MMA

UFC

Ju Thai revela gosto amargo por revés contra Esparza e aposta em evolução para se reabilitar

Mineira minimiza troca repentina de rival e espera mostrar desenvolvimento técnico

Getty Images
No ranking das 15 melhores do peso palha, Juliana Lima volta ao octógono do Ultimate Fighting Championship nesta sexta-feira, na edição Fight Night 102, em Albany. A mineira terá pela frente a estreante na organização JJ Aldrich, escalada às pressas como substituta da campeã do TUF 23, Tatiana Suarez, no evento sediado na capital do estado de Nova York. A Ju Thai, como é apelidada a belo-horizontina de 34 anos, aposta na evolução adquirida durante treinamento em Houston para demonstrar boa performance e se recuperar da derrota sofrida contra Carla Esparza, em abril.

O duelo em Albany será o quinto de Juliana Lima no UFC. Ela estreou em 2014, com revés diante de Joanna Jedrzejczyk, atual campeã do peso palha; depois, emplacou dois triunfos consecutivos, contra Nina Ansaroff e Ericka Almeida. A sequência positiva, no entanto, foi encerrada pela ex-campeã Carla Esparza, declarada vencedora por decisão unânime. A performance no último combate ainda incômoda Ju Thai, que prometeu retomar o estilo agressivo no confronto com JJ Aldrich.

“Foi a derrota mais amarga de toda a minha carreira. Eu tinha a vitória nas minhas mãos, mas não sei o que aconteceu comigo. Eu fiquei ali por baixo e tinha certeza que iria finalizá-la, mas esqueci que são três rounds. Não tomei um soco na cara. Dei uma pedalada, que sangrou ela. Foi um resultado que eu não sei nem o que dizer, na verdade. Eu estou mais consciente agora e com sangue nos olhos. Vou recuperar aquela Ju Thai mais agressiva, como era no Brasil Fight, e retomar o caminho das vitórias”, declarou em entrevista exclusiva ao Superesportes.

Juliana Lima ainda minimizou a troca repentina de adversária e destacou o aperfeiçoamento das técnicas das artes marciais mistas, principalmente no jogo de solo, desde que passou a treinar permanentemente com o mestre Vinícius Draculino, em Houston. A mineira espera uma oponente resiste, mas confia na intensa movimentação para colocar em práticas as transições e todos os atributos das artes marciais mistas.

“Não fiquei surpresa com isso, sinceramente. É a terceira vez consecutiva. Eu continuei treinando e tive uma grande sorte de pegar outra adversária canhota. Uma das melhores coisas que aconteceu comigo foi ter vindo treinar aqui. Eu tive uma evolução muito grande. Draculino é o principal responsável por isso. Vou usar muita movimentação. Ela anda para frente, e eu vou aproveitar isso. Vou usar o meu jiu-jítsu. Eu quero fazer tudo nessa luta, na verdade. Eu quero misturar, fazer o MMA, de fato”, comentou.

Getty Images
Confira a entrevista completa de Ju Thai ao Superesportes

Você teve adversária trocada quase que a uma semana do evento. Como foi a sensação quando soube que Tatiana Suarez estava fora da luta?

Não fiquei surpresa com isso, sinceramente. Não foi a primeira vez que isso acontece comigo no UFC. É a terceira vez consecutiva. Não é nenhuma novidade. Eu continuei treinando e tive uma grande sorte de pegar uma adversária canhota. Isso facilitou, porque eu vou aproveitar tudo que eu coloquei em prática durante o camp.

Você terá pela frente uma adversária pouco conhecida. JJ Aldrich é estreante no UFC e participou do TUF 23. Como é estudar uma adversária para depois enfrentar outra? Como fazer para suprir a falta de informações de Aldrich?

Como ela participou da casa do TUF, deu para ter uma ideia dela. Ela tem um estilo redondinho e caminha sempre para frente. Ela toma porrada, mas continua andando para frente. Apesar do pouco tempo, deu para estudar direito o estilo dela e agora é colocar em prática todos esses meses de treino.

