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Gabriel Medina é o primeiro brasileiro campeão mundial de surfe

postado em 19/12/2014 20:27 / atualizado em 20/12/2014 18:45

José Gustavo /Diario de Pernambuco

ASP/Twitter/Divulgação
O Brasil sempre teve um papel coadjuvante no circuito mundial de surfe. Apesar de produzir excelentes surfistas, o país nunca chegou perto de disputar – com chances reais – o título do World Tour do ASP. Ontem, o sonho se transformou em realidade. E de uma maneira incontestável. Aos 20 anos, ainda garoto, Gabriel Medina se sagrou campeão mundial de surfe profissional. É o número 1. Cravou o nome não só dele, mas de todos os brazucas no hall dos mitos do surfe mundial. Sim, a conquista foi de Gabriel, mas significa muito mais. O feito coroa uma luta antiga de nomes como o paraibano Fábio Gouveia e os irmãos catarinenses Neco e Teco Padaratz, entre outros.

“É fantástico o título do Gabriel e a alegria dele. Este título significa muito para muita gente”, afirmou o brasileiro Alejo Muniz, que teve uma participação efetiva na conquista do compatriota. Alejo parou Kelly Slater na terceira fase e, em seguida, venceu Mick Fanning na repescagem da quarta fase. Eliminava os dois gringos candidatos ao título. Deixava o caminho livre para Gabriel, que tornou-se o primeiro campeão mundial, desde 1976, a não ter o inglês como língua oficial.

Choro
A comemoração de Medina foi ainda no mar. Ao entrar na água para disputar a quarta de final viu Alejo Muniz vencer, a respescagem, do australiano Nick Fanning. Recebeu o abraço e o carinho dos adversários. Não resistiu. Deixou o mar e foi comemorar na areia com os vários brasileiros que estavam torcendo por ele em Pipeline. “É fantástico. Eu não sei exatamente o que dizer. Eu quero agradecer o Alejo por me ajudar. Eu amo essa torcida. Eu quero muito celebrar com todas essas pessoas, como meu pai e minha mãe. Eu sonhava com isso e agora virou realidade”, afirmou Medina ao deixar o mar.

Os excelentes resultados dele e, agora o título mundial, colocam o Brasil na crista da onda do surfe. A popularidade de Gabriel Medina é enorme. Se ele já era respeitado na elite do circuito, agora também dentro de casa. O reconhecimento dos brasileiros é total. O orgulho mais ainda. No ano da fatídica Copa do Mundo, o Brasil pode bater no peito e dizer que tem um campeão mundial.

Saiba mais

Título da etapa

Assim que conquistou o título mundial, Gabriel Medina deixou o mar, foi para areia comemorar e ar entrevistas. Passou pouco mais de quinze minutos fora d’água. Sua bateria de quartas de final não tinha terminado.

Voltou, virou e venceu. Chegou às semifinais e ganhou novamente. Ele queria mais. Queria vencer em Pipeline. Na grande final, com o australiano Julian Wilson, nas duas primeiras ondas, Medina surfou para receber uma nota 8, quando o adversário marcava 9,93. Na onda seguinte, o brasileiro cravou um dez. Mas, nos dois minutos finais, Julian achou um belo tubo e somou a nota que precisava para virar a bateria. O australiano venceu o Pipe Masters.