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Presidente santista se diz surpreso com denúncia de abuso sexual na base do clube

Ruan Petrick Aguiar de Carvalho, de 19 anos, diz ter sido vítima em 2010

postado em 19/04/2018 17:07 / atualizado em 19/04/2018 17:38

Divulgação/Santos
O presidente do Santos, José Carlos Peres, concedeu entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira, no CT Rei Pelé, para falar, entre outras coisas, a respeito da denúncia de abuso sexual que atingiu o então coordenador das categorias de base do clube, Ricardo Marco Crivelli, conhecido como Lica.

O jogador Ruan Petrick Aguiar de Carvalho, de 19 anos, diz ter sido vítima de Lica em 2010, quando tinha 11 anos, e registrou um boletim de ocorrência sobre o assunto na última sexta-feira. As investigações estão sendo conduzidas sob sigilo de Justiça.

"Ele (Lica) trabalha no futebol há mais de 20 anos, sem nenhuma mancha. Fomos pegos de surpresa com essa denúncia. Imediatamente o Comitê Gestor de Santos se reuniu e optou pelo afastamento do profissional para que ele possa se defender. Não podemos condenar ninguém por antecedência", afirmou o mandatário santista, que negou ter defendido o acusado assim que a denúncia veio à tona.

"Eu não defendi o Lica em momento algum. Fora de hipótese. Chamei-o na sala, conversei com ele firme. Ele disse que era inocente, e eu falei para ele ir se defender na Justiça. Fui curto e grosso", emendou Peres, que explicou por que o funcionário se encontra afastado e não foi demitido.

"Isto não é a primeira vez que acontece em clube esse tipo de denúncia, a maioria não se prova nada. O Santos fez o que manda a lei. Primeiro, afasta o funcionário. Não pode demitir, até porque está fazendo juízo do que aconteceu. Primeiro, liberamos para ele se defender na Justiça. Segundo, abrimos uma sindicância interna para que faça um trabalho apurado e chegue às conclusões, se elas forem possíveis. É um ato de oito anos atrás, na gestão do Luis Álvaro (de Oliveira Ribeiro, ex-presidente), não dá para discutir o que aconteceu há oito anos. Não existe nada, em 20 anos de carreira, que desabone o profissional (Lica). Tem uma folha de serviços prestados ao Santos, trouxe grandes jogadores, mas não vamos aturar nenhum ato que desabone o clube. Vamos apurar até o fim. Se houver culpado, será imediatamente desligado por justa causa. Mas não podemos pré-julgar", ressaltou o dirigente.

ATO POLÍTICO - Peres deu a entender que enxerga motivação política por trás do caso. Ele vem sofrendo com a oposição à sua gestão, que protocolou esta semana pedido de impeachment do presidente.

"O Santos vive um momento político muito forte e não há como separar esses atos da política também. Ele (Lica) se afastou, está se defendendo e o caso está em sigilo de Justiça. Então, não vamos poder falar muito sobre esse caso. O importante é que o Santos é uma instituição centenária, aqui as pessoas são bem recebidas, os profissionais trabalham, mas o Santos fica, os homens passam", afirmou.

A respeito do processo que pede o seu afastamento do cargo, Peres disse não ver "nenhuma base legal" no pedido. "Estamos sofrendo uma pressão muito forte. Fizemos grandes mudanças no clube, estamos ajustando o clube ao tamanho que ele tem, e com isso mexemos com muita gente. Existe um fato que foi uma eleição apertada, disputada. Tenho minha consciência limpa, fiz um trabalho forte desde o início da mina gestão, sem privilégio a quem quer que seja. Tolerância zero. Fizemos um choque de gestão e isso atingiu muita gente", analisou o presidente santista.

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