Quando entrar em campo hoje, diante do Leganés, pela Copa do Rei, Cristiano Ronaldo completará 419 jogos pelo Real Madrid. Maior artilheiro do clube, com 422 gols (média superior a um por partida!), o português tem currículo repleto de conquistas, mas pode deixar o ego (gigante) manchar nove anos de idolatria. O motivo? Não aceita ganhar menos do que Messi e Neymar.
Enquanto o argentino fatura 50 milhões de euros (R$ 196 milhões) líquidos por ano e o brasuca embolsa 36 milhões (R$ 141 mi), CR7 leva ‘só’ 21 milhões (R$ 82 mi). O gajo diz se sentir ‘enganado’ pelo presidente do Real Madrid, Florentino Perez, que teria prometido renovar seu contrato e torná-lo o mais bem pago. Para agosto, o staff de Cristiano Ronaldo dá como certa sua volta ao Manchester United (onde jogou de 2003 a 2009, antes de ser vendido por 94 milhões de euros, na época a contratação mais cara da história).
Se houve a tal promessa, cabe ao clube cumprir a palavra, claro. Mas não fica bem para CR7 vir a público cobrar no momento em que a equipe vive sua pior fase. Após um 2017 primoroso, o Real ficou em segundo no Grupo H da Champions, atrás do Tottenham, e ocupa o 4º lugar no Espanhol, 19 pontos distante do líder, Barcelona. E se Cristiano Ronaldo fez gol em todos os jogos da fase de grupos da Liga, só marcou quatro no Espanhol...
Convém lembrar que o craque já usou expediente semelhante. Em março de 2012, primeiro ‘flerte’ sobre a volta ao United. Seu vínculo foi renovado até 2018. Em junho de 2015, ao não ter atendido um pedido de aumento, avisou que sairia ao fim do contrato. O PSG demonstrou interesse... Teve compromisso prolongado até junho de 2021. No meio disso tudo, ainda há o problema com o fisco espanhol, que acusa Cristiano de desvio de impostos...
A partir do mês que vem, quando completará 33 anos, CR7 terá um teste de fogo: o PSG de Neymar, Cavani e Mbappé, nas oitavas da Liga. Pode ser a volta por cima do artilheiro dos 624 gols e cinco vezes vencedor da Bola de Ouro. Eliminação, no entanto, pode selar rompimento amargo após anos de ‘lua de mel’. Nos bastidores do Real já se fala em um trio composto por Hazard, Neymar e Lewandowski. Será? Aguardemos as cenas dos próximos capítulos...
ÍDOLO NO BANCO
Um dos maiores jogadores da história do País de Gales, Ryan Giggs, de 44 anos, foi confirmado nesta semana como novo comandante da seleção local. Com contrato até 2022, ele substitui Chris Coleman, que fez grande campanha na Eurocopa’2016 (semifinais), mas não conseguiu a vaga na Copa 2018, competição que o país não disputa desde 1958. Sem muita experiência como técnico (dirigiu o Manchester United interinamente em quatro partidas), terá o desafio de mostrar que pode passar a seus comandados ao menos um pouco do que apresentou em campo: com a camisa da seleção, foram 64 partidas e 12 gols.
PEDE PRA SAIR
Novamente barrado por indisciplina no Borussia Dortmund, da Alemanha, o gabonês Aubameyang, de 28 anos, resolver forçar a barra de vez: ele já teria entregado ao clube um pedido para sair. A princípio, os alemães só o liberariam como uma proposta de 70 milhões de euros (cerca de R$ 274 milhões). Entretanto, o Arsenal – que perderá o chileno Alexis Sánchez – estaria disposto a pagar até 60 milhões (R$ 238 milhões) e incluir o francês Giroud na negociação. No elenco do Dortmund, as principais opções ofensivas são o ucraniano Yarmolenko, o alemão Schurlle e o sueco Isak.
De olho
Maximiliano Romero
Outra promessa do futebol argentino, o atacante Maximiliano Romero fez 19 anos na semana passada. Formado no Vélez Sarsfield, ao qual chegou com 6 anos, estreou no time de cima com 16 anos e 12 dias, já fazendo dois gols na vitória por 4 a 1 sobre o All Boys. Com apenas 40 jogos oficiais pelo clube, foi emprestado ao PSV em dezembro por 10,5 milhões de euros (contrato até junho de 2023). Habilidoso, raçudo e bom no cabeceio (apesar de ter apenas 1,79m), terá de superar a concorrência interna para virar realidade. Afinal, disputa uma vaga com o uruguaio Gastón Pereiro (URU), o mexicano Lozano (MEX), o alemão Lammers e os holandeses Bergwijn e Luuk de Jong.