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Preso por importunação sexual, francês N'gapeth recebe liberdade provisória

Jogador da Seleção Francesa teve de pagar fiança de R$ 50 mil

(Foto: AFP/ JEAN-SEBASTIEN EVRARD)

Depois de passar a noite na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o jogador de vôlei Earvin N'Gapeth, da Seleção Francesa e do Zenit Kazan, da Rússia, recebeu liberdade provisória nesta terça-feira. Foi estipulada uma fiança de R$ 50 mil. O atleta foi preso por importunação sexual na madrugada de segunda-feira ao dar um tapa nas nádegas de uma jovem, de 29 anos, em uma casa de shows no Bairro Estoril, Região Oeste da capital. 

Com o uniforme vermelho usado por detentos do sistema prisional de Minas Gerais, N'Gapeth passou por uma audiência de custódia nesta manhã no Fórum Lafayette. A juíza Fabiana Cardoso Gomes Ferreira, concedeu a liberdade provisória ao jogador. Foram determinadas algumas medidas que devem ser cumpridas pelo atleta. 

O atleta deverá comparecer a todos os atos do inquérito e a ação penal que vier a ser instaurada, deve comunicar previamente o juízo se alterar endereço, está proibido de se aproximar da vítima, devendo manter uma distância mínima de 200 metros e não poderá ter qualquer tipo de contato com a mesma, seja verbal, físico ou visual. 

O jogador francês passou a noite em uma cela-dormitório, na triagem da Penitenciária Nelson Hungria, na companhia de 10 outros presos. Tão logo foi liberado pela Justiça, N'Gapeth foi levado de volta à penitenciária  para trocar de roupas - tirou o uniforme vermelho e colocou suas roupas -, e em seguida retornou ao hotel onde estava hospedado para pegar sua mala e seguir para Confins.

Antes de deixar o hotel, no entanto, ele tomou um banho, almoçou e dormiu um pouco. "Passei a noite em claro", disse. N'Gapeth deixou o hotel, por volta de 15h30, indo para Confins. Às 19h30, seguirá para o Rio de Janeiro, onde trocará de avião, em um voo para Paris.

A prisão

O jogador foi preso, na madrugada de segunda-feira, por importunação sexual em Belo Horizonte. O atleta estava em uma casa de shows no Bairro Estoril, na Região Oeste da capital, quando deu um tapa nas nádegas de uma jovem de 29 anos. Segundo a Polícia Civil, o flagrante foi ratificado e ele será encaminhado para uma unidade do sistema prisional. Jogador disputou o Mundial de Clubes de Vôlei em Betim, na Grande BH. 

De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar (PM), por volta de 1h20, uma jovem acionou a corporação depois de levar um tapa nas nádegas. Ela estava em companhia de uma amiga e do namorado, que confirmou os fatos para os policiais. 

Ngapeth foi preso e deu sua versão para o caso. Segundo consta no boletim de ocorrência, o atleta afirmou que estava em um camarote para uma confraternização com alguns conhecidos. Durante a festa, admitiu que deu um tapa nas nádegas da garota. De acordo com o jogador, na França e nos jogos de vôlei são comuns, durante comemorações, trocas indiscretas de tapas nas nádegas, inclusive, entre homens e mulheres. 

Disse, ainda, que a atitude não configura agressão ou ofensa. Contou, também, segundo o registro policial, que confundiu a mulher com uma de suas conhecidas. Que quando percebeu o erro, pediu desculpas para ela e o namorado da mulher, mas não foi atendido. 

A mulher vítima da agressão afirmou que estava saindo da casa de shows, quando recebeu um forte tapa nas nádegas, que foi desferido por N'Gapeth. O fato foi confirmado pelo namorado da garota. 

Posição do jogador

A assessoria de imprensa de Ngapeth se manifestou por meio de nota. Segundo o documento, o jogador se envolveu em um mal-entendido. O jogador confundiu uma mulher com uma de suas amigas próximas e deu um leve tapa em suas nádegas, em tom de brincadeira. Ao perceber que se tratava de outra pessoa, N'Gapeth ficou profundamente constrangido e se desculpou com a mulher. "Earvin está consternado com a situação e lamenta muito pelo constrangimento causado. Como se tratou de uma brincadeira, estamos defendendo a atipicidade da conduta. Ou seja, vamos demonstrar que não houve dolo e, portanto, não há crime", explica Dino Miraglia, advogado do atleta no Brasil. 

Segundo a assessoria de imprensa,  o jogador reforça o pedido de desculpas já feito diretamente à mulher por tê-la confundido com outra pessoa e está à disposição das autoridades enquanto aguarda a decisão da Justiça.