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Nova arena

Os milhões secretos da Plurisport

Empresa favorita à construção da nova Ilha esconde do Sport quem será seu investidor

postado em 16/03/2011 09:00 / atualizado em 16/03/2011 12:58

Cassio Zirpoli /Diario de Pernambuco

Um consórcio de lastro econômico desconhecido pelo próprio Sport e um presidente condenado por crime contra o sistema financeiro em São Paulo. Esse contexto faz parte da Plurisport, o consórcio favorito para ser confirmado amanhã como o projeto mais viável para o desenvolvimento do novo complexo do Rubro-negro, incluindo uma arena e centro empresarial, orçado em R$ 400 milhões. Segundo informações de bastidores, a avaliação deve constar no relatório da consultoria Deloitte, contratada para analisar três grupos interessados, a ser divulgado para os conselheiros leoninos no Colégio Salesiano.

O maior impasse nos postulantes está na garantia do dinheiro. Lusoarenas e Magna Pack, com os investidores Camargo Corrêa e Amsterdam Advisory Arena, respectivamente, pediram mais 15 dias para apresentar novos projetos e o clube não deverá estender o prazo. Já as conversas com a Plurisport começaram ainda em 2009, com as primeiras apresentações. No fim do ano passado, uma comitiva da empresa chegou a conceder uma entrevista coletiva à imprensa no Recife. Na ocasião, a TAG Investimentos, a estruturadora econômica do projeto da Plurisport - presidida por Vladimir Rioli -, apontou o grupo financeiro Credit Suisse como parceiro para a evolução da arena. Ontem, a reportagem do Superesportes entrou em contato com a assessoria de imprensa do banco, que negou qualquer participação na ação com os envolvidos. A notícia surpreendeu Harlan Gadelha, um dos três integrantes da comissão pró-arena criado pelo presidente Gustavo Dubeux.

´Até hoje, a Plurisport não declarou oficialmente quem seria o seu investidor oficial. Chegaram a condicionar a divulgação se houvesse uma assinatura de um protocolo de intenções, o que negamos`, disse Harlan. Questionado se o impasse não atrapalharia o oficialização da proposta, ele foi direto: ´É claro que preocupa. Não podemos sair de uma reunião como essa sem investidor`, disse o dirigente, que vai se reunir hoje com Luciano Bivar e José Aécio Vieira Filho, os outros dois integrantes da comissão. Na pauta, a lisura do consórcio, apesar da decisão de quinta-feira ser ´apenas` sobre a viabilidade financeira.

Porém, o Sport deverá se cercar de mais cuidados sobre as garantias do contrato. Uma nova comissão poderá ser formada apenas para colher dados sobre todos os tentáculos do consórcio Plurisport, o braço imobiliário da Pluricorp. Entre eles, a TAG Investimentos e a DBB Aedas, setor nacional do escritório de arquitetura nova-iorquino. Diretora da DDB, Anna Julia Dietzsch, foi sucinta: ´O eu que posso dizer é que ele (Vladimir Rioli) tem sido um grande parceiro`.

Mistério - Nem mesmo o design da Ilha ainda não é de conhecimento geral no clube, pois a concepção gráfica só será divulgada hoje. Há pelo menos quatro anos a Plurisport apresenta arenas multiuso a clubes brasileiros com ofertas pra lá de generosas, sem despesa alguma para os times em troca de um novo estádio, tendo como ônus a exploração comercial durante 30 anos.

A ação não está restrita aos clubes de renome nacional, com forte visibilidade regional. Paralelamente ao projeto rubro-negro, mantido sob sigilo, a empresa sediada no Parque Villa Lobos, em São Paulo, vem mantendo conversas com Remo/PA e Botafogo de Ribeirão Preto/SP. Em ambos os casos, ofertas de novas arenas a clubes que também já possuem estádios. No caso, o estádio Santa Cruz (40 mil lugares) no interior paulista e o Baenão (22 mil), em Belém. Projetos de R$ 80 milhões, com a promessa de captação de recursos junto a investidores. No caso do Remo, o consórcio seria liderado pela Pluribank SA. Nenhum dos dois andou.