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Moacir admite pressão e revela ter recebido e rejeitado proposta para assumir clube no Paulistão

Técnico alvirrubro se diz tranquilo perante o trabalho que vem realizando

postado em 27/02/2015 16:54 / atualizado em 27/02/2015 17:07

Celso Ishigami /Diario de Pernambuco

Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
O técnico Moacir Júnior não está confortável em sua posição. Contratado para comandar o Náutico em meio à dura realidade financeira do clube e precisando reformular o elenco, o treinador admite estar pressionado no cargo. Apesar de não fugir muito de sua característica serenidade, o comandante alvirrubro chegou a revelar ter rejeitado uma proposta do XV de Piracicaba quando questionado sobre a possibilidade de ter o contrato rompido.

Diante do clima de inquietação que tomou os bastidores do clube desde a derrota para o Santa Cruz, a pressão sobre si foi o tema central da entrevista concedida por Moacir na tarde desta sexta. “Estou com muita tranquilidade. Desde que cheguei, aceitei um grande desafio: a construção de um trabalho como uma equipe muito heterogênea e jovem”, defendeu-se. “Semana passada, fui convidado a assumir o XV de Piracicaba no Paulistão e rejeitei. Mas a gente tem que respeitar as decisões que forem tomadas”, revelou.

A declaração espontânea da rejeição do convite de outra equipe deixou claro que o técnico espera o mesmo respeito ao contrato por parte da direção. “O futebol é um mercado. Depois que fiz um trabalho bom na Série B com o América-MG, tive proposta do Paulistão, do campeonato Goiano. Mas tenho um contrato com o Náutico até o fim da temporada. Nunca cheguei atrasado, nunca faltei, nunca deixei escapar nenhum conteúdo que margeia o jogo”, destacou. “Caso esse compromisso tenha de ser interrompido, esta pergunta não tem que ser direcionada para mim”, acrescentou.

Quando questionado sobre sua segurança no cargo, Moacir foi sincero: “Não sei. Pra mim, acredito que dentro do trabalho que está sendo feito, com o elenco que temos em mão, em meio à reformulação, não estou ameaçado”, analisou, antes de reconhecer que não há como garantir que ele seguiria na função no caso de nova derrota. “Mas dentro do aspecto da filosofia do futebol brasileiro, da política instalada dentro do próprio Náutico, não sei o que passa na cabeça das pessoas”, admitiu.

Por fim, o técnico garantiu estar habituado a este clima de instabilidade que permeia sua profissão. “A mim, foi passado confiança. Inclusive, após o jogo de domingo. E estou trabalhando com ela. Tenho somente que trabalhar. Tenho um jogo importante domingo. Mas sou um treinador de 48 anos, muito experimentado no futebol. Como agradeço e aceito convites, fui muitas vezes demitido do meu cargo. Sinceramente, você tem que ter respeito pelas pessoas. Até aqui, garanto que este respeito está intacto.”