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Com votação expressiva, Martorelli vence as eleições e comandará o Sport por mais dois anos

Situação obteve 1542 votos contra 276 do candidato da oposição, Bruno Reis

postado em 16/12/2014 19:20 / atualizado em 16/12/2014 21:46

Daniel Leal /Diario de Pernambuco

Daniel Leal/DP/D.A. Press
Venceu a continuidade. O candidato da situação, João Humberto Martorelli, está eleito para continuar à frente do Sport para o biênio 2015/2016. O advogado de 59 anos bateu o seu opositor, o empresário Bruno Reis, com uma considerável margem de votos: 1542 (84,49%) x 276 (15,12%) - houve ainda três votos em branco e quatro nulos. Entre uma nova visão de gestão e a continuidade do trabalho sólido, que amortizou dívidas e devolveu títulos ao clube, o sócio preferiu ficar com a segurança do seguimento do trabalho. Um total de 1825 sócios votaram.

Juntamente com Martorelli, também foram eleitos através da chapa União e Vitória: Arnaldo Barros (vice-presidente do executivo); Jarbas Guimarães (presidente do Conselho Deliberativo) e Adilson Castelo (vice do Conselho). Gentilmente, o grupo de oposição Sport Pode Mais admitiu a derrota e parabenizou Martorelli, minutos antes das 19h, quando saiu o resultado final.

“O meu primeiro gesto como presidente eleito será estender as mãos para a chapa da oposição. Ela frutificou a democracia, lubrificou o amor pelo Sport e a festa que tivemos hoje, da democracia rubro-negra. E assim que tem que ser. Uma festa com ética, respeito e discussão de ideias civilizadas”, falou Martorelli como presidente rubro-negro recém-eleito, antes de puzar o tradicional grito de guerra, o “cazá, cazá!”.

Na expectativa pelo anuncio de algum reforço ou ernovação de contrato, o presidente brincou. Fez mistério, mas logo ressaltou o retorno ao clube do ex-presidente Jarbas Guimarães, agora eleito como presidente do Conselho Deliberativo, como o principal reforço do momento. Em seguiu, seguiu discursando. “Nós pudemos e devemos, é nosso papel, modificar este ambiente do futebol. Temos a responsabilidade de fazer a política dos clubes com ética e seriedade. E as duas chapas hoje demonstraram isso. Sem ofensas pessoais, com ideias, buscando engradecimento do bem maior: o do glorioso Sport Club do Recife”, pontuou Martorelli.

Tranquilidade

Durante toda esta terça-feira, a movimentação na Ilha do Retiro foi marcada pela absoluta tranquilidade. Por vários momentos, os dois candidatos ao executivo se cumprimentaram, posaram para fotografias e se falaram em um clima amistoso. Ao longo do dia, as pesquisas de boca de urna já apontavam a supremacia da chapa da situação. O êxito, como já era esperada em razão do bom ano no futebol do clube e pela gestão sólida de Martorelli em 2014, parecia apenas uma questão de tempo. E foi mesmo.

Histórico

João Martorelli era o vice-presidente de Luciano Bivar até o fim de 2013. Assumiu o Sport quando o então mandatário pediu licença para se dedicar a campanha eleitoral visando o cargo de deputado federal. Mesmo derrotado no pleito, Bivar seguiu alheio ao clube, abrindo mão do cargo máximo do executivo. Martorelli, então, implementou o seu modo de gerir com sucesso.

À frente do Sport, Martorelli foi um dos responsáveis pela promoção de Eduardo Baptista ao cargo de treinador e comandou o Leão nos títulos da Copa do Nordeste e do Campeonato Pernambucano. Deu garantias de permanência a Eduardo Baptista quando o treinador viu o time oscilar na Série A - passando pelo pior momento do ano, com oito jogos sem vitória.

A convicção, sempre ao lado do braço direito, o então vice-presidente de futebol, Arnaldo Barros, mostrou-se correta ao fim do ano, com o Leão terminando o ano com a melhor campanha da Série A nos pontos corridos, com a 11ª posição (a mesma de 2008). Além disso, a campanha garantiu a clasificação à Copa Sul-Americana pelo terceiro ano consecutivo.

Dívidas negociadas

Fora das quatro linhas, a gestão de Martorelli também teve pontos positivos. Em julho, o clube anunciou o patrocínio da Caixa Econômica Federal - por um ano estampando a marca do banco o clube receberia a quantia de R$ 6 milhões com isso. Para conseguir isso, porém, o Leão precisou investir e quitar dívidas antigas com a União, realizando um investimento total de R$ 4 milhões.

“Estou pensando no Sport do futuro. Para termos o patrocínio de R$ 6 milhões em um prazo de um ano, movemos mundos e fundos. Além da adesão ao Programa de Recuperação Fiscal (Refis), fizemos um esforço financeiro monumental”, explicou Martorelli à época. O Sport investiu R$ 4 milhões para ter todas essas certidões negativas de dívidas antigas em mãos.

Dentre outras negociações que o Sport precisou fazer para zerar suas dívidas está uma negociação com a Prefeitura do Recife. O Leão negociou uma dívida que girava os R$ 23 milhões. Após negociações e idas à Justiça a dívida caiu para R$ 15 milhões. O clube parcelou a dívida em 96 meses.

Arena Sport

De forma geral, a decepção da atual gestão foi a não concretização da Arena Sport. Em razão de um desencontro com a Engevix (a empresa que estava encarregada em viabilizar a Arena, mas que desistiu de dar andamento no projeto por divergência financeiras com o Sport), o projeto não saiu do papel. Uma das promessas de Martorelli agora é correr atrás. De acordo com o presidente do clube, o Sport já tem "conversas adiantadas" para fechar com um novo parceiro.

"Estamos atuando no sentindo de contratar outro investidor. Temos conversas adiantadas com quatro ou cinco 'players', um deles internacional. Todos muito interessados em executar o projeto. Eles estão elaborando propostas. Assim que mandarem, vamos analisar e dar conhecimento ao sócio. Uma premissa fundamental é dar total transparência ao tema", garantiu o mandatário rubro-negro.

O Sport já tem em mãos a liberação da Prefeitura do Recife para a construção do empreendimento. Recentemente, o clube encontrava dois impasses que também já foram solucionados. O primeiro era em relação aos terrenos. Eram vários lotes na Ilha do Retiro em nome do clube. Precisavam estar unificados em um só no papel, segundo exigência da Prefeitura, da Comissão de Controle Urbanístico (CCU) e do Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU). O projeto da arena leonina prevê um estádio para 45 mil pessoas.