O presidente do Vasco, Alexandre Campello, vê o reinício do futebol em maio como limite para cumprir o calendário. Líder da comissão que representa o clube junto à CBF, ele se reunirá com a entidade no próximo dia sete e este assunto deverá estar na pauta, assim como a situação financeira dos clubes. Além da paralisação das competições e das receitas com bilheteria, o adiantamento das cotas de TV do Brasileirão também foi suspenso.
Na avaliação do mandatário cruzmaltino, o limite da paralisação é o início da segunda quinzena de maio. Se a paralisação se prolongar, não haverá tempo para que o calendário de competições seja cumprido.
“Existe uma preocupação grande em se conseguir cumprir todo o calendário do futebol. Há um entendimento que se a paralisação for até o início da segunda quinzena de maio, a gente consegue cumprir o calendário. Se ela avançar por maio e comprometer o início de junho, é possível que a gente não consiga cumprir o calendário da maneira como ele foi planejado”, alertou Campello em entrevista à Rádio Tupi.
Os clubes da Série A, de comum acordo, colocaram seus jogadores de férias coletivas a partis desta quarta-feira. A previsão inicial para a reapresentação é o dia 21 de abril.
“É possível que haja a necessidade de uma adequação nos campeonatos. É isso que a gente vai, deverá discutir nessa reunião”, afirmou. Campello defende a ideia de priorizar o Campeonato Brasileiro em detrimento dos Estaduais.
A apreensão do dirigente com a situação do futebol aumentou com a decisão da Rede Globo de suspender o pagamento dos adiantamentos das cotas de TV do Brasileirão. A emissora justificou a medida por conta da indefinição quanto ao calendário e forma de disputa. Cada um dos 20 clubes da Série A deveria receber cerca de 22 milhões de Reais em duas parcelas, uma em março e outra em abril. Este valor corresponde à parte dos direitos de transmissão que são divididos igualmente entre os clubes.
Dívida com Abel Braga
O Vasco conseguiu esta semana zerar suas pendências com salários de atletas e funcionários referentes à 2019. Isso não inclui, porém, os direitos de imagem.
As dívidas de 2020, por outro lado continuam em aberto. O técnico Abel Braga, que pediu demissão há duas semanas, deixou o clube sem receber um salário sequer. Em entrevista à Fox Sports, Alexandre Campello explicou a situação da pendência com o treinador.
“O Abel de fato não recebeu ainda nada e não poderia receber, até porque ainda não pagamos os salários de janeiro e fevereiro de todos os funcionários e atletas. Então não poderia o Abel receber na frente dos outros”, justificou.
“Oportunamente, quando for pagar os salários de janeiro e fevereiro, ele vai receber, isso foi acordado com ele. Entendo que ele não tenha essa preocupação, quanto a isso a conversa foi muito tranquila”, completou.
Para o lugar de Abel Braga, o Vasco efetivou o auxiliar permanente Ramon Menezes. O ex-jogador e ídolo do clube vai iniciar o trabalho no campo somente quando o elenco se reapresentar. Ele contará com o apoio de Antônio Lopes como Coordenador Técnico.