BOLA MUNDI

Hora de quebrar o marasmo do Espanhol

Um dos poucos a romper o domínio dos gigantes em fase recente - campeão nas temporadas 2001/02 e 2003/2004 -, o Valencia quer repetir os 'bons tempos'

postado em 23/11/2017 12:00

Divulgação/Valencia

Até quem não acompanha o futebol deve saber que o Campeonato Espanhol tem sido praticamente monopolizado pelas milionárias equipes de Barcelona e Real Madrid. Nas últimas 33 edições, o título só não ficou entre a dupla em cinco oportunidades. Mas nesta temporada tem sido diferente: com o Real patinando (sete vitórias, três empates e duas derrotas), o Valencia se habilita a quebrar o marasmo da competição.

Um dos poucos a romper o domínio dos gigantes em fase recente –campeão nas temporadas 2001/02 e 2003/2004 -, o Valencia quer repetir os ‘bons tempos’. Fazendo seu melhor início na história da competição, com nove vitórias (oito consecutivas) e três empates, o time está quatro pontos atrás do Barça, a quem recebe domingo, em duelo que vem sendo encarado como final.

Boa parte do sucesso se deve ao técnico Marcelino Toral, de 52 anos. Ex-volante, vice-campeão mundial Sub-20 em 1985, ele assumiu o Valencia em julho, após quase um ano afastado por conta de uma polêmica: no Villarreal, foi acusado de facilitar a vitória do Sporting Gijón, clube que o revelou e onde começou como treinador. O time de sua terra fugiu da degola, mas ele não da demissão (mesmo tendo levado o Submarino Amarelo da 2ª Divisão a uma Liga dos Campeões). Voltou com ‘sangue nos olhos’.

Sem nenhum craque, Marcelino conseguiu encaixar a equipe com certo tempero brasuca. A defesa conta com o goleiro Neto (que fez a torcida ‘esquecer’ Diego Alves) e o zagueiro Gabriel Paulista. No meio, Andreas Pereira faz bela parceria com Parejo. Na frente, Rodrigo, filho de brasileiros que preferiu defender a Espanha, mantém sintonia com o italiano Zaza.

Se o time deu mostras de que pode bater de frente com os grandes – empatou com Real e Atlético –, domingo terá seu maior desafio: o Barcelona de Messi e Suárez ostenta 11 vitórias, um empate, 29 gols marcados e quatro sofridos. Vitória do Valencia colocaria fogo na competição. Excetuando os catalães, quase toda a Espanha torce por eles. Resta saber se terão fôlego – e futebol, é claro – para seguir neste ritmo e fazer a torcida acreditar que o feito de 14 anos atrás pode se repetir...

NOVO FENÔMENO?
Tite não esconde: não definiu quais serão os atacantes da Seleção na Copa’2018. Se Roberto Firmino parece primeira opção para reserva de Neymar e Gabriel Jesus, ao menos uma vaga está em aberto. A ‘surpresa’ pode ser Richarlison, de 20 anos, revelado no América e brilhando na Inglaterra (cinco gols e três assistências em 12 jogos pelo modesto Watford). Ele pode repetir o script de Ronaldo: chamado pela primeira vez três meses antes da Copa, disputou o Mundial de 1994. A próxima lista de Tite só sai no início de março, para os amistosos contra Rússia e Alemanha. É aguardar pra ver...

PARECENDO O BRASILEIRÃO

Um dos mantras sobre o futebol europeu diz que os técnicos têm mais tranquilidade para fazer seu trabalho. Não é o que acontece nesta temporada na Premier League. Com apenas 12 rodadas, cinco já foram demitidos: Frank de Boer (Crystal Palace), Craig Shakespeare (Leicester), Ronald Koeman (Everton), Slaven Bilic (West Ham) e Tony Pullis (West Bromwich). Com exceção do Leicester, que reagiu sob o comando do francês Claude Puel (12º lugar), os demais estão atolados na parte de baixo da tabela de classificação. O próximo a ‘dançar’ pode ser o Paul Clemente, ex-auxiliar de Carlo Ancelotti, que assumiu o Swansea apenas em janeiro. Com o time na 19ª posição (duas vitórias, dois empates e oito derrotas), nem inglês aguenta...

Só modernizou...
A polêmica sobre uso de drones por parte do Grêmio para espionar o Lanús trouxe a tona uma figura ‘obscura’ do futebol: o espião. Renato Gaúcho não se fez de cínico: “Todo mundo tem, até a Seleção”. E de longa data... Militar aposentado da marinha, Jairo Santos foi espião do Brasil em oito Copas. ‘Filmou’ os rivais de 1977 até 2010. Como não tinha carteira assinada, entrou na Justiça e foi indenizado em R$ 2,5 milhões. Depois, outros vieram: Marcelo Cabo (2006 a 2010), com Dunga e Jorginho; o hoje campeão brasileiro Fábio Carille (2011), com Mano Menezes; Alexandre Gallo e Roque Júnior (2014), com Felipão. Só que o cargo deles era de ‘observador técnico’. Me engana que eu gosto!

Pegando fogo
Com a definição dos 32 classificados, a procura por ingressos para o Mundial’2018 teve um up. Na terça-feira, quando termina a segunda fase de vendas, a Fifa deve divulgar novo balanço. Na primeira parcial, mais de 622 mil tickets já haviam sido comercializados (57% deles para russos). Dos ‘forasteiros’ – que pagaram de 105 a 210 dólares por bilhete – boa parcela veio de países que estarão na Copa, como Alemanha, Brasil, Inglaterra, México e França, mas também de ‘eliminados’, como Estados Unidos, China, Israel e Finlândia. A entrega dos ingressos deve começar em abril.

De olho
Reza Shekari

Em seu quinto Mundial, o Irã pode ter uma joia bruta: o meia Reza Shekari, de 19 anos. Formado na base de um pequeno clube de Teerã, sempre queimou etapas. Estreou como profissional aos 17 anos, quando já defendia a Seleção Sub-23. Neste ano, fez três gols no Mundial Sub-20, mesmo com o país sendo eliminado na primeira fase. Foi contratado pelo Rubin Kazan, da Rússia. É visto como sucessor da lenda local, Javad Nekounam (151 jogos e 39 gols pelo Irã), aposentado em 2016 e hoje auxiliar técnico da Seleção.

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