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Sonho de jogar na Europa e concorrência no Cruzeiro impulsionaram venda de Gabriel Brazão para clube italiano; leia entrevista

Goleiro explica motivos que o levaram a aceitar proposta do Parma, da Itália

postado em 14/02/2019 06:30 / atualizado em 14/02/2019 01:06

Vinnicius Silva/Cruzeiro
Uma das maiores promessas das categorias de base do Cruzeiro, o goleiro Gabriel Brazão, de 18 anos, despediu-se do clube sem nem sequer ter feito um jogo entre os profissionais. Ele teve os direitos econômicos adquiridos pelo Parma, da Itália, em 31 de janeiro, data do último dia da janela de transferências para agremiações europeias. Pela negociação, a Raposa embolsou R$ 11 milhões.
 
Goleiro mais caro da história do Cruzeiro em números absolutos, Gabriel Brazão era a quarta opção do técnico Mano Menezes no setor, abaixo do titular absoluto e ídolo Fábio, do reserva imediato Rafael e do também jovem Vitor Eudes, de 20 anos. Em entrevista ao Superesportes, o jogador do Parma declarou que, apesar de um planejamento ter sido montado em cima de sua carreira, aceitou a negociação por causa da forte concorrência pela titularidade.
 
“O professor Roberto (Robertinho), junto com o Leandro (Franco), tinham um projeto muito interessante para mim. Mas, como tem o Fábio, o Rafa (Rafael) ainda, até o Vitor (Eudes), ia ficar mais difícil para eu jogar no futuro. Então, isso pesou. Também pesou o fato de eu realizar um sonho, que é jogar na Europa, o que é difícil, ainda mais para um goleiro e com a idade que eu tenho”, explicou. Brazão ainda não realizou nenhuma partida como profissional na carreira.
 
Vinnicius Silva/Cruzeiro
Brazão já declarou que tem como ídolos goleiros como o ex-colega Fábio, desde 2005 no Cruzeiro, e o italiano Gianluigi Buffon, do Paris Saint-Germain, campeão da Copa do Mundo de 2006 e formado justamente na base do Parma. Idolatrias à parte, o jovem citou Taffarel, campeão mundial em 1994 com o Brasil e atual preparador de goleiros da seleção profissional, como inspiração para fazer sucesso no clube italiano.
 
“A ida à Europa é a realização de um sonho. O Parma é uma grande equipe, que tem uma grande história na Itália, teve até o Taffarel como goleiro lá. Ele é um dos grandes goleiros brasileiros da história, e eu pretendo poder fazer um pouco de história também. Tenho a oportunidade de estar na Europa e espero poder representar da melhor forma”, comentou Brazão. Taffarel jogou no Parma de 1990 a 1993 e de 2001 a 2003, quando “pendurou as luvas”.
 
Lucas Figueiredo/CBF
Veja, abaixo, a íntegra da entrevista com o goleiro Gabriel Brazão, ex-Cruzeiro:
 
Qual sua expectativa de jogar na Europa, no Parma?
 
“A ida à Europa é a realização de um sonho. O Parma é uma grande equipe, que tem uma grande história na Itália, teve até o Taffarel como goleiro lá. Ele é um dos grandes goleiros brasileiros da história, e eu pretendo poder fazer um pouco de história também. Tenho a oportunidade de estar na Europa e espero poder representar da melhor forma”.
 
A que se deve sua saída do Cruzeiro? A forte concorrência pode ser levada em consideração?
 
‘O professor Roberto (Robertinho), junto com o Leandro (Franco), tinham um projeto muito interessante para mim. Mas, como tem o Fábio, o Rafa (Rafael) ainda, até o Vitor (Eudes), ia ficar mais difícil para eu jogar no futuro. Então, isso pesou. Também pesou o fato de eu realizar um sonho, que é jogar na Europa, o que é difícil, ainda mais para um goleiro e com a idade que eu tenho”.
 
Você espera voltar ao Cruzeiro no futuro?
 
“Com certeza eu penso em voltar ao Cruzeiro. Desde que eu entrei no Cruzeiro aprendi muito, agradeço muito ao clube por isso. Com certeza, quando eu voltar para o Brasil, vou dar uma oportunidade ao clube que me apresentou ao mundo. Vou torcer de longe pelo Cruzeiro, para todos os meus companheiros brilharem, e espero que seja um ano de muitas conquistas”.
 
Você passou a ser o goleiro mais caro da história do Cruzeiro, superando nomes históricos como Dida e Gomes. Como vê isso?
 
“Todos esses são grandes goleiros. De forma alguma eu posso me comparar a nomes como esses. Fico feliz por isso, mas quero me desenvolver como jogador para poder demonstrar meu futebol, assim como eles fizeram. Vejo que esse valor prova que meu trabalho vem sendo bem feito, e agora estou colhendo os frutos. Espero dar sequência no meu bom momento”.
 
Quando você viaja à Itália? Levará família ou amigos para facilitar a adaptação?
 
“Está nos meus planos levar meus pais, meu irmão e minha namorada. Agora mesmo comigo está indo só meu pai. Estamos vendo certinho onde vamos morar, para depois levar esse restante comigo. Eu viajo na próxima semana e aproveitarei ao máximo minha família, meus avós, e também meus amigos”.
 
No Parma, o objetivo será a titularidade ou você ainda precisa de amadurecimento?
 
“Nesses primeiros meses, se me colocarem para jogar no profissional eu estarei preparado, pronto para tentar agarrar a oportunidade. Mas, no momento, penso em tentar me adaptar ao futebol de lá, conhecer um pouco mais da língua, da cultura, e com o tempo eu tenho certeza que as oportunidades vão surgir para mim. Com meu potencial e meu trabalho, tenho certeza que vou poder fazer história”.
 
O que aconteceu com a Seleção Brasileira Sub-20, que não se classificou ao Mundial da categoria?
 
“Tínhamos um grupo muito qualificado, um grupo muito forte, uma comissão forte. Mas, infelizmente, os resultados não vieram. Nosso objetivo era ser campeão, e ir para o Mundial. O grupo é muito unido, em momento algum tiveram desavenças, mas ficamos tristes pelo resultado não ser o que planejamos, ainda mais que o nosso país é muito vitorioso”.

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