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Gilvan ressalta conhecimento de gestão de Wagner Pires de Sá e garante apoio da atual diretoria de futebol do Cruzeiro em eleição

Mandatário falou sobre o candidato da chapa da situação em entrevista ao Superesportes/Estado de Minas: 'Que o Cruzeiro continue pensando grande'

postado em 29/09/2017 09:00 / atualizado em 28/09/2017 23:54

Beto Novaes/EM D.A Press
Depois de dois mandatos à frente do Cruzeiro, o presidente Gilvan de Pinho Tavares se prepara para passar o bastão ao sucessor, que será escolhido em eleição marcada para a próxima segunda-feira, dia 2 de outubro. Com o título da Copa do Brasil, conquistado na noite de quarta-feira após vitória nos pênaltis sobre o Flamengo (5 a 3), ele ganha ainda mais cacife para pedir votos para a chapa da situação, encabeçada pelo empresário Wagner Antônio Pires de Sá. “Tenho certeza que ele dará sequência ao trabalho que vem sendo feito”, afirma o dirigente, em entrevista exclusiva ao Superesportes/Estado de Minas (leia abaixo).

Como o senhor apresentaria a Chapa União para os conselheiros e a torcida?

Não é possível formar chapa no Cruzeiro sem a presença de membros de famílias italianas, que estão no clube desde a fundação em 1921. Hoje temos na chapa um representante dos italianos, o Ronaldo Granata, sobrinho de Nicola Granata, que participou da administração de Felício Brandi. Outro é o Hermínio Francisco Lemos, irmão de José Francisco Lemos (atual 1º vice-presidente), que participa da vida do Cruzeiro desde 1950, quando foi presidente. São pessoas que podem dar sequência ao trabalho que a gente vem desenvolvendo no Cruzeiro. Recebemos o clube em situação difícil, sem recursos, com poucos jogadores. E aqui não cabe acusação a ninguém. Reconhecemos as dificuldades, pois os dois estádios de BH foram fechados. Isso trouxe prejuízo tremendo para o clube, tanto financeiro quanto técnico. Nosso programa de sócio-torcedor praticamente acabou. Aí, tiveram de vender jogadores, ficou praticamente apenas o goleiro (Fábio) e o Montillo. Superamos as dificuldades, remontamos o time, implantamos um novo programa de sócio-torcedor e, a partir de 2013, com a volta do Mineirão, tivemos a oportunidade de voltar a ganhar títulos. Por isso, não gostaríamos de passar o bastão a alguém inexperiente, a alguém que pode não dar sequência a todo esse sacrifício que vivemos ao longo desses quase seis anos. Se a eleição for favorável à chapa comandada pelo Wagner Antônio Pires de Sá, tenho certeza de que ele dará sequência. E posso garantir aos nossos conselheiros e à nossa torcida que vou estar junto dele para que o trabalho tenha sequência. Vou ajudá-lo, vou orientá-lo e ficarei com ele lá para que nada deixe de ter continuidade. Que o Cruzeiro continue pensando grande, em títulos do Campeonato Brasileiro, da Copa do Brasil e, se Deus quiser, da Copa Libertadores.

Caso seja eleito, o que o Wagner vai encontrar em termos de ajuda no Cruzeiro?

Ele tem a certeza e a promessa de que eu, presidente do Cruzeiro, e o Bruno Vicintin, vice-presidente de futebol, estaremos junto com ele, assim como o Antônio Assunção, que está na base. Portanto, não vai sofrer, terá continuidade. O Cruzeiro vai continuar com a mesma administração, com a mesma gestão e agora com pessoas mais experientes. O Wagner vai poder contar com tudo isso. O Cruzeiro não vai sofrer. Por isso é importante a vitória dele.

Deixa o Cruzeiro em situação melhor do que recebeu em 2012?

Não tem nem como comparar. Nós fomos receber o Cruzeiro – e não estou culpando dirigente, foi a situação que atingiu os clubes de Minas Gerais e outros estados – sem um elenco que pudéssemos confiar nas competições de 2012. Aquele elenco havia acabado de escapar do rebaixamento em 2011. O legado que eu e meus companheiros deixamos para a próxima administração do Cruzeiro é completamente diferente. O elenco do Cruzeiro hoje é colocado como um dos melhores do Brasil. O grupo que essa nova diretoria vai receber é um elenco campeão da Copa do Brasil. É um elenco que disputa as primeiras colocações no Campeonato Brasileiro. É um elenco para disputar a Libertadores em 2018. 

O grupo do senhor chegou a pensar em chapa única, buscar o consenso? E parece que o Wagner Pires de Sá não era o primeiro nome do grupo de vocês...

Na fase inicial estávamos buscando o melhor para o Cruzeiro, uma candidatura de consenso. Para isso, ouvimos muitas lideranças, o Emílio Brandi, o Pedro Lourenço, o José Gustavo Gatti, Bruno Vicintin, Antônio Assunção. Buscamos de todas as formas nome para unir todas as facções, queríamos evitar trauma. E o Wagner, vendo que ainda procurávamos, disse que poderia colocar o nome dele. É importante ressaltar que as grandes lideranças não se sentem em condições de assumir o Cruzeiro agora, não por questões de capacidade, mas por questão de tempo. O clube cresceu tanto que exige tempo integral. São empresários cujas empresas exigem atenção, não permite que saiam para dedicar 10h, 12h por dia ao clube. Por isso nós demoramos. E houve oportunismo de um outro lado. Zezé Perrella se apresentou, mas passou por turbulência na política e retirou a candidatura. Aí, surgiram oportunistas, e os cruzeirenses tradicionais não aceitam isso, sujeito achar que pode cair de paraquedas aqui. Por isso fomos atrás do Wagner, cuja empresa permite que ele se dedique ao Cruzeiro. Aí fomos em busca de companheiros para formar o trio de pessoas com disponibilidade, conhecimento e credibilidade dentro do nosso Conselho para poder compor uma chapa e dirigir o Cruzeiro nos próximos três anos.

Qual conselho o senhor daria ao Wagner Pires de Sá caso ele seja eleito? 

Tenho estado com Wagner quase diuturnamente e dito para ele se preparar, pois é extremamente cansativo. Tem os momentos de alegria, que são as vitórias, pois o presidente também é torcedor. Mas quando você tem o comando, a responsabilidade é enorme , tira o sono. O Cruzeiro é grande mais. Temos um grupo valiosíssimo, mas ninguém consegue mantê-lo a vida toda, até porque jogador, quando quer sair, ninguém segura. Se você não ganha do maior adversário ou não ganha o Mineiro, que é um laboratório, a torcida vem para a porta da sede hostilizar. Isso é uma cruz nas costas do dirigente. E não são todos os meses que entra receita suficiente para quitar as obrigações, e isso te faz passar madrugadas pensando em como vai dar conta daquilo. Às vezes, você tem de avalizar empréstimo, coloca em risco patrimônio que custou a adquirir. Isso tudo pesa, desgasta muito. Mas a gente sofre mais que os torcedores porque a obrigação é sua de todos os lados. Tem de estar atento a tudo. O futebol é o carro-chefe, mas tem muitos problemas menores para resolver, para fazer com que as coisas andem bem. Se um sócio tropeçar dentro do clube, o presidente é que é culpado. Por isso, tem de estar aqui o tempo todo.

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