Vôlei

Pan 2011

Dani Lins: "O Pan será um campeonato para mostrar o meu trabalho"

Pernambucana foi convocada pela primeira vez para defender o Brasil nos Jogos Pan-Americanos

postado em 03/10/2011 11:47

O sotaque pernambucano ela não tem mais. Há onze anos está no Sudeste do país, e seus pais vivem em São Paulo. Mas mesmo assim ela se considera pernambucana. “Sempre que posso visito o Recife para meio que voltar no tempo. Amo essa cidade”. Esta é Danielle Rodrigues Lins, mais conhecida como Dani Lins, 26 anos, levantadora da Seleção Brasileira de vôlei, convocada pela primeira vez para defender o Brasil nos Jogos Pan-americanos.

A convocação inédita vem logo neste ano cheio de boas novidades para a atleta, que disse ser esta a melhor fase da sua vida, tanto pessoalmente como profissionalmente. No início do ano, ela afirmou que gostaria de conquistar o título da Superliga e voltar a ser titular do Brasil. Objetivos cumpridos, através de muito esforço e determinação.

Dani Lins conseguiu vencer a competição nacional com seu ex-time, o Unilever-RJ, e voltou a ser titular da Seleção, espaço que ela tinha perdido no fim de 2010 para Fabíola. Em maio, trocou de clube, fechando contrato com o Sesi-SP para temporada 2011/2012. Dani ainda disputou o Grand Prix, em agosto, e ganhou o prêmio de melhor levantadora da competição. Agora, ela quer continuar evoluindo e conseguir a classificação para Londres e, de preferência, com ela dentro da equipe e como titular. Ocupando a vaga por onde já passaram feras no esporte, como Fernanda Venturini e Fofão, Dani Lins acha tudo isso maravilhoso e espera poder continuar a história dessas atletas. Alguns capítulos já foram escritos. Do Peru, onde o Brasil está disputando o Sul-Americano, a jogadora concedeu entrevista por telefone ao Superesportes sobre suas expectativas e planos para o resto deste ano.

Como você avalia este momento da sua vida?

Acho que estou no melhor momento da minha vida. Estou satisfeita emocionalmente. Estou superfeliz, dentro e fora da quadra. A cada dia sinto uma evolução maior no vôlei. Acho que isso acaba sendo resultado do trabalho com o grupo e da satisfação com relação a minha vida pessoal. (Dani Lins namora Sidão, jogador da Seleção Brasileira masculina de vôlei).

Você hoje está como titular…

Por enquanto estou como titular. Graças a Deus, consegui fazer um ótimo Grand Prix, mas a gente nunca sabe o dia de amanhã. Se bobear, você perde a vaga. Sempre vai ter alguém atrás. Mas minha disputa com Fabíola é muito saudável e tranquila. A gente sempre se ajuda, conversamos uma com a outra apontando o que cada uma errou e o que pode ser melhorado.

Quais são as expectativas para os Jogos Pan-Americanos e de que forma a competição pode te ajudar nesta busca pela certeza da titularidade ?

Estou supertranquila. A gente vem de uma sequência de campeonatos. Estamos treinando, na verdade, visando a Copa do Mundo e à Olimpíada. Estaremos nestes jogos do Pan e do Sul-Americano com o intuito de pegar ritmo de jogo para a Copa do Mundo (competição classificatória para os Jogos Olímpicos de Londres), que será em novembro, no Japão. Acho que ser titular depende muito de mim. O Pan será mais um campeonato forte para eu mostrar o meu trabalho e que posso ser titular.

De que forma o título de melhor levantadora do Grand Prix tem ajudado você na Seleção?

Eu sei que tenho os meus méritos em ter sido eleita a melhor levantadora. Sei que me esforcei para pegar muitas bolas estouradas, mas confesso que o título é resultado de um trabalho em equipe, de um bom passe. Todo mundo contribui para o trabalho da levantadora. Acho que título acabou me estimulando ainda mais. Faz com que eu queira cada vez jogar mais e melhor.

Se o time perde, todo mundo coloca a culpa na levantadora. Como você lida com isso?


(Risos) Todo mundo tem que arranjar alguém para colocar a culpa, e aí vão logo colocar na levantadora, dizendo que é nova, que não tem experiência internacional, etc. Acho que o que a gente tem que pegar disso são as críticas construtivas. Tenho um emocional muito bom e não ligo para o que as pessoas falam por falar. Eu sei do meu trabalho. Tanto eu como Fabíola sabemos o que temos que melhorar.

Sei que ainda falta muito tempo para Londres, mas você já tem pensado nisso?


A gente pensa, sim. Mas primeiramente a gente tem que pensar nestes campeonatos de agora. Formar o time bem. Se Deus quiser, quero estar lá e como titular. E, claro, conseguir trazer mais uma medalha de ouro para o Brasil.