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Volta aos estudos e ajuda a moradores de rua: Tinga, ex-Cruzeiro, fala sobre vida fora do futebol

Ex-volante do Cruzeiro e campeão mundial com o Internacional voltou à escola para concluir o ensino médio

postado em 09/07/2020 15:44 / atualizado em 09/07/2020 16:25

(Foto: Divulgação)


Geralmente, os jogadores de futebol não passam pelas salas de aula após pendurar as chuteiras, muito menos se o assunto não envolver futebol. Tinga é uma das exceções, e decidiu, ao encerrar a carreira em 2015, retornar à escola para concluir o ensino médio.  

Para o ex-jogador e ex-gerente de futebol do Cruzeiro, que parou de estudar na 5ª série quando jovem, o aprendizado na sala de aula fez falta durante a vida nos gramados. Em texto escrito para o UOL, ele comentou sobre a volta à escola e as surpresas durante os dois anos em que esteve no EJA (Educação de Jovens e Adultos), em Porto Alegre.

Campeão por Grêmio e Internacional, Tinga dizia ser esquisito quando estava na escola, já que as pessoas o olhavam com bastante destaque devido à carreira construída nos clubes gaúchos. Para ele, além do impacto na sala, também chamou atenção o fato de as escolas não trabalharem assuntos presentes no cotidiano, como a diferença entre pessoa física e pessoa jurídica ou a forma como os impostos são cobrados ou devem ser pagos.

Apesar do encantamento com a volta aos estudos, Tinga não concluiu o ensino médio - fez o 1º e o 2º ano, mas não quis fazer o 3º. Apesar disso, o ex-jogador destaca o momento como algo positivo: “Terminei o primeiro e o segundo ano do Ensino Médio, mas não quis começar o terceiro. Mesmo assim, ter voltado pra escola mudou minha vida pra melhor”, conta.

Projeto para alimentar moradores de rua

Desde o começo deste ano, Tinga mantém, junto com alguns amigos, um trabalho em Porto Alegre para alimentar pessoas que não têm condições de comprar comida. O ex-jogador comenta que o público-alvo do projeto são os moradores de rua. 

Em um ônibus com cozinha, Tinga e os amigos levam comida às pessoas e reservam espaço para que elas possam se sentar enquanto alimentam. As ações ocorreram antes e durante pandemia. A equipe chega a levar até 200 marmitas diárias para atender quem necessita de alimento.

Além da comida, o projeto também leva livros ao público, para que possam ter acessos à cultura de alguma forma. 

“Esse ônibus tem um diferencial: uma biblioteca acoplada. Enquanto as pessoas esperam o prato ficar pronto, podem pegar um livro, ler ali mesmo ou levar embora. Eu sei a importância que a leitura e o conhecimento podem ter na vida de uma pessoa. Espero que um dia o estudo e o conhecimento abram as janelas da vida de alguém, como abriram as minhas”, explica Tinga.

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