a forma de agir. Se escolhêssemos alguém que já passou por aqui antes, seria trocar seis por meia dúzia. Ele já tem um perfil consagrado no futebol brasileiro. O time hoje já está conseguindo um padrão de jogo que a gente nunca teve.

Dado pode querer fazer mudanças no time. Como o Náutico vai fazer para atender aos pedidos do novo técnico?
Vamos ter uma reunião com ele depois da partida de hoje (terça-feira), onde ele vai fazer uma avaliação do elenco. Assim vamos ver o que ele precisa, o que ele não precisa..

Hoje, estamos nos dando ao luxo de ter quatro jogadores que são titulares absolutos e não jogaram, mas temos quem substitua. É o caso de Elicarlos, Marinho, Marcone e Cañete. Com os que estão jogando e o que estão compondo o elenco, não sei se ele vai precisar de mais alguém. Se for necessário, vamos fazer um esforço pra trazer.

Quais são as perspectivas de melhora nas finanças do clube?
Nós estamos trabalhando pra conseguir patrocínio. O que não é fácil conseguir quando o time não está tendo resultados positivos e está na Série B. O patrocínio não vem com facilicade. Mas agora eu acredito que o Náutico vai percorrer novos caminhos e tomar novos rumos.

Eu tinha dito numa entrevista que a torcida podia esperar que daqui a 30 dias nós teríamos um Náutico diferente e já estamos vendo isso.

O Náutico ainda está em busca de um patrocinador master. A Fiat é uma das empresas sondadas pela entidade alvirrubra?

A Fiat ficou com a nossa proposta, mas até agora não deu nenhuma definição. O mercado de automoveis do Brasil está passando por uma crise nas vendas, estamos diante de uma inflação e isso afeta a empresa. Mas estamos num momento de expectativa de mudança ou de manutenção de governo e isso implica também. As empresas não podem fazer mudanças enquanto não for definido o presidente da república.

O presidente do Conselho Deliberativo do Náutico, Berillo Junior, pediu afastamento por mais seis meses e ainda afirmou que o clima no clube é de guerra. Como está o ambiente no Náutico hoje?

O problema de Berillo é que ele tirou uma licença por mais seis meses e a gente, aos poucos, está trazendo alguns alvirrubros para nos ajudar. O Náutico é grande. É uma instituição de 113 anos. Ela não pode ser penalizada por problemas políticos internos. Mas isso aí, a partir do momento que as vitórias vierem, se acalma.

Celso Ishigami/ DP/D.A Press