Santa Cruz

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Atrasos de salários dos jogadores praticamente inexistem no Santa Cruz nesta temporada

Clube pioriza pagamentos do elenco e ainda não deixou nenhum mês vencer em 2016; por outro lado, ainda mantém dívida com outros funcionários

postado em 24/07/2016 13:18 / atualizado em 24/07/2016 13:17

Yuri de Lira /Diario de Pernambuco

Rafael Brasileiro/DP
O Santa Cruz vem pagando os salários dos jogadores com o rigor que há tempos não se via no Arruda. Atrasos praticamente inexistem. Quando ocorrem, são apenas de dias. Tem sido assim desde o começo de 2016, quando a diretoria estipulou como meta o pagamento dos proventos do elenco na data correta, ou pelo menos perto dela. Historicamente, as dívidas com os atletas faziam parte da rotina. Fizeram-se presentes em gestões anteriores e até mesmo no primeiro ano de Alírio Moraes na presidência do clube. Mas agora o mandatário tenta mudar essa cultura e livrar o Tricolor da pecha entranhada de mal pagador.    

Depositar os salários na conta dos jogadores na data correta (ou seja, até o dia 15 de cada mês) se tornou, de fato, uma prioridade do Santa Cruz. Compromisso que não deixa de ser cumprido para gastos em outras demandas não menos importantes. Dispondo de pouco dinheiro em caixa e com as cotas de televisão ainda bloqueadas na Justiça do Trabalho, a diretoria de futebol, por exemplo, evitou contratar peças de custo mais elevado para esta Série A e freou a vinda de novos reforços com o receio de não conseguir honrar com o pagamento do restante do plantel.

“Esse fato de deixar salários em dia fez com que a gente parasse um pouco os investimentos em novas contratações neste mês. Nós entendemos que é mais importante ter um clube com os pagamentos em dia do que contratar jogadores caros. Isso criaria uma onda muito negativa dentro do clube”, disse Alírio Moraes.

Neste início de ano, o Santa chegou a atrasar dias para pagar os vencimentos. Mas a última vez que passou mais tempo mesmo em dívida com o elenco foi ainda na reta final da Segundona de 2015 - quando devia dois meses e só quitou o passivo a três rodadas do fim do campeonato. Ao montante, juntavam-se também valores de premiações. Em 2014, sob a gestão do presidente Antônio Luiz Neto, o atraso também chegou a dois meses e os jogadores fizeram até greve. Hoje, a folha salarial coral gira em torno de R$ 1,4 milhão. Com a possível vinda ainda de alguns reforços pontuais, pode se alçar a R$ 2 milhões. Alírio, no entanto, assegura que os vencimentos seguirão sendo pagos sem procrastinação.

Primeiro, para poder manter o elenco motivado. Segundo, por causa de sanções que podem ser aplicadas pela CBF a clubes devedores no país. Terceiro, para o Santa não ser excluído do Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro, o Profut, que ajuda o Tricolor a saldar dívidas com a União. Para completar, o mandatário pretende ainda evitar que novas dívidas trabalhistas, como as que retiveram as cotas de tv, atormentem o clube. “Você também não pode ter nenhuma empresa, e clube é visto como uma sociedade empresária, com passivos elevados, processos em abertos e dívidas sendo roladas para frente sem a perspectiva de solução.”

Dívidas com funcionários

Se por um lado os jogadores estão recebendo em dia, muitos dos funcionários do Santa Cruz ainda sofrem com o problema de atrasos. Segundo apuração da reportagem do Superesportes, alguns profissionais vão completar três meses sem serem pagos em 15 de agosto. O presidente coral espera solucionar o caso deles até a próxima sexta-feira. “Em alguns setores essenciais do clube, estamos praticamente em dia, com apenas dias de atraso. Outros setores secundários estão em atraso. Mas a nossa expectativa é até o dia 29 de julho esteja tudo em dia. Estou fazendo negociações financeiras nesse sentindo para poder liquidar essa fatura.”