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Redução? Gestores do Cruzeiro explicam que jogadores receberão diferença de salários, mas de forma parcelada e a prazo; entenda

Valores acima do teto serão pagos a partir de abril de 2021

postado em 17/01/2020 00:57 / atualizado em 17/01/2020 00:56

(Foto: Humberto Martins/EM/D. A Press)
Os jogadores do Cruzeiro que aceitaram a proposta da diretoria para reduzir salários não abriram mão, na verdade, dos valores que tinham a receber do clube pelos contratos vigentes. Os montantes que extrapolam o teto definido pelo Núcleo Dirigente Transitório serão pagos de forma parcelada a partir de abril de 2021.


O Cruzeiro homologará todos os acordos com os jogadores no Ministério do Trabalho para evitar eventuais ações na Justiça por descumprimento de contrato. É que pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) os vencimentos não podem ser reduzidos pelo empregador. A negociação feita individualmente com cada um deles dará fôlego ao clube para cumprir os contratos, uma vez que o prazo de pagamento será estendido.

“O que na realidade a diretoria de futebol está fazendo é renegociar. De que maneira isso vai ser feito e pactuado, somente dentro da legalidade, com Ministério do Trabalho, tudo que for acordado com o atleta, nós vamos fazer. Em hipótese alguma o Cruzeiro vai prejudicar ou romper contrato de trabalho, nós não somos loucos de fazer isso. Essa turma (do Núcleo) está para ajudar, não para trazer mais problemas pro Cruzeiro”, disse Alexandre de Souza Faria, um dos responsáveis pela área financeira do Núcleo Transitório.

Mesmo já tendo acordos com alguns jogadores para reduzir os salários agora e parcelar a diferença a prazo, como os goleiros Fábio e Rafael, o lateral-direito Edilson e os zagueiros Manoel Leo, o Cruzeiro ainda não oficializou nenhum acordo na Justiça do Trabalho. Segundo Alexandre de Souza Faria, todos os acertos fechados são verbais.

“Não tem nada concretizado nem assinado porque nós vamos precisar dos jurídicos para legalizar as coisas. Tudo que for legal será feito. Se chegar alguma coisa negociada e o jurídico falar que não pode, não será feito. Mas o critério vale para todos, nós não vamos ter uma negociação com um e outra com outro. O Cruzeiro é uma instituição séria. Se quiseram (diretoria anterior) jogar o Cruzeiro na lama, nós não vamos compactuar com isso. A hora que finalizar isso, legalizar e estiver acordado e assinado, todos vão saber exatamente o que foi feito”, explicou Faria.

Salários de 2019

O 13º e os salários de outubro, novembro e dezembro de 2019, que não foram pagos à maioria dos atletas, também entrarão no parcelamento a prazo com os jogadores que fecharem acordos na Justiça do Trabalho. “Os atrasados são uma dívida e isso nós podemos negociar. Eles aceitam. Está apalavrado com boa parte deles”, concluiu Alexandre de Souza Faria.

Presidente do Núcleo Dirigente Transitório, Saulo Fróes disse que o quadro de dificuldade se estenderá mesmo com os acordos. As pendências de 2019 terão que entrar nos parcelamentos a partir do próximo ano. “Com relação aos salários antigos, não existe a mínima possibilidade. São valores completamente fora de qualquer realidade. Fora da condição nossa. Isso aí vai ter que ser, no mínimo, como nós prometemos, ser renegociado para daqui a mais de um ano, a partir de 2021, em várias parcelas. Mesmo assim, é uma situação muito difícil pra gente porque são valores expressivos. Os contratos foram feitos de forma leonina e muitas vezes só favoreciam aos jogadores. Nós estamos lá para resolver os problemas e vamos ter que adaptar e cumprir o que for prometido”.

“Não poderíamos nunca manter os salários que são irreais, não somente para o Cruzeiro mas para o futebol brasileiro. Os salários dos jogadores era fora da realidade. Cada um está chegando devagarzinho, nós estamos mostrando a realidade, o nosso projeto. É preferível receber menos, mas receber. E não ficar como era antigamente, que ficou aí esses salários atrasados, mas que nós também temos um plano de pagá-los dentro obviamente da combinação que está sendo feita com cada um deles”, explicou Fróes.

Tudo em dia a partir de fevereiro

Tão logo defina a situação de todos os jogadores, o Cruzeiro espera regularizar o pagamento da folha em fevereiro. Foi o que afirmou Saulo Fróes. “A ideia nossa é que todos os pagamentos sejam regularizados a partir de fevereiro. Não estou dizendo a parte antiga, mas da vida nova”.

Em relação ao quadro de funcionários da área administrativa, o Cruzeiro já quer acertar todas as pendências nos próximos dias, incluindo o pagamento do 13º salário de 2019. “Nós encontramos um cenário realmente de guerra no Cruzeiro. Mas as coisas estão caminhando muito bem. Nós já fizemos os pagamentos da base, acredito que deva estar saindo, ainda esta semana, a regularização do pagamento de toda parte administrativa. Nós já devemos também, talvez, pagar o 13º salário também. Então, as notícias estão clareando muito para o Cruzeiro”, concluiu.

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