Nos últimos combates você optou por uma postura de usar o clinche e buscar as quedas do wrestling. A estratégia será parecida, ou você pretende usar outra postura tática em Albany?

Vou usar muita movimentação. Como ela anda para frente, vou me movimentar bastante pelos lados, entrando, batendo, saindo. Ela anda para frente, e eu vou aproveitar isso. Vou usar o meu jiu-jítsu, que evoluiu muito desde que vim morar em Houston. Se aparecer a oportunidade de quedar, eu vou fazer isso sem problema. Na minha cabeça, a estratégia é usar os chutes e a movimentação, porque ela é canhota e gosta de andar para frente. Vou usar as saídas laterais, porque assim abre uma brecha para queda. Eu quero fazer tudo nessa luta, na verdade. Eu quero misturar, fazer o MMA, de fato.

A categoria ainda tem Joanna como campeã dominante, mas outras lutadoras têm movimentado o peso palha, como a Jessica Andrade. Como você a divisão hoje?


Joanna foi a minha primeira luta no UFC – e a dela também. Ela evoluiu muito desde a nossa luta. Com todo respeito às outras lutadoras, Joanna está em um nível acima. As lutadoras que estão chegando representam um sangue novo na categoria. Isso é bom para a categoria, que ainda é nova no UFC. Tem espaço para todo mundo.

Desde que você passou a treinar nos EUA, você sentiu evolução no jogo em pé ou mais no chão? A preparação é diferente daqui no Brasil? Qual a vantagem de treinar nos EUA?

Eu venho da Gracie Barra, de BH, uma academia muito conceituada, e que tem o mestre Draculino e outros vários ótimos representantes. Eu saí de BH para ficar aqui, em Houston, e beber direto na fonte, como se diz. Eu treino diretamente com Draculino, que é meu headcoach. Ele é sensacional. Uma das melhores coisas que aconteceu comigo foi ter vindo treinar aqui, porque eu pude aprender muito com ele como pessoa e treinador. Ele tem uma visão muito boa para a luta e um jiu-jítsu espetacular. Eu tive uma evolução muito grande. Eu sempre treinei jiu-jítsu, mas não evoluía muito. Eu tinha pavor de fazer guarda ou ficar por baixo. Na luta contra Carla (Esparza), ela nem me bateu. Ela ficou por cima, mas quase não encostou em mim, porque meu jiu-jítsu foi muito eficaz e ofensivo. Eu evoluí ainda mais depois dessa luta, aprendi muito mais. E Draculino é o principal responsável por isso. Ele está sempre do meu lado.

Você está entre as 15 melhores no ranking peso palha. Tem alguma meta traçada para o próximo ano? Pretende subir de forma gradativa, pensando luta a luta?

Minha meta é lutar mais. Eu espero ficar longe de lesões, porque eu lutei muito pouco neste ano. Esta é só a segunda luta no ano. Quando me falaram da lesão da Tatiana, eu falei com meu agente que eu teria de lutar de qualquer jeito, não importava contra quem. Para o próximo ano, eu quero ritmo de luta. Eu sou uma lutadora mais velha, apesar de sentir meu corpo novo, e quero ter oportunidade de lutar cada vez mais no UFC.

Você vem de derrota para a ex-campeã Carla Esparza. Como foi essa luta? Em que você mudou desde o último combate?

Foi a derrota mais amarga de toda a minha carreira. Eu tinha a vitória nas minhas mãos, mas não sei o que aconteceu comigo. Eu fiquei ali por baixo e tinha certeza que iria finalizá-la, mas esqueci que são três rounds. Não tomei um soco na cara. Dei uma pedalada, que sangrou ela. Foi um resultado que eu não sei nem o que dizer, na verdade. Eu estou mais consciente agora e com sangue nos olhos. Vou recuperar aquela Ju Thai mais agressiva, como era no Brasil Fight, e retomar o caminho das vitórias.

Você teme uma segunda derrota seguida, que pode te tirar do top 15?

Nem penso nisso. Isso não passa pela minha cabeça.

Tags: ufc albany estreante mineira UFC Fight Night 102 Juliana Lima Ju Thai peso palha top 15 jiu-jitsu