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DUATHLON

Competição de duathlon Power34 Recife reúne centenas de atletas na Via Mangue

Atletas de todo o Nordeste competiram na corrida e no ciclismo; sucesso de organização, evento teve megaestrutura e foi elogiado pelos participantes

postado em 08/10/2017 17:20 / atualizado em 08/10/2017 18:31

Peu Ricardo/DP
Eram cinco horas da manhã. Junto aos primeiros raios de sol do dia, as primeiras bicicletas chegavam à Via Mangue. Os competidores, em grupos ou sozinhos, tomavam a arena montada no Shopping RioMar. Depois das seis horas, a largada iniciou oficialmente o Power34 Recife. Uma simples competição de duathlon para alguns. Para outros, uma festa daqueles que amam o esporte, a prática de exercícios.

A corrida de duathlon - que consiste em duas baterias de corrida intercaladas por uma de ciclismo - contou com diversas categorias, desde a standard, com 55 km ao todo, até a mini-sprint, com 15 km de percurso total. Maneira encontrada para agregar atletas de desempenho e outros que praticam o esporte apenas para manter a saúde em dia. O grande objetivo do evento estava longe de ser apenas o resultado. Em primeiro plano, a celebração do esporte com organização e harmonia foi o grande motor do evento.
“Tivemos modalidades ideais até mesmo para pessoas que nunca haviam participado de um duathlon, além de infantis e juvenis. Quem só tinha bicicleta de passeio também pôde vir e competir igualmente. A nossa ideia foi trazer um evento em que os atletas de desempenho brigaram por pódio sem impedir os iniciantes de terem uma experiência de descoberta do esporte”, sintetizou Carlos Alexandria, diretor do evento.

Presente ao evento, a secretária executiva de esportes do Recife, Yane Marques, viu no evento a prova de uma nova fase no esporte. “Eventos como esse trazem um pouco do movimento e da vida de atleta para a cidade. Os organizadores também são atletas, vivem esse ambiente e sabem da importância da organização. Hoje vivemos uma nova fase do esporte. Eventos como esse são muito importantes para esse movimento”, colocou.

Mais atenção
Para o presidente da Federação Pernambucana de Triathlon (Fepetri), Victor Lima, eventos como o Power34 Recife também servem como força para que a prática diária de esportes receba mais atenção do poder público. “É uma forma de sensibilizar as autoridades para que nos deem mais condições para treinar. A cada dia aumenta o número de ciclistas e corredores, mas é difícil fazer treinos de ciclismo na rua, por exemplo, pela falta de segurança viária”, pontua.

Estrutura da Via Mangue elogiada
Por algumas horas, os carros deram lugar às bicicletas e aos tênis na Via Mangue. No primeiro evento multiesporte realizado no local, os elogios foram diversos e a estrutura, aprovada. “Os aclives exigiram técnica dos competidores, o que também foi bom. A pista é excelente e espero que possa ser palco de outros eventos de ciclismo”, exaltou o competidor Teodório Alves.
Peu Ricardo/DP

“A Via Mangue já é local de treino de muitos ciclistas. Todos sabiam o quão adequada ela era para a modalidade. O fato de termos conseguido viabilizar esse evento abre precedente para que outros aconteçam neste espaço, que tem uma pista perfeita para o duathlon”, complementou o presidente da Fepetri.

Todos são vencedores
Chegar em primeiro lugar no pódio não é apenas ter o melhor tempo entre os participantes da prova. A excelência expressa na medalha e no trófeu de campeão são resultado de uma vida de dedicação ao esporte. Campeão na categoria standard do Power34 Recife, o potiguar Lucas Cabral viu a medalha dourada no peito refletir o esforço de trazer o esporte para a vida.
Peu Ricardo/DP

“Comecei a praticar triathlon há um ano e meio e já virou parte indissociável da minha vida. Pratico todos os dias, sem folga, e meu trabalho é na área de reabilitação física, o que também me ajuda bastante”, pontuou Lucas, que participou da sua primeira prova em Pernambuco. “Não tem tantas provas aqui no Nordeste, mas sempre que tem eu tento participar, seja em Natal ou em outras cidades”, acrescentou.

