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Volante construtor e responsável pela solidez tática do Náutico: Rodrigo Souza larga bem

Atleta chegou por empréstimo do Cruzeiro e tem vínculo com Timbu até fim do ano

postado em 14/02/2016 13:42 / atualizado em 14/02/2016 14:43

Emanuel Leite Jr. /Especial para o Diario

Julio Jacobina/DP
Ele não fez nenhum gol e aparece pouco dentro da área adversária. Sua presença em campo, entretanto, tem sido primordial na solidez tática do Náutico neste início do Campeonato Pernambucano. É um incansável no meio de campo. Seja na intermediária defensiva alvirrubra, recuperando bolas ou dando início à transição ofensiva; seja na intermediária defensiva adversária, conduzindo a bola nos espaços vazios e empurrando o Timbu para a frente. Rodrigo Souza não chama a atenção pelas fintas, como Rony, ou pelos gols, como Bérgson, mas com seus desarmes (22 no total) e passes (109 certos, 86,5% de aproveitamento) é peça indispensável no tabuleiro de Gilmar Dal Pozzo.

Para que o sistema tático do Náutico seja eficaz, é necessário que haja um volante que apareça para o jogo, preenchendo espaços vazios no meio de campo, criando, assim, linhas de passes na transição ofensiva; e, também, que faça o time jogar, realizando passes e lançamentos, viradas de jogo e conduzindo a bola nos espaços vazios. É esta função, a de volante construtor, que tem sido executada por Rodrigo Souza. Foi dele a interceptação que deu origem ao contra-ataque que resultou no pênalti contra o Santa Cruz. Contra o Salgueiro, seus passes e lançamentos geraram as melhores chances do Náutico com bola rolando.

“O Gilmar prioriza bastante a questão da posse de bola, como também a questão da marcação. Do atacante até o zagueiro, ele quer que todo mundo marque. E quando o time está com a bola, ele quer que jogue. Ele deixa bem claro que não quer que a portabilidade seja só com os meias e os atacantes, mas que os volantes também cheguem, para dar suporte”, conta o volante. “Venho tentando fazer isso. Buscando melhorar, porque depende muito da gente fazer essa transição da defesa para o ataque”, prossegue. “Estou me sentindo bem fazendo isso”, revela.

Os números de Rodrigo Souza no Pernambucano comprovam sua eficiência tática. Se Dal Pozzo exige de todos empenho na marcação, o volante com seus 22 desarmes mostra que cumpre bem esta função. A título comparativo, Otávio (Atlético-PR), maior roubador de bola do Brasileirão 2015 e um dos que melhor executou a função de volante construtor na competição, teve média de 4,125 desarmes por jogo: Rodrigo tem média de 7,3. E se o técnico alvirrubro demanda de seus volantes que construam o ataque, Rodrigo Souza também tem sido bem sucedido, com 109 passes certos, aproveitamento de 86,5%.

Rendimento que faz com que o atleta comece a ganhar o reconhecimento da torcida. “Fico feliz por isso”, diz. Mas que o próprio jogador admite ter que trabalhar para manter. “Vou trabalhar firme para pegar ainda mais o entrosamento com o grupo e continuar a ter a confiança do torcedor.”

A carreira
Em 2009, Rodrigou Souza estava sem clube, quando soube que o treinador Álvaro Miranda (filho de Eurico Miranda), estava montando um time no Duque de Caxias para uma excursão pelo Vietnã. Faltando cinco dias para a viagem, o volante foi fazer um teste e foi integrado à delegação. No país asiático, foi um dos destaques do time e terminou ficando por lá. “Passamos mais ou menos um mês. Fomos campeões e teve interesse de alguns clubes. Terminei indo para o Can Tho FC, que na época estava na segunda divisão. Foi uma experiência boa, uma cultura totalmente diferente da nossa, país bom de se viver. Passei oito meses lá”, uma lesão fez com que ele retornasse ao Brasil, onde retomou as atividades no Sampaio Corrêa.

NÚMEROS

Desarmes

22
total

7,3
por jogo

Passes

126
total

109
certos (86,5%)

17
errados (13,5%)

Finalização

1
total

Faltas

8
cometidas

4
sofridas

Cartões

2
amarelos