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Após segunda concussão, Júlio César revela efeitos da pancada e comenta semana difícil

Lesionado,goleiro ficou fora das duas últimas partidas do Náutico na Série B

postado em 25/10/2016 07:30 / atualizado em 25/10/2016 08:31



Léo Lemos/Náutico
No treino recreativo do dia 14 de outubro o goleiro Júlio César viu um raio cair no mesmo lugar duas vezes. Durante a movimentação o goleiro subiu para cabecear a bola e em uma dividida e caiu no chão desacordado. Parecia um lance de MMA, quando um dos lutadores é nocauteado. O camisa 1, que sempre joga no ataque nos recreativos, perdeu dois jogos consecutivos e pouco lembra do dia da lesão. Pelo visto até prefere, já que são duas concussões nesta temporada. 

“Eu não lembro de nada. Não sei nem de onde ou como a bola veio. Só lembro do momento em que acordei lá em cima conversando com o doutor. O Givanildo também conversou comigo e depois vi o Gaston, o Renan e o Marco Antônio”, comentou o goleiro.

A primeira concussão foi na partida contra o Atlético-GO, próximo adversário do Náutico, no primeiro turno. Naquela ocasião o goleiro não perdeu nenhum jogo. Foi apenas substituído na partida em que o Timbu perdeu por 3 a 0 e voltou na rodada seguinte. Agora, foi bem diferente. Júlio César ficou quase uma semana sem treinar normalmente e teve que lidar com os sintomas da concussão. No dia seguinte, quando foi comemorar o gol da vitória alvirrubra sobre o Ceará, ele sentiu quanto a situação era séria.

“Tive muitas dores de cabeça. Esse episódio da comemoração do gol foi verdade. Até a quinta-feira estava doendo muito ainda minha cabeça. Não gosto de ficar fora de jeito nenhum, mas como o doutor falou. Não vamos poupar o jogador, mas sim o ser humano”, revelou.

Júlio falou isto porque não tinha noção do quão perigoso era seguir em campo. Não tinha ideia do que poderia ocorrer se tivesse sofrido outra pancada na região logo em seguida. Quando realmente recebeu todas as informações sobre o assunto, é que a ficha caiu e a semana seguinte à contusão lhe abriu os olhos para levar as pancadas na cabeça mais à sério.

“Foi uma semana muito difícil. Para mim teria só uma pancada na cabeça, não tinha noção de quanto tempo eu tinha ficado desacordado. Depois conversando com o médico eu tive noção da gravidade. Ele disse que eu poderia ter corrido risco de vida se tivesse levado outra pancada na cabeça”, lembrou.

Concussão é coisa séria
Além de tontura e dor de cabeça, quem sofre concussões pode ter sensibilidade à luz, lentidão de movimentos, perda de equilíbrio e perda de foco da visão após os choques. Por isso foi criado um protocolo para as pancadas na cabeça pela CBF recentemente. Jorge Pagura, neurologista da entidade, explicou que os médicos podem parar a partida por até três minutos, mas ainda não existe a implantação de um médico independente e que possa tomar essa decisão para não haver conflitos de interesses. 

“Esse protocolo mudou a regra e o médico pode até entrar em campo mesmo se o árbitro não autorize. Nesses três minutos o médico tem que analisar e ele tem condição de se recuperar, mas não há como existe substituição temporária, fica complicado. Não temos como ter um médico independente. Imagina se um desses médicos pede para retirar o jogador de um determinado clube em um Sport x Santa Cruz , por exemplo”, explicou.