BOLA MUNDI

Muito mais que CR7 x Salah

É preciso destacar que, mesmo com suas estrelas em ação, Real Madrid e Liverpool quase colocaram tudo a perder

postado em 03/05/2018 08:51 / atualizado em 03/05/2018 08:57

Anthony Devlin/AFP

A grande final da Liga dos Campeões, dia 26, em Kiev, na Ucrânia, colocará frente a frente dois dos jogadores mais badalados da atualidade: o português Cristiano Ronaldo, eleito cinco vezes o melhor do mundo, e o egípcio Mohamed Salah, sensação e provável artilheiro da temporada europeia. Assim, para muitos, será uma espécie de prévia do prêmio Bola de Ouro. É óbvio que quem faturar a “orelhuda” pode ter mais chances de ser o escolhido pela Fifa. Mas não duvide: há muito mais envolvido nesta decisão.

Pra começo de conversa, é preciso destacar que, mesmo com suas estrelas em ação, Real Madrid e Liverpool quase colocaram tudo a perder. Assim como havia ocorrido diante da Juventus, a classificação merengue à final esteve por um fio (e muito porque a arbitragem não assinalou pênalti em lance que Marcelo tocou a bola com a mão na área). Os Reds não fizeram muito diferente. Após abrir o placar, recuaram perigosamente no segundo tempo e quase permitiram à Roma protagonizar mais um milagre como o alcançado diante do Barça na fase anterior...

A atuação dos dois craques no momento decisivo também precisa ser analisada com frieza. Cristiano Ronaldo esteve muito abaixo de seu padrão nos dois duelos contra o Bayern (acabou passando em branco, fato raro na atual competição). Já Salah foi figura apagadíssima no jogo de ontem.

Estrelas a parte, é inegável que, coletivamente, a equipe do técnico Jürgen Klopp vem apresentando melhor futebol, mais operário, mas em decisão de jogo único nem sempre isso é o bastante. Às vezes, o peso da camisa faz diferença. É o caso do Real Madrid, equipe multicampeã, que chega à terceira final seguida – a quarta em cinco anos. É claro que o Liverpool também deve ser encarado como um gigante do futebol europeu, mas demorou 11 anos pra voltar à decisão da Liga. Daqui a três semanas teremos a resposta. Façam suas apostas!

Carimbar a faixa
O Barcelona já é campeão espanhol e o Real Madrid está focado na final da Liga dos Campeões, mas nem por isso o clássico no final de semana perderá o brilho. Em êxtase, a torcida merengue praticamente exige que o time carimbe a faixa do arquirrival, se possível com grande atuação. As duas equipes devem ter força máxima. Será o último round entre Messi e Cristiano Ronaldo antes da Copa. Promessa de fortes emoções.

Missão impossível
Apenas em quinto lugar no Campeonato Inglês, o milionário Chelsea tem mais três rodadas para tentar o que parece impossível: tomar a quarta colocação do Tottenham para se garantir na Liga dos Campeões. Cinco pontos atrás do rival (71 a 66), os Blues não podem mais perder, a começar pelo clássico contra o Liverpool (depois ainda enfrentam Huddersfield e Newcastle). Além disso, têm que torcer por tropeços do rival diante do lanterna e praticamente rebaixado West Bromwich, de Leicester e Newcastle. Talvez nem com a ajuda de Tom Cruise...

Fugir do vexame
O Campeonato Alemão pode presenciar uma situação inédita no final de semana: o primeiro rebaixamento do Hamburgo, uma das equipes mais tradicionais do país. Em 17º lugar, com apenas 28 pontos, o time visita o Eintracht Frankfurt (7º, com 46). Faltando apenas duas rodadas, além de vencer, o Hamburgo precisa secar seus adversários mais diretos: Wolfsburg (30), Freiburg e Mainz (ambos com 33).

Solução iraniana
No início da temporada, o goleiro brasileiro Jordi aceitou o desafio de jogar no desconhecido futebol do Irã. Mesmo sem entender patavina da língua local, se deu bem: virou titular absoluto do Tractor Sazi. Em quatro meses, foram 16 jogos, sendo 10 pelo Campeonato Iraniano e seis pela Liga dos Campeões da Ásia. Com atuações seguras, teve o retorno solicitado pelo Vasco. A missão: ocupar o lugar do ídolo Martín Silva, que deve se apresentar em breve para a reta final de preparativos da Seleção Uruguaia para a Copa.

Dia de campeão
Depois de uma seca de quatro temporadas, quando o Benfica faturou quase tudo, o Porto deve erguer neste fim de semana o troféu português. Para isso, basta o empate com o modesto Feirense (15º colocado, com 30 pontos). A torcida espera que seja o início de mais um período vitorioso, como o de 2010 a 2013, quando dominou a competição. Para melhorar a situação, ainda poderão acompanhar de camarote os maiores rivais se ‘matando’: empatados com 77 pontos, Sporting e Benfica medem forças para ficar com o segundo lugar – e a outra vaga do país na Liga dos Campeões.

Vai parar a China
As oitavas de final da Copa dos Campeões da Ásia começam nesta semana e um jogo deve monopolizar as atenções: o duelo entre Tianjin Quanjian e Guangzhou Evergrande, impulsionado pela presença de brasucas como Ricardo Goulart, Alexandre Pato, Hulk e Oscar. Na temporada passada, no Campeonato Chinês, cada equipe venceu em seus domínios (4 a 3 pro Tianjin e 2 a 1 pro Guangzhou). No final, o Guangzhou faturou o título. Será que vai levar mais uma?

De olho
Wilfred Ndidi

O nigeriano Wilfred Ndidi, de 21 anos, começou a carreira como zagueiro, mas se destacou quando passou a atuar como volante. Na Seleção desde o Sub-15, tem como forte o jogo aéreo e a capacidade de desarme e interceptação das jogadas. Com apenas 18 anos, foi para o Genk, da Bélgica. Em duas temporadas, fez sete gols em 83 partidas. Acabou contratado pelo Leicester (quatro gols em 59 partidas). Titular das Águias, corre contra o tempo para disputar a Copa da Rússia: sofreu uma distensão no tendão no final de semana passado.