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POLÊMICA

Marcelo Cordeiro é dispensado do Sport e detona diretoria: "Interfere na escalação"

Vice-presidente de futebol, Sérgio Kano, rebate o lateral e diz que ele "já vai tarde"

postado em 30/05/2014 15:00 / atualizado em 30/05/2014 14:53

Daniel Leal /Diario de Pernambuco

Paulo Paiva/DP/D.A Press
Marcelo Cordeiro não é mais jogador do Sport. O experiente lateral-esquerdo de 33 anos foi comunicado da rescisão contratual com o Leão na noite desta última quinta-feira. Na manhã desta sexta-feira, esteve no clube e despediu-se dos companheiros. Na saída do clube, mesmo dentro do carro, o atleta parou para atender alguns jornalistas. E não escondeu a sua insatisfação com a diretoria rubro-negra, que, segundo ele, interferiu quando o técnico Eduardo Baptista quis escalá-lo. Ao tomar conhecimento das declarações, o vice-presidente de futebol, Sérgio Kano, disse que Cordeiro “mentiu” e que ele “já vai tarde”.

O contrato de Marcelo Cordeiro com o Sport iria até o fim deste ano. Treinando à parte, o jogador recebia um salário de R$ 80 mil - pago em dia. “Já imaginava que iria acontecer alguma coisa, que eu seria liberado, pois já vinha treinando separado do grupo. Alegaram que eu não quis sair, mas na realidade os clubes apareceram e eles queriam pagar pouco e o Sport não queria complementar o meu salário. Eu tinha contrato aqui e não iria deixar para trás, estou no meu direito. E quem me proibiu de ser escalado foi a diretoria, desde que Eduardo (Baptista) assumiu o time”, disparou.

Ao falar dessa interferência na escalação por parte da diretoria, Marcelo Cordeiro disse que há algumas coisas no Sport que não são feitas de forma profissional. Referindo-se também a fatos que aconteceram durante a Série B do ano passado, o atleta afirmou que alguns treinadores chegaram a deixar o clube por intereferência da antiga diretoria - vale salientar que Marcos Amaral era o executivo de futebol na época. Questionado se algo semelhante ao que ocorreu com ele estaria acontecendo no atual elenco, Cordeiro se esquivou. “Não posso falar porque já estou há um mês treinando em separado”, pontuou.

“Eu tinha conquistado o acesso, fui capitão do time no ano passado e depois me proibem de jogar? Não sinto mágoa do clube que é muito maior do que todo mundo, do que eu e a diretoria. A única coisa que eu acho é que certas coisas não são feitas de forma profissional aqui, como essa interferência na escalação. A diretoria tem que cuidar da parte dela. Quando Geninho saiu ele já tinha me dito para ficar esperto, que ‘os caras’ queriam a minha cabeça”, acrescentou.

Daniel Leal/DP/D.A Press
Marcelo Cordeiro afirmou que haverá uma rescisão unilateral e que o Sport pagará o que ele tem firmado na carteira de trabalho e que o resto ele terá que buscar na Justiça. “É um clube muito correto para quem está jogando, mas tem essa parte amadora, diretor que nunca jogou bola, não sabe como funciona o futebol. Acham que conhecem e têm que interferir e isso não acho correto, quem tem que escalar é o treinador”, concluiu.

Diretoria rebate firme
O vice-presidente de futebol, Sérgio Kano, não gostou nada da conduta do atleta. De caro, ao saber na possível interferência da diretoria na escalação do time, afirmou que o atleta “mentiu”. Justificando o porquê da saída de Cordeiro, concluiu a frase com um contundente “já vai tarde”.

“Se ele falou isso, mentiu. O que aconteceu foi o seguinte: ele perdeu espaço para os jogadores da posição. Renê assumiu a titularidade e foi muito bem. Temos Igor Fernandes e Danilo, que também ganhou a confiança do treinador e ele perdeu o espaço", disse Sérgio Kano.

O dirigente rubro-negro não parou por aí. "Agora eu pergunto: Se foi uma imposição da diretoria, por que ele treinando no Sport desde fevereiro ninguém mostra interesse? Será que foi a diretoria que também impediu isso? Lógico que não. Sempre respeitamos os jogadores e, por isso, não rescindimos o contrato dele. Mas já vai tarde”, respondeu Kano.