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A difícil missão de Gallo na terceira passagem pelo Náutico: quebrar a sina de demissões

Desde que Gallo deixou o clube em janeiro de 2013, Timbu teve 12 trocas de técnicos

postado em 28/04/2016 08:37 / atualizado em 28/04/2016 08:43

Emanuel Leite Jr. /Especial para o Diario

Brenda Alcântara/Esp.DP
No dia 29 de janeiro de 2013, o técnico Alexandre Gallo deixou o comando do Náutico. Pela frente, o treinador tinha desafio de assumir as categorias de base da Seleção Brasileira. Para trás, deixava um clube com o qual acabara de realizar sua melhor campanha no Brasileirão desde 1984, classificado para a Copa Sul-Americana pela primeira vez na história e com tudo, aparentemente, bem encaminhado para o seguimento da temporada. Veio Vagner Mancini, por indicação do próprio Gallo. Mas seu substituto durou apenas 14 jogos à frente do Timbu. Instabilidade que viria a ser a marca do clube nestes últimos três anos. Desde a saída de Gallo até o seu retorno, ontem, foram 12 trocas de comando no banco alvirrubro, com 11 treinadores diferentes (Lisca com duas passagens).

A rotina de quedas de treinadores do Náutico tem uma explicação razoável. O insucesso tem sido uma constante no clube. Desde a saída de Gallo, o Timbu fracassou no Campeonato Pernambucano, fez a segunda pior campanha da história dos pontos corridos e depois disso o máximo que conseguiu foi um vice-campeonato estadual em 2014. A volatilidade à frente da comissão técnica alvirrubra, portanto, é reflexo dos maus resultados - ou das expectativas frustradas - dentro de campo. E sinal de que pouco mudou na mentalidade dos dirigentes alvirrubros - seja sob a gestão dos velhos cardeais, seja pela tentativa fracassada da renovação do MTA. Se o time vai mal, a resposta dada à torcida é a demissão do treinador.

Foi assim, por sinal, com Gilmar Dal Pozzo. Que em 2015 pegou um time em curva descendente na Série B, sem vencer fora de casa havia quatro meses, mas conseguiu, em sete jogos como visitante, vencer quatro e fez com que a torcida voltasse a pensar no acesso - falhado por conta de tropeços em jogos decisivos como com Macaé e CRB. Em 2016, após excelente início de Pernambucano e de terminar em primeiro lugar no hexagonal (seis pontos à frente do Sport e 12 do Santa Cruz), a queda para o Tricolor na semifinal tornou insustentável a permanência do treinador catarinense.
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Sob a pressão de ficar mais um ano na fila do Estadual - em 2017 vão se completar 13 anos em 18 de abril -, a diretoria alvirrubra não soube conduzir o processo de demissão do treinador. Com vazamentos de informações para a imprensa, com o desligamento sendo dado como certo antes do tempo e uma demissão menos de 48 depois de ter sido dada a garantir de que Dal Pozzo ficaria à frente do time, pelo menos, até o fim do Pernambucano, ficou nítido que, mais uma vez, os dirigentes alvirrubros usaram o cargo de treinador como cortina de fumaça para o insucesso do clube.

O Náutico que Alexandre Gallo (re)encontra em sua terceira passagem pelo Náutico é muito diferente daquele que deixara há pouco mais de três anos. Não vai ter Série A pela frente. Nem a inédita Sul-Americana. Muito menos o maior orçamento da história alvirrubra. O clube que Gallo encontra é um com a ânsia por vitórias. Mais do que o desejo, a necessidade vital pela reconquista de um título. Além, claro, da obrigação indesculpável de voltar à elite do futebol nacional. Vai precisar de tempo e de uma dose de paciência. Afinal, o time vai ser remodelado, principalmente no setor ofensivo. E com um orçamento curto, é difícil imaginar que o Náutico vai contratar alguém de peso. Que se dê, desta vez, o tempo necessário. Já que a vinda de Gallo foi justificada sob o argumento da “relação que tem com a instituição”.

NÚMEROS
Alexandre Gallo está na iminência de se tornar o 10º treinador com mais jogos à frente do Náutico. Em suas duas passagens anteriores, o técnico comandou o Alvirrubro em 86 partidas. Está, portanto, a nove jogos de Charles Muniz, que atualmente fecha o top 10 com 95 jogos.

2012 (Estadual e Série A)

42
jogos

15
vitórias

9
empates

18
derrotas

42,8%
aproveitamento

2010 (Estadual e Série B)

44
jogos

21
vitórias

8
empates

15
derrotas

53,7%
aproveitamento

Geral

86
jogos

36
vitórias

24
empates

33
derrotas

51,2%
aproveitamento