SPORT
Morre Leonardo, o eterno ídolo do Sport
Ex-atacante do Leão faleceu na tarde desta terça-feira, após quase um mês internado
postado em 01/03/2016 15:38 / atualizado em 02/03/2016 16:43
Falecido aos 41 anos após complicações de um quadro de neurocisticercose, doença provocada pelo consumo de carne de porco indevidamente preparada, Leonardo construiu, na sua velocidade com a bola nos pés, a imagem de um mito na Ilha do Retiro. Mito que soube driblar rapidamente o anonimato quando chegou no clube.
Vindo de Picos, sua cidade natal no Piauí, Leonardo tinha apenas 18 anos de idade ao virar leonino. Era um jovem franzino, de 1,64m e poucas palavras. Veio com um contrato ainda amador, mas ambicioso. Em 15 de julho de 1992, as páginas do Diario de Pernambuco traziam a mais nova contratação do Sport. Ainda pouco conhecido de torcida e imprensa, o atacante Leonardo chegava para morar na concentração da base.
Logo, virou ídolo. Ficou até o fim de 1995, quando se transferiu para o Vasco e chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira. Passou ainda por Corinthians, onde foi artilheiro do time na Copa Libertadores de 1996 com cinco gols, e Palmeiras. Ainda assim, em nenhum dos times do eixo Rio-São Paulo teve o mesmo sucesso quando se vestiu com as cores do Sport. Azar deles, pensam os rubro-negros.
Azar deles que não vibraram com aquela bola entre as pernas do argentino Mancuso, no clássico com o Santa Cruz, em 1999. Azar deles que não vibraram com aqueles cinco gols do atacante na vitória de 6 a 0 em cima do Atlético Mineiro, no Brasileirão de 2000.
Rubro-negro até o fim
As duas passagens no Sport ainda renderam a Leonardo a marca de terceiro maior artilheiro do clube com 133 tentos marcados. Após as glórias no Leão, o jogador teve uma nova passagem frustrada no Sudeste. Dessa vez, no Cruzeiro. Em seguida, rodou em 14 times. Entre eles, o antigo rival Santa Cruz. Insistiu até quando teve a certeza de que o corpo não aguentava mais. Nessa época, aos 38 anos, tentava iniciar mais um Campeonato Pernambucano pelo Afogadense.
Após pendurar as chuteiras, o destino trouxe Leonardo de volta à Ilha do Retiro. Nos últimos anos, começava a construir a carreira de auxiliar técnico nas categorias de base do clube. Era o exemplo para aqueles jovens que, assim como ele, sonhavam em vencer no futebol, em vencer no Sport.
Leonardo no Sport
2 passagens (1992 a 1995 e 1997 a 2001)
367 jogos
7 Campeonatos Pernambucanos (1992, 1994, 1996, 1997, 1998, 1999 e 2000)
2 Copas do Nordeste (1994 e 2000)
3º maior artilheiro com 136 gols (à sua frente, Traçaia, com 202, e Djalma Freitas, com 161)
Confira o especial do Podcast 45 Minutos sobre Leonardo