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Do G5 ao Z4: os discursos de Luxa, a pressão pela queda e a mudança de foco no Sport

Em seis rodadas, Leão foi de uma ponta a outra da tabela da Série A e narrativa da conquista de vaga na Libertadores começa a desaparecer

postado em 04/10/2017 08:40 / atualizado em 04/10/2017 08:40

Arquivo/DP
Desde a nona rodada que o Sport não figurava na zona de rebaixamento do Brasileiro. A vitória da Ponte Preta sobre o Flamengo, na última segunda-feira, empurrou ao Z4 um Leão que está há nove jogos sem ganhar no campeonato. O Rubro-negro tem visto o sonho da classificação à Libertadores se transformar em possibilidade real de degola. Enquanto o técnico Vanderlei Luxemburgo faz uma "ginástica" para conciliar o discurso do topo da tabela com a da fuga da queda, o elenco lida com uma inevitável pressão e está pouco a pouco mudando de foco.

A narrativa pela Libertadores, meta audaciosa da direção, cresceu no Sport a partir da chegada de Luxemburgo. Mesmo com a equipe imersa no Z4 antes de se iniciar a arrancada rumo às primeiras posições, o próprio Luxa mantinha um discurso bem mais otimista que o de agora, inclusive. Reiteradas vezes, dizia que a equipe tinha mesmo que “pensar grande”, ideia comprada pelo elenco.

A obsessão pela Libertadores se perpetuou no Rubro-negro, e a entrada da equipe no grupo dos primeiros colocados insuflou ainda mais a esperança por tal propósito. Mas, pouco depois de o Sport iniciar a sua sequência negativa na Série A, tudo começou a mudar. Luxa até digeriu bem as partidas sem ganhar contra Fluminense, Corinthians e Ponte Preta. Ao perder do Cruzeiro e sair do grupo da Liberta, porém, começou a ser bem mais duro, menos crédulo e, por vezes, a desviar o foco de si mesmo.

Após perder da Raposa, o comandante deu uma coletiva “relâmpago”, de menos de três minutos. Afirmou que o Sport foi apático, “abaixo do que pode”. Após a rodada seguinte, não conteve a insatisfação ao ser goleado para o Grêmio por 5 a 0 e chegou a colocar em xeque o comprometimento dos atletas. Já com renovação apalavrada, viu melhoras no time nos jogos seguintes. Mas agora tem preferido transferir responsabilidades, seja fazendo críticas à arbitragem e até sugerindo à CBF uma Série A com menos rebaixados. 

Luxa reconhece uma vaga no G6 (que pode ser ampliado para G9) está mais difícil. Mas sem deixar de olhar para cima, vê o elenco começando a admitir que a luta tem que ser mesmo contra o Z4. O primeiro a falar isso publicamente foi Rithely. “(O  objetivo) é evitar a queda. Se acontecer um desastre, é ruim para todo mundo”, contou. Anselmo não nega que a pressão aumentou com a entrada da equipe no grupo dos rebaixáveis. “A pressão acaba complicado a gente. É uma situação desconfortável, mas a gente tem chances de sair dela.”