Outro vencedor de fora do estado foi o alagoano Pedro Reis, primeiro colocado na categoria sprint. Reis, que veio ao Power34 Recife por indicação de colegas do triathlon, ficou surpreso com a organização do evento. “O nível dos competidores foi muito bom e a prova também esteve à altura. Certamente, voltarei para as próximas edições da corrida”.

Pernambuco
O interior de Pernambuco também teve um representante no pódio. O estudante Matheus Rosendo saiu de Timbaúba às 4h da manhã. Chegou ao Recife a tempo percorrer os 15 km da categoria mini-sprint, sendo primeiro lugar. “O esporte foi o combustível para que eu perdesse peso e hoje é motivação para qualquer desafio que enfrento na vida. Quero seguir treinando forte e seguir carreira nisso”, disse, em meio à comemoração.

Megaestrutura ajudou os atletas
A área externa do Shopping RioMar recebeu uma verdadeira arena para receber o Power34 Recife. Dias antes do evento, a equipe de organização já começava a montar a estrutura que iria receber os participantes e o público geral. Nela, tendas com uma variedade de funções se distribuíram pela área onde os espectadores ficaram durante a corrida e onde, após o fim dela, as premiações ocorreram.

A estrutura, que começava pouco antes do local onde os atletas deram a largada, compreendia o posto de cronometragem dos competidores, o posto médico e as tendas de fisioterapia e recuperação física, alimentação, hidratação e ainda uma oficina móvel, que atendeu os atletas que tiveram problemas de última hora com suas bicicletas.
Peu Ricardo/DP

Em meio a tudo isso, havia também diversos tendas destinadas às assessorias esportivas, que levaram dezenas atletas para a competição e ajudaram com a logística, suporte de alimentos e suplementos. Além disso, deram dicas no ciclismo, na corrida e, mais importante, no alongamento e na preparação antes da corrida começar.

Só na assessoria Thorpe Fitness (uma das quatro que tiveram uma tenda montada na arena), 12 atletas participaram do Power34 Recife. A estrutura disponível no local os ajudou antes e depois da prova. “Apoiar os atletas na chegada e na saída é fundamental. O apoio é de alimentação, hidratação e alongamento, mas também é psicológico. O atleta tem que estar confortável para pensar apenas na competição”, explica Harry Thorpe, líder da assessoria.

Os coachings esportivos, como Thorpe, têm o trabalho de acompanhar o atleta no dia a dia e durante as competições, em especial as locais. Porém, alguns atletas de outros estados também tiveram esse privilégio. Foi o caso dos alagoanos da assessoria 3+, que, em parceria com mais dois grupos, trouxeram um total de 20 atletas para o Power34 Recife.

Rafael Padilha, líder da assessoria esportiva, crê que a simples presença do técnico é importante para criar um ambiente favorável ao desempenho do atleta. “Os atletas têm essa carência. Por mais que tenham experiência e saibam o que fazer, eles precisam do apoio do treinador. Grande parte do que falo eles já sabem, mas ter a presença da pessoa que os acompanha é muito importante”, finaliza.

Os “convidados” do Diario
Uma promoção do Diario em parceria com o Power34 Recife sorteou quatro kits de participação para o público. Em clima de alegria, os ganhadores da promoção correram, pedalaram e se surpreenderam com a qualidade do evento. E já se disseram ansiosos para a próxima edição, da qual garantiram que participarão novamente.
Peu Ricardo/DP

Um dos sorteados foi o corredor Tiago Roma. Depois de participar de algumas corridas de rua, o estudante começou a ganhar interesse também pelo ciclismo. No Power34 Recife, teve sua primeira experiência no duathlon. Esporte no qual, a partir de agora, pretende ter mais assiduidade. “Já tinha ouvido falar bastante do Power34 Recife, mas faltava um empurrão para participar pela primeira vez. Já havia participado de eventos de triathlon, então Incluir o pedal, que é uma modalidade que eu gosto muito de fazer, não teve problema algum”, relatou.

Outro ganhador da promoção foi André Fonseca, que pôde competir ao lado de alguns amigos na prova. Ele, que também tem a corrida como ponto forte, aprovou a experiência no duathlon, com a transição entre modalidades e a pedalada. “Não imaginava que o evento tivesse esse nível de estrutura e organização. Certamente, uma surpresa agradável e que motiva a seguir acompanhando as próximas edições”, contou o atleta.