RIO-2016

Relíquias Olímpicas: os pernambucanos que defenderam o Brasil no futebol

Na primeira vez que a seleção disputou os Jogos, em 1952, dois pernambucanos estiveram lá. Seis atletas nascidos no estado já defenderam o Brasil em Olimpíadas

postado em 26/06/2016 14:00 / atualizado em 24/06/2016 19:23

Alexandre Barbosa /Diario de Pernambuco , Ana Paula Santos /Diario de Pernambuco

Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

A Copa do Mundo é, certamente, o sonho de qualquer jogador de futebol. Mas, para toda regra, existe a sua exceção. Nesse caso, Hernanes é uma delas. Desde sempre, o atleta falou que o seu sonho maior, em relação à Seleção Brasileira, era defender o país numa Olimpíada. E conquistá-la. Conseguiu realizar parte dele. Em 2008, ele fazia parte do time medalha de bronze em Pequim. Hernanes é o personagem principal do capítulo deste domingo da série Relíquias Olímpicas, que relembra os pernambucanos que estão na história dos Jogos. Além dele, são lembrados todos os futebolistas do estado que disputaram as olimpíadas.

Hernanes sempre foi conhecido por ser um jogador que foge ao senso comum quando expõe seus pensamentos. Seu discurso passa longe da mesmice da maioria dos jogadores de futebol. Certa vez, o pernambucano afirmou que tinha mais vontade de jogar uma Olimpíada que uma Copa do Mundo. Causou surpresa. Ele teve que se explicar. Conta que traçou esse objetivo em Sidney-2000, ao ver o Brasil perder a medalha. Desde então, sonhava com a medalha de ouro.

Oito anos depois, Hernanes não voltou atrás na afirmação, dada pouco antes de disputar a Olimpíada de Pequim-2008. Ao Superesportes, repetiu que a vontade de disputar os Jogos Olímpicos sempre foi maior que de uma Copa do Mundo. Em 2014, o pernambucano pôde tirar a prova, ao participar do Mundial do Brasil, sob o comando de Felipão. "Dizia que tinha mais vontade de jogar uma Olimpíada que uma Copa. E os Jogos foram, para mim, uma experiência marcante, porque eu era muito motivado em trazer o ouro para o Brasil", conta.

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O time de 2008 foi comandado por Dunga e tinha jogadores como o lateral-esquerdo Marcelo, do Real Madrid, e Alexandre Pato, na época, no Milan. A estrela era Ronaldinho Gaúcho, também da equipe milanesa, que foi chamado como um dos atletas com mais de 23 anos. A campanha brasileira foi boa até a semifinal, quando encontrou a Argentina de Di Maria, Messi e Agüero. O placar de 3 a 0 pôs fim ao sonho do ouro do Brasil.

Restou à Seleção a disputa pelo bronze, diante da Bélgica. A vitória por 3 a 0 garantiu a medalha e aplacou um pouco a dor pelo fracasso. Depois de algum tempo, Hernanes revela que passou a valorizar mais a medalha conquistada. "Não consegui realizar o objetivo de ganhar uma Olimpíada, mas foi algo marcante sim. Conseguimos o bronze e, refletindo um pouco, você vê que também tem um valor", afirma o volante, que marcou um gol nos Jogos, na estreia, que também foi contra a Bélgica.

Ao contrário do que aconteceu outra vezes, quando o futebol foi isolado das demais modalidades, em 2008, o elenco ficou na Vila Olímpica. Hernanes pôde vivenciar todo o clima que cerca os Jogos, algo que ele também guarda com carinho. "Ficamos na Vila e pudemos sentir o clima, o ambiente da Olimpíada. Foi muito bacana viver essa experiência", disse o pernambucano, que não conseguiu conhecer outros ídolos do esporte, como o nadador Michael Phelps. Pelo lado brasileiro, ele conta que o assédio foi grande sobre Ronaldinho Gaúcho. "Ele era a estrela do nosso time, então chamava mais a atenção das pessoas".