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Alisson diz que ainda joga 'no sacrifício', busca aprimorar finalizações e celebra melhor sequência no Cruzeiro

Mesmo com dores no joelho direito, meia-atacante quer encerrar temporada em campo para buscar bom condicionamento e evolução técnica em 2018

postado em 22/11/2017 20:29 / atualizado em 22/11/2017 22:22

Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
Eram 20 minutos do segundo tempo do jogo entre Chapecoense e Cruzeiro, dia 10 de setembro, na Arena Condá, em Chapecó. Alisson, meia-atacante celeste, levou carrinho violento de Douglas Grolli, zagueiro do time catarinense, e precisou ser substituído por Robinho pouco depois. Exame de imagem realizado posteriormente diagnosticou entorse no joelho direito do camisa 11, que, a partir dali, passou por tratamento intensivo com o objetivo de estar presente na final da Copa do Brasil, contra o Flamengo, em 27 de setembro.

Alisson enfrentou o Fla na decisão e ajudou o Cruzeiro a conquistar o pentacampeonato da competição. Apesar das dores, havia o sentimento de que era preciso contribuir para o time. O pedido partiu do próprio técnico Mano Menezes, que o considera importante no esquema tático. É que Alisson, além de fazer o papel de ponta-esquerda, mostra-se firme na marcação aos laterais adversários.

Em entrevista coletiva na Toca da Raposa II, o meia-atacante fez revelações importantes: ainda sente um impacto no joelho direito em virtude do carrinho que recebeu de Douglas Grolli e acelerou em mais de duas semanas a recuperação para jogar a final da Copa do Brasil. Alisson ainda foi à defesa de Rafael Sobis, que também tem enfrentado problemas de lesão e atuado “no sacrifício”

“As pessoas às vezes não querem saber se você está bem ou se está mal. Não falo só de mim, mas do Rafael Sobis também. Você vê o que ele passou, cheio de dores e se doando para nos ajudar... infelizmente perdemos jogadores por lesão e suspensão. Sempre queremos dar o nosso melhor aqui dentro. Achei que não ia jogar a final, mas sou grato à comissão, à fisiologia e ao departamento médico que me deu essa oportunidade de arriscar. Era uma lesão de três a quatro semanas, mas voltei em uma”.

É com esse pensamento que o prata da casa quer enfrentar Vasco e Botafogo nas duas últimas rodadas do Brasileiro. “Se eu fizer um exame e der uma lesão que não me tira, não quero ficar fora. Lógico que sinto bastante ainda, mas tento me recuperar aqui fora, até ficando de fora de alguns treinamentos. Já foram dois ou três meses com dor, uma ou duas partidas não vão fazer diferença”.

Finalizações

As dores no joelho direito sentidas por Alisson em nada têm a ver com os problemas musculares que o prejudicaram há mais de um ano. Nesta temporada, o meia-atacante contabiliza 56 partidas, com cinco gols marcados e oito assistências. Se caprichasse mais no momento de chutar a gol, a fase artilheira poderia ser melhor. Segundo o Footstats, Alisson é o segundo atleta do Cruzeiro que mais acerta finalizações no Brasileiro. Contudo, das 18 tentativas em direção às metas adversárias, apenas duas ganharam as redes. O aproveitamento é de apenas 11,1%.

O próprio jogador faz uma autocrítica e reconhece que precisa evoluir nesse fundamento. A ordem veio de cima: do técnico Mano Menezes e do assistente Sidnei Lobo.

“Sou um cara que me cobro muito. Todo jogador gosta de marcar gols. Mas também fico feliz de ajudar de outra maneira também, numa função que não é fácil, você tem que atacar e marcar lateral durante os jogos. Mas venho trabalhando para que eu possa aprender a entrar um pouco mais na área, é isso que Mano e Sidnei vêm me pedindo. Sem dúvidas terei as oportunidades. E vamos treinando para quando surgirem as oportunidades no jogo eu possa estar bem preparado para que eu faça gols e dê assistências. Tenho que melhorar muitas coisas ainda, sei disso, e vou me cobrar sempre para que as coisas melhorem e eu faça mais gols”.

Melhor sequência

Se por um lado Alisson precisa calibrar o pé direito, por outro ele celebra seu melhor momento em assiduidade no time. Caso seja titular contra o Vasco – domingo, às 17h, no Mineirão, pela 37ª rodada do Brasileiro –, o meia completará 57 partidas e atingirá 77% de frequência. Em 2016, ele fez 41 jogos e marcou oito gols.

“Estou muito feliz pelo momento que vivo hoje. Só tenho a agradecer aos profissionais do clube, que são pessoas que sempre acreditavam em mim e sabiam que uma hora as lesões sumiriam, como sumiram este ano. Já são quase dois anos sem lesão muscular, então é agradecer à fisiologia, ao departamento médico, a todos ali dentro que estão me ajudando. Venho trabalhando o máximo possível para fazer as coisas corretas, pois quando fazemos as coisas corretas, sempre dá certo. Como disse, é agradecer quem está ao meu lado por eu ter tido um ano tão maravilhoso como esse”.

Animado, ele espera fechar o Brasileiro com chave de ouro e colocar o Cruzeiro na melhor posição possível – o time ocupa o quinto lugar, com 56 pontos. “Temos uma responsabilidade muito grande que é vestir a camisa do Cruzeiro. Toda vez que vestimos essa camisa, entramos para vencer, independentemente de quem está precisando de vaga ou brigando contra o rebaixamento. Até porque quando estávamos em momentos difíceis, ninguém tinha pena de nós, todos queriam passar por cima da gente. A responsabilidade é muito grande, temos objetivos no clube e vamos buscar as vitórias nos jogos que são muito importantes. Pode até garantir algo melhor para o clube em questões financeiras”.